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Cotidiano
Além de ter sido tratada pelo pronome masculino, Luna Nunes afirma que os outros agentes presentes riram dela durante a ação; veja vídeo
02/02/2022 às 15:44 atualizado em 02/02/2022 às 16:28
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PM é acusada de transfobia durante abordagem em Osasco, na região metropolitana de SP | Reprodução/TV Record
Luna Nunes, de 22 anos, afirma ter sido vítima de transfobia durante uma abordagem policial conduzida por agentes da Polícia Militar de São Paulo, em Osasco, na Grande São Paulo. Um vídeo gravado por uma das testemunhas presentes mostra o momento em que a jovem é chamada de homem por uma das policiais. Assista abaixo.
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"Quer que chame de mulher, vai trocar o nome na certidão. Tem que ter no RG o nome de mulher. Por enquanto, é homem. Vai, rapa fora daqui!", diz a agente no vídeo. O texto conta com informações do R7.
A abordagem ocorreu no último domingo (30), quando Luna estava em uma tabacaria com amigas, no bairro Mutinga, em Osasco. Na ocasião, um casal em uma motocicleta atropelou uma mulher e depois fugiu. Foi neste momento que Luna acionou uma ambulância e também uma viatura com policiais que, ao chegarem ao local, começaram a constranger a mulher e os colegas.
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— Joseph Silva (@JosephS24044783) February 2, 2022
Segundo Luna, os policiais começaram com as agressões verbais e depois começaram a rir e a destratar os integrantes do grupo.
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Ao longo da abordagem a policial que aparece no vídeo diz "é para ele se afastar", referindo-se a Luna. As amigas de Luna escutaram a frase e repreenderam a agente sobre o uso incorreto do pronome, afirmando que o correto seria utilizar os pronomes "ela/dela".
Neste momento, um dos amigos começou a gravar o vídeo em que a policial diz que Luna teria de ser tratada pelo pronome "ele" enquanto não fizesse uma alteração no seu RG. Além disso, segundo as palavras da agente, Luna seria homem, enquanto não fizesse tal atualização em seu documento.
Nas redes sociais, a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) se manifestou sobre o caso dizendo que "transfobia é crime imprescritível no Brasil. E o direito à autodeclaração de gênero foi assegurado pelo Supremo Tribunal Federal desde 2018". O episódio aconteceu um dia depois da celebração do Dia da Visibilidade Trans, em 29 de janeiro.
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Agora Luna diz que pretende reunir as testemunhas presentes para registrar um boletim de ocorrência, uma vez que a abordagem se configurou em uma atitude transfóbica e que o caso ofende não só a ela, mas também a todo o grupo.
A Polícia Militar afirma que foi instaurado um procedimento interno para averiguar a conduta da policial, que também será reorientada.
*Sob supervisão de Matheus Herbert
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