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Cotidiano
Colegiado propõe cancelamento dos feriados no período da folia e ampliação das campanhas de vacinação contra Covid-19
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A nova lei em Olinda foi inspirada pela proposta da deputada estadual Érica Malunguinho (PSOL-SP) na Assembleia de SP | Alice Mafra/Fotos Públicas
O Comitê Científico do Consórcio Nordeste emitiu um parecer técnico, nesta quinta-feira (03), em que recomenda a proibição de festas privadas de Carnaval.
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Além disso, o colegiado propõe o cancelamento dos feriados no período da folia - em alguns estados a data é ponto facultativo apenas - e a ampliação das campanhas de vacinação contra a Covid-19.
Em 2022, o Carnaval está previsto para acontecer de 26 de fevereiro (sábado) a 1º de março (terça-feira).
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Os municípios de Recife, Olinda e Salvador, principais polos da folia no Nordeste, já cancelaram as festas públicas carnavalescas. No caso de Pernambuco, a decisão sobre a realização ou não de eventos privados no período caberá ao governo do estado e a expectativa é que isso aconteça até 15 de fevereiro.
Na Bahia, o governo estadual reduziu a capacidade de eventos de 5.000 para 1.500 pessoas, o que provocou cancelamento de parte das festas, mas não há uma posição sobre a proibição total deste tipo de evento.
A Prefeitura de Salvador também não decidiu se vai aguardar uma decisão do estado ou se vai impor alguma restrição por conta própria.
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O parecer do consórcio afirma que a ômicron é quatro vezes mais transmissível que a delta, e atribui o menor número de mortes atual pelo "fato de grande parcela da população já estar vacinada, o que faz com que os números de hospitalizações e mortes sejam menores que os das ondas anteriores".
"No momento, é impossível prever com segurança quando o novo pico será alcançado e qual será a duração da nova onda", diz trecho do parecer.
Para os cientistas do consórcio, a manutenção dos feriados de Carnaval "poderá se constituir num estímulo para a população ir às ruas, promovendo aglomerações, o que poderá resultar no agravamento do quadro da pandemia".
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Quanto à proibição das festas privadas e de shows que possam gerar aglomerações, o comitê afirma que esses eventos "intensificariam a transmissão do vírus, como ocorreu no Réveillon, e resultariam no prolongamento da terceira onda no Brasil".
"O comitê científico tem clareza sobre as dificuldades políticas e os prejuízos econômicos decorrentes desta medida. Porém, o mais importante no momento é salvar vidas. E vidas não têm preço. Naturalmente, após o término da pandemia, novos feriados extraordinários poderiam ser criados pelos governos", diz o comitê.
Em dezembro, o comitê científico recomendou aos governadores e prefeitos o cancelamento das festividades públicas de final do ano e do Carnaval, alertando que a ômicron poderia causar um aumento na transmissão do vírus e provocar uma nova onda da pandemia.
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Levantamento da Folha divulgado na terça-feira (1º) mostrou que quatro estados do Nordeste enfrentam uma situação crítica na ocupação de leitos de terapia intensiva. O mais grave é Pernambuco, onde os leitos de UTI chegaram a 88% de ocupação na segunda. No mesmo dia da semana anterior, o percentual era de 80%.
No dia 28 de janeiro, o Governo de Pernambuco proibiu os profissionais da saúde pública estadual de tirarem férias durante 60 dias, até o final de março, por causa da variante ômicron.
Ainda assim, o governo manteve até 15 de fevereiro a liberação para festas privadas com até 3.000 pessoas em espaços abertos e até mil pessoas em espaços fechados.
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No Piauí, a taxa de ocupação chegou a 87%, superando o total registrado há uma semana, que já era alto, de 82%. Também estão em situação crítica os estados do Rio Grande do Norte e Ceará. No último, 81% dos 374 leitos de UTI para adultos estavam ocupados na segunda, de acordo com a secretaria estadual da saúde.
No Rio Grande do Norte, são 106 leitos de terapia intensiva ocupados e 21 disponíveis, uma ocupação de 83%. Por outro lado, a situação nas UTIs pediátricas arrefeceu com a expansão do número de leitos, e a ocupação caiu para 62%.
Os especialistas do comitê científico orientam os governos estaduais e os prefeitos a intensificarem as campanhas de vacinação contra a Covid-19 e justificaram que, mesmo com cerca de 70% da população brasileira completamente imunizada, o percentual "ainda não é suficiente para assegurar um cenário de tranquilidade e estabilidade".
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A recomendação é que a rede de saúde da família do SUS (Sistema Único de Saúde) e os agentes comunitários sejam direcionados para participar da busca por não vacinados ou pelos que não receberam a segunda dose da vacina.
Outras medidas foram recomendadas, como a aplicação da vacina nas escolas para crianças e adolescentes e a implantação de pontos de imunização em locais de grande circulação, além do estímulo e da obrigatoriedade do uso das máscaras de proteção facial.
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