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Cotidiano

Capital vai ter 80 UBSs abastecidas com energia solar até 2024

Iniciativa vem de uma PPP (parceria público-privada) da Prefeitura de São Paulo com o consórcio Sol da Saúde, assinada no dia 14 de dezembro

Bruno Hoffmann

20/01/2022 às 10:32  atualizado em 20/01/2022 às 10:34

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UBS da Vila Mariana, na zona sul de SP

UBS da Vila Mariana, na zona sul de SP | Marcelo Pereira/Secom

Oitenta UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da cidade de São Paulo vão passar a contar com energia solar em suas instalações a partir de 2024.

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A iniciativa vem de uma PPP (parceria público-privada) da Prefeitura de São Paulo com o consórcio Sol da Saúde, assinada no dia 14 de dezembro. Segundo a gestão Ricardo Nunes (MDB), essa parceria vai gerar uma economia de R$ 65 milhões ao município em 25 anos.

Pelos cálculos da prefeitura, a economia com as faturas de energia convencional deve chegar a 56%, resultando em uma desoneração de R$ 2,05 milhões por ano. O consórcio receberá R$ 171 mil por mês durante o contrato.

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A geração da energia solar nas UBSs é a primeira parte do Programa Municipal de Energia Limpa. A segunda fase, que ainda entrará em licitação, prevê a implantação de energia solar em 775 escolas do município. O terceiro projeto é construção de uma "fazenda solar" no aterro Bandeirantes, no bairro de Perus (zona norte da capital paulista), espaço onde deverão ser implantadas placas para geração de energia solar.

A implantação nas UBSs deverá ser feita em dois anos. Nos primeiros quatro meses será feita a preparação. Nos 20 meses seguintes, a implantação. Em 12 meses deverão ser instaladas as centrais geradoras em 27 UBSs, com um total de 10.644 placas de energia fotovoltaica.

Durante o processo de análise, o consórcio vai verificar a viabilidade de instalação da potência necessária para a geração do volume mínimo –a geração anual mínima é de 5,48 GWh (Gigawatt-hora)/ano.

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De acordo com a prefeitura, os equipamentos de saúde estão distribuídos pelas seis regiões da Capital: 16 UBSs e uma AMA/UBS Integrada na região norte, duas UBSs na região central, 27 UBSs e cinco AMAs/UBSs Integradas na região leste, sete UBSs, duas AMAs/UBSs Integradas e uma AMA/Ambulatório de Especialidade na região oeste, 13 UBSs na região sudeste e seis UBSs na região sul.

O consórcio Sol da Saúde, formado pela catarinense Quantum e pela consultoria financeira Houer, vai instalar placas de energia solar no telhado de cada UBS –relação já foi definida pela prefeitura. A energia captada por essas placas é transformada em energia elétrica para a unidade. O consórcio também será responsável pelas tratativas junto à distribuidora para conectar a estrutura com a rede elétrica.

A prefeitura colocou cotas de fundo de investimento como garantia no contrato com a concessionária. "É um projeto inovador no país, pois é o primeiro que foi estruturado na forma de PPP, com garantia pública, onde o parceiro privado tem interesse em investir", diz Alex Novais, gerente de novos negócios da Quantum.

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Segundo as contas da prefeitura, a implantação do projeto vai evitar que 72.594 toneladas de CO2 sejam lançados à atmosfera ao longo de 25 anos, o equivalente à perda ambiental da derrubada de 1.862.795 de árvores ou de 483.504.983 km percorridos por veículos.

"Temos 469 UBSs e 80 delas darão uma economia de mais de 1 milhão de árvores, além do ganho financeiro", diz o prefeito Ricardo Nunes.

O uso de energia solar por órgãos públicos ainda é pouco representativo, segundo Bárbara Rubim, vice-presidente da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) "Hoje o poder público representa 1% do que a gente tem de potência instalada para geração própria de energia", diz ela.

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Para Pedro Luiz Côrtes, professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP, esse tipo de parceria para o fornecimento de energia solar é interessante.

"A ideia é boa, no sentido de utilizar fontes mais sustentáveis. Pode ser que essas UBSs não consigam total autonomia, que também depende das condições climáticas. Mas, de qualquer forma, reduz a dependência da rede normal de distribuição", diz o professor.

"Mas, antes de mais nada, é preciso saber qual é o benefício que está sendo gerado para a população, e também analisar como está sendo feita a remuneração dessa parceria."

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A parceria da Prefeitura de São Paulo com o consórcio Sol da Saúde surge ao mesmo tempo em que foi aprovado na Câmara dos Deputados o projeto de lei que estabelece que consumidores que produzam e utilizem fontes de energia renovável, como a solar, paguem uma tarifa pelo uso de fios de distribuição de energia.

"Gerar energia remota precisa pagar também pelo uso do fio. Vai ficar um pouco mais cara, mas não inviável. Entendemos que essas mudanças são justas para o mercado", diz Novais.

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