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Cotidiano

Ó do Borogodó celebra sucesso de vaquinha: ‘Vocês são incríveis’

Bar de samba e choro da Vila Madalena anuncia ter chegado perto da meta e que, com isso, o espaço não deve mais encerrar as atividades

Bruno Hoffmann

22/03/2021 às 20:37  atualizado em 29/09/2021 às 15:55

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Bloco do Ó, criado pelo Ó do Borogodó, que percorre as ruas da Vila Madalena e de Pinheiros, durante o Carnaval desde 2005

Bloco do Ó, criado pelo Ó do Borogodó, que percorre as ruas da Vila Madalena e de Pinheiros, durante o Carnaval desde 2005 | /Divulgação

Quinze dias depois de anunciar o fechamento, os responsáveis pelo Ó do Borogodó, bar de samba e de choro da Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo, celebraram que a vaquinha on-line para manter o espaço aberto – criada após a comoção pela notícia do fim das atividades – foi bem-sucedida, e que o Ó deve se manter no mesmo lugar.

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“Há 15 dias anunciamos o fim. Há 11 dias, movidos pelo apelo de tantos, anunciamos o início de uma vaquinha. Que feito… Vocês são incríveis!!! Mandaram de volta todas as felicidades colhidas nesses 20 anos de roda”, comemorou o perfil do bar pelas redes sociais.

 

De acordo com Stefania Gola, uma das responsáveis pelo espaço, a campanha arrecadou R$ 284 mil, um pouco menos do que a meta de R$ 300 mil – e esse valor deve aumentar, já que aguardam novas compensações.

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“Os tempos são difíceis, as negociações continuam internamente mas seguimos muito maiores do que há 15 dias. Viva o Ó! Viva os músicos do Ó! (os maiores do mundo!) Viva cada um de vocês que colaborou com dinheiro, com compartilhamento, com divulgação!”, comemorou o perfil do bar.

A notícia também foi festejada por artistas que já se apresentam no local, como a cantora Fabiana Cozza, que fez uma campanha ativa pedindo doações para o espaço. “E a boa notícia é: o Ó do Borogodó vai ficar. Juntos somos fortes! Juntos somos muitos!” , escreveu a cantora em seu perfil no Instagram.

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O fim e a esperança
Em 7 de março, um domingo, o Ó do Borogodó, bar de samba fundado em 2001 na Vila Madalena, zona oeste da Capital, anunciou pelas redes sociais que seria despejado do imóvel que mantém há 20 anos, na rua Horácio Lane, uma pequena via entre as ruas Inácio Pereira da Rocha e Cardeal Arcoverde.
"Num tempo em que tristeza é mato, a gente anuncia o fim. Estamos sendo despejados, às vésperas de completarmos 20 anos. Uma dor doída demais”, diz a postagem do bar no Instagram e no Facebook.

Pelas redes, artistas que já se apresentaram no local lamentaram a notícia. "Muito obrigado por vocês terem aberto aquela porta para eu poder participar daquela festa, daquele quilombo", disse a cantora Fabiana Cozza. O compositor Douglas Germano também mostrou tristeza. "Tanta gente foi feliz neste pequeno espaço. Centro de uma encruza de muitos caminhos. Clarabóia, respiro, refúgio. Ai de mim sem ele. Vai viver pra sempre dentro dos tantos que abrigou um dia", disse.

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Com a comoção causada pelos admiradores do local, os responsáveis tiveram a ideia da vaquinha on-line.

“Estamos bastante surpresos com a repercussão. Temos 15 dias pra pagar ou deixar o ponto. Estamos recebendo muitas mensagens de apoio e muitos músicos dispostos a ajudar a arrecadar o valor devido. Estamos pensando aqui e discutindo os caminhos e as possibilidades. Muitas ideias estão surgindo, porque um coletivo pensa melhor do que nós sozinhos”, disse Stefania Gola, em entrevista à Gazeta.

O Ó do Borogodó já foi escolhido pela revista “Veja São Paulo” o melhor bar de música ao vivo da cidade e é conhecido por ter sido casa de nomes importantes da música nacional, como Douglas Germano, Kiko Dinucci, Fabiana Cozza, Alessandro Penezzi, Zé Barbeiro, João Poleto e Dona Inah, entre tantos outros.

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Além disso, a casa também mantém o Bloco do Ó, que percorre as ruas da Vila Madalena durante o Carnaval com repertório de marchinhas clássicas de outras décadas, como Ó, Abre Alas, Aurora e Daqui Não Saio: "Sei que o senhor/ Tem razão de querer/ A casa pra morar/ Mas onde eu vou ficar?/ Daqui não saio/Daqui ninguém me tira..."

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