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Cotidiano
Após 40 anos dos primeiros diagnósticos de Aids, nos Estados Unidos, a doença já matou mais de 35 milhões de pessoas no mundo
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ONU quer acabar com a epidemia 2030, mas as desigualdades de acesso a métodos de prevenção e de tratamento ainda são gritantes | /Isabela Carrari/PMS
Uma vacina com tecnologia semelhante à usada na imunização contra Covid-19 está sendo testada em centros de pesquisa brasileiros para prevenir a infecção pelo HIV, o vírus causador da Aids. A pesquisa está na fase três, quando são realizados testes em seres humanos. Os resultados saem em dois anos e meio.
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Ao mesmo tempo, a Faculdade de Medicina da USP acaba de aderir a um consórcio internacional que busca novas soluções para eliminar o HIV de dentro das células dos pacientes infectados. Outros grupos, como o da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), também perseguem o mesmo objetivo em diferentes projetos de pesquisa.
Após 40 anos dos primeiros diagnósticos de Aids, nos Estados Unidos, a doença que já matou mais de 35 milhões de pessoas no mundo, das quais 350 mil no Brasil, continua mobilizando pesquisadores em busca da cura.
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A meta da ONU (Organização das Nações Unidas) é acabar com a epidemia de Aids até 2030, mas as desigualdades de acesso a métodos de prevenção e de tratamento ainda são gritantes, especialmente nos países de baixa renda.
Embora existam avanços importantes na prevenção, tratamento e controle do HIV, os pacientes seguem precisando de terapia antirretroviral contínua e correm o risco de agravamento do quadro de saúde e de morte caso haja interrupção. Sem contar o estigma que ainda circunda a doença.
"Tudo mundo fala em pandemia, pandemia, pandemia. Mas vivemos há 40 anos uma pandemia da Aids, que infecta milhões de pessoas no mundo todo, que causa mortes todos os anos no Brasil e que parece, para muita gente, que acabou. Talvez seja mais fácil eliminar ou controlar bem a pandemia de Covid-19 do que a de HIV", afirma o infectologista Esper Kallás, professor titular da USP e que lidera pesquisas sobre HIV na universidade.
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A USP integra o projeto de vacina contra a Aids chamado Mosaico, patrocinado pela farmacêutica Janssen e que envolve instituições dos Estados Unidos, Europa e América Latina, com mais de 3.800 pessoas. No Brasil, participam centros de pesquisa em São Paulo, Manaus, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba.
O objetivo é verificar a eficácia de um imunizante contra o HIV tipo 1 e seus subtipos mais frequentes nas Américas e na Europa. Há outro estudo "primo-irmão" do Mosaico sendo feito na África.
Foi a partir da plataforma da Janssen usada no desenvolvimento da vacina contra a Covid-19 que surgiu a ideia de aplicar a mesma tecnologia para buscar um imunizante contra o HIV, utilizando, inclusive, o mesmo vetor, o adenovírus.
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