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Cotidiano

História de retificação do Tietê pode ter contribuído para acidente na Marginal

Professor da USP explica que o rio, originalmente cheio de curvas, foi transformado em canal mais retilíneo

07/02/2022 às 12:14

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Cratera na Marginal do Tietê após desabamento em obra do Metrô

Cratera na Marginal do Tietê após desabamento em obra do Metrô | Eduardo Knapp/Folhapress

Um acidente na obra da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo causou o rompimento de um trecho da Marginal Tietê no dia 1º de fevereiro. A cratera formada já foi coberta com concreto e parte da via está liberada.

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Em nota, a concessionária responsável pela obra do Metrô afirmou que houve o rompimento de uma coletora de esgoto próximo ao poço Aquinos, que funcionará como canal de ventilação e saída de emergência da Linha 6-Laranja, e que as medidas de contingência do problema foram tomadas. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) afirmou que o episódio se trata do rompimento de uma supertubulação do esgoto.

Pedro Luiz Côrtes, professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, que é geólogo e tem experiência com esse tipo de obra, comentou o tema.

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O que causou o acidente

“A mecânica de todo o acidente não é difícil de ser compreendida e remete um pouco à história de retificação do rio Tietê”, conta o professor. Segundo ele, o rio Tietê não era originalmente retilíneo, mas meandrante, formado por curvas. O rio foi transformado em um canal mais retilíneo para permitir a implantação de vias para automóveis nas suas marginais.

Os meandros desativados nesse processo foram preenchidos, ao longo dos anos, com materiais diversos, sem que houvesse o controle da qualidade do preenchimento. Por conta disso, o material encontrado nesses locais, muitas vezes, é pouco agregado, situação agravada pelas chuvas.

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Quando a tuneladora, popularmente conhecida como tatuzão — máquina utilizada na escavação dos túneis do Metrô —, passa por uma região, ela cria vibrações, que intensificam a desagregação desse material. Com isso, a tubulação de esgoto presente no local perdeu a sustentação, o que causou sua quebra.

Com a tubulação trincada, o esgoto, em grande quantidade, começa a passar por essa área danificada, o que causa o rompimento da tubulação.

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Para Côrtes, a proximidade da obra com o esgoto era muito grande, se considerado o material que estava sendo perfurado. O professor chama a atenção para um relatório de impacto ambiental que já alertava para a existência de material com baixo nível de consistência no trecho do acidente.

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