Entre em nosso grupo
2
Cotidiano
MEC trabalha para aplicar exame nos dias 13 e 20 de novembro
Continua depois da publicidade
Aplicativo Enem | Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, em meio às férias, surpreendeu técnicos do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) ao anunciar a aplicação do Enem 2022 nos dias 13 e 20 de novembro.
Continua depois da publicidade
As datas foram anunciadas na noite desta quinta-feira (20) após o jornal Folha de S.Paulo publicar que o exame ocorreria nos dias 6 e 13 de novembro. Integrantes do Inep trabalhavam com essas datas, sem previsão de mudança.
O anúncio do ministro não era esperado por funcionários do órgão consultados pela reportagem e os técnicos não tinham conhecimento das novas datas.
O Enem é a principal porta de entrada para o ensino superior. É usado como vestibular para a maioria das universidades federais, para parte das vagas de estaduais como a USP (Universidade de São Paulo) e também critério para acesso a programas como o Prouni (Programa Universidade para Todos) e Fies (Financiamento Estudantil).
Continua depois da publicidade
As provas devem ocorrer após as eleições, como é comum em anos eleitorais. O exame direcionado para privados de liberdade está marcado para 13 e 14 de dezembro. Nesta aplicação também fazem candidatos que tiveram algum problema nas provas iniciais.
As datas ainda não foram oficializadas pelo governo. Integrantes do Inep confirmaram à Folha que não deve haver mudanças nesse planejamento.
Continua depois da publicidade
Questionado, o Inep não respondeu. O órgão, ligado ao MEC, é responsável pelo exame.
Ainda não há data para a publicação do edital da próxima edição. O documento define as diretrizes da aplicação, como calendário de inscrições.
Sob o governo de Bolsonaro, o Enem tem sido alvo de pressões para interferência em seu conteúdo. O objetivo seria alinhar a prova à diretriz ideológica de Bolsonaro, que tem críticas acumuladas a questões supostamente de esquerda ou inadequadas.
Reportagem da Folha mostrou, entretanto, que questões que foram alvo de Bolsonaro e conservadores foram eficientes para avaliar conhecimento dos participantes.
Continua depois da publicidade
O embate ideológico é a principal marca do governo na educação e há disposição para barrar temas no Enem que desagradam o presidente e apoiadores, como questões de gênero e da ditadura militar (1964-1985) – o período, elogiado por Bolsonaro, não mais foi abordado desde 2019.
O jornal Folha de S.Paulo revelou que Bolsonaro chegou a pedir para o ministro da Educação, Milton Ribeiro, questões que tratassem o golpe de 1964 por revolução, em consonância com o revisionismo histórico que ele e apoiadores defendem.
Em junho do ano passado, a Folha mostrou que uma portaria do Inep estabelecia uma espécie de "tribunal ideológico", com a criação de uma nova instância permanente de análise dos itens das avaliações da educação básica. A ideia foi abortada depois da má repercussão.
Continua depois da publicidade
Às vésperas do Enem de 2021, o Inep passou por uma crise histórica, com a debandada de servidores de postos-chave, denúncias de interferência no conteúdo do exame e de assédio moral.
O Inep trocou um de seus diretores nesta quarta-feira (19) como retaliação à situação, segundo relatos. Mais exonerações são esperadas.
O órgão tem efetivado a exoneração de cargos dos demissionários do ano passado. Nesta quinta (20), três desses servidores foram desligados oficialmente de funções gratificadas, mas ainda não houve reposições até agora.
Continua depois da publicidade
O Enem 2021 foi marcado por baixo número de inscritos e participantes. A edição foi ainda a mais excludente da história, com a menor proporção de inscritos pretos, pardos, indígenas e pobres.
Parte desse cenário é atribuído por congressistas e especialistas ao próprio MEC. Ministro da Educação, Ribeiro negou-se a estender no ano passado gratuidade a faltosos do exame no ano anterior, realizado em meio ao avanço da Covid-19.
Na aplicação regular, fizeram de fato o exame 2.179.559 pessoas. Na prova impressa, a abstenção foi de 29,5%. Já na aplicação digital, que teve 69 mil inscrições confirmadas, a taxa de faltosos foi de 50,1%.
Continua depois da publicidade
Os resultados dos participantes estarão disponíveis em 11 fevereiro, segundo o Inep.
As inscrições para o Sisu (Sistema de Seleção Unifica) começam no dia 15 de fevereiro e vão até 18 do mesmo mês. Já o prazo de inscrição para o Prouni será de 22 a 25 de fevereiro. No início de março, do dia 8 ao dia 11, será a vez do processo de inscrição no Fies.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade