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Cotidiano

Dona do Ó do Borogodó se diz esperançosa após repercussão sobre fim do bar

'Muitas ideias estão surgindo', afirma Stefania Gola, que diz estar recebendo mensagens de apoio após anúncio de fechamento de bar de samba

Bruno Hoffmann

08/03/2021 às 14:34

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Bloco do Ó, criado pelo Ó do Borogodó, que sai pelas ruas da Vila Madalena durante o Carnaval desde 2005

Bloco do Ó, criado pelo Ó do Borogodó, que sai pelas ruas da Vila Madalena durante o Carnaval desde 2005 | /Divulgação

Os donos do Ó do Borogodó, bar de samba e choro fundado em 2001 na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, disseram que a postagem pelas redes sociais que publicaram no domingo (7) sobre o despejo que iriam sofrer repercutiu de forma grande e inesperada, e que agora estudam se há a possibilidade de manter o estabelecimento aberto.

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“Estamos bastante surpresos com a repercussão. Temos 15 dias pra pagar ou deixar o ponto. Estamos recebendo muitas mensagens de apoio e muitos músicos dispostos a ajudar a arrecadar o valor devido. Estamos pensando aqui e discutindo os caminhos e as possibilidades. Muitas ideias estão surgindo, porque um coletivo pensa melhor do que nós sozinhos”, disse Stefania Gola, uma das responsável pela casa de música ao vivo, em entrevista à Gazeta.

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No domingo, o bar anunciou pelo Instagram e pelo Facebook que a casa ia ser despejada. A dívida do imóvel é de cerca de R$ 100 mil, pelos cálculos dos responsáveis. O Ó, como é conhecido, não realiza nenhuma atividade presencial desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março do ano passado. Houve apenas entrega de comida e lives nesse período, para ajudar os funcionários.

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"Num tempo em que tristeza é mato, a gente anuncia o fim. Estamos sendo despejados, às vésperas de completarmos 20 anos. Uma dor doída demais”, diz a postagem publicada neste domingo.

Pelas redes, artistas que já se apresentaram no local lamentaram a notícia. "Muito obrigado por vocês terem aberto aquela porta para eu poder participar daquela festa, daquele quilombo", disse a cantora Fabiana Cozza. O compositor Douglas Germano também mostrou tristeza. "Tanta gente foi feliz neste pequeno espaço. Centro de uma encruza de muitos caminhos. Clarabóia, respiro, refúgio. Ai de mim sem ele. Vai viver pra sempre dentro dos tantos que abrigou um dia", disse.

Entre os frequentadores o clima também era de lamentação. “Não existe fim pra uma história dessa. Há de haver solução”, disse uma admiradora. “O Ó estará sempre em nossos corações. E que possa ser reerguido em outro espaço, quando tudo isso passar”, escreveu outro. “Quantas alegrias vivi no Ó”, disse, saudosista, mais um.

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Bar e bloco
O Ó do Borogodó já foi escolhido pela revista “Veja São Paulo” o melhor bar de música ao vivo da cidade e é conhecido por ter sido casa de nomes importantes da música nacional, como Douglas Germano, Kiko Dinucci, Fabiana Cozza, Alessandro Penezzi, Zé Barbeiro, João Poleto e Dona Inah, entre tantos outros.

Além disso, a casa também mantém o Bloco do Ó, que percorre as ruas da Vila Madalena durante o Carnaval com repertório de marchinhas clássicas de outras décadas, como Ó, Abre Alas, Aurora e Daqui Não Saio: "Sei que o senhor/ Tem razão de querer/ A casa pra morar/ Mas onde eu vou ficar?/ Daqui não saio/Daqui ninguém me tira..."

Crise do setor
De acordo com a Abrasel-SP (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo), desde o início da crise sanitária causada pelo novo coronavírus já cerraram as portas 12 mil bares e restaurantes na cidade de São Paulo. No Estado são cerca de 50 mil estabelecimentos.

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Comparando o período pré-pandemia com o momento atual, segundo o presidente da Abrasel-SP, Percival Maricato, 30% dos bares e restaurantes já fecharam as portas porque faliram, e teme que o número se aprofunde com a quarentena imposta pelo Governo de São Paulo.

“Mesmo fechado, o estabelecimento tem despesa, como aluguel, IPTU, funcionários. Então não vai sobrar nada mesmo, vai ser uma extinção da gastronomia e dos bares de São Paulo que vai ser difícil depois, vai levar uma década para você reerguer”, explicou Maricato.

Para ele, as demissões no setor de bares e restaurantes do Estado de São Paulo equivalem “a quase uma Ford por semana”, em referência à empresa automobilística que anunciou o fim das atividades no Brasil no início deste ano.

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