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Cotidiano

Bolsonaro nega verba pedida pelo governo do estado de São Paulo

No entanto, governo federal afirmou que vai atender às demandas das prefeituras das cidades atingidas pela chuva

Maria Eduarda Guimarães

01/02/2022 às 15:31

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Presidente faltou à oitiva que havia sido marcada por Alexandre de Moraes, e alegou 'direito de ausência'

Presidente faltou à oitiva que havia sido marcada por Alexandre de Moraes, e alegou 'direito de ausência' | Pedro Ladeira/Folhapress

O governo Bolsonaro não vai liberar os R$ 471,8 milhões solicitados pelo governo do estado de São Paulo para o atendimento dos municípios afetados pelas chuvas. O governo federal afirmou, porém, que vai atender às demandas das prefeituras das cidades atingidas.

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O anúncio de que o pedido não seria atendido foi feito no início da tarde desta terça-feira (1º), durante entrevista coletiva na Prefeitura de Francisco Morato, onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) e ministros de Estado se reuniram com prefeitos das áreas mais atingidas pelas fortes chuvas que chegaram a São Paulo na última semana.

O ofício encaminhado na segunda-feira (31) pela Secretaria de Desenvolvimento Regional da administração estadual solicitava R$ 50 milhões de forma emergencial para intervenções urgentes nas cidades de Rancharia, Ribeirão Preto, Arujá, Francisco Morato, Franco da Rocha, Itupeva, Jaú, Presidente Venceslau, Rafard, Várzea Paulista, Monte Mor e Itapevi.

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Também pedia mais R$ 321,8 milhões para políticas de investimento antienchente e R$ 100 milhões para implementação de reservatórios.

O ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, disse que o pedido feito pela administração estadual trata principalmente de obras de contenção, não de ações emergenciais.

Por isso, as necessidades dos municípios serão tratadas diretamente com os prefeitos, que terão suas reivindicações atendidas pelo governo federal.

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"Quanto ao pedido do governador ele sabe de que forma deve fazer essa solicitação. Não é a defesa civil e não é dessa forma. Ele tem que endereçar ao orçamento geral da União e essa discussão se dá no ano que antecede a aplicação geral do orçamento. Eu tenho certeza que o governador tem essa informação", disse.
Momentos antes, Bolsonaro havia dito que o governo faria "o possível" para atender as demandas do município.

"Apresentem suas necessidades e nós faremos todo o possível para atendê-los", declarou.

O presidente sobrevoou as áreas mais afetadas pelas chuvas em São Paulo, que deixaram ao menos 24 mortos, entre eles oito crianças. Os alagamentos e deslizamentos de terras deixaram mais de 1,5 mil famílias desabrigadas ou desalojadas. Pelo menos 27 municípios do estado foram afetados.

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Na manhã desta terça, o governador João Doria declarou que a visita do presidente para oferecer ajuda é bem-vinda.

"Nosso povo está sofrendo as duras consequências das chuvas que castigaram nosso estado. A visita do presidente a SP para oferecer ajuda aos que mais necessitam é bem-vinda" escreveu.

A visita do presidente ao estado de São Paulo é um contraste com sua postura durante as fortes chuvas que causaram destruição na Bahia em dezembro de 2021.

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O presidente tirava uma folga no litoral catarinense enquanto as enchentes se agravavam, deixando ao menos 24 mortos, cerca de 350 feridos e mais de 30 mil desabrigados. Ele chegou a dizer que esperava "não ter que retornar antes" do feriado de Réveillon.

Assim como aliados e membros do governo, a oposição ficou constrangida com as cenas de lazer do presidente, chegando a cobrar que ele suspendesse a viagem e liderasse as ações para mitigar os prejuízos da chuva no estado.

A resposta de Bolsonaro, ao falar de ações direcionadas à Bahia, foi anunciar a liberação de um crédito de R$ 200 milhões para o estado. Mas uma medida provisória publicada no dia seguinte distribuiu a verba para a reconstrução de rodovias em cinco estados.

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