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Cotidiano

Alckmin indica preocupação com discurso de Lula sobre reforma trabalhista

O ex-governador não estaria de acordo com a ideia de revogação da reforma trabalhista defendida pelo PT

10/01/2022 às 18:29  atualizado em 10/01/2022 às 18:30

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Geraldo Alckmin

Geraldo Alckmin | Marcelo Chello/CJPress/Folhapress

O ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido), que está sendo que está sendo cotado para a vice da chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida presidencial, demonstrou preocupação com a ideia de revogação da reforma trabalhista defendida pelo PT.

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Em café da manhã nesta segunda-feira (10) com o presidente nacional do Solidariedade, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SP), "Paulinho da Força", Alckmin pediu informações sobre a revogação de pontos da reforma trabalhista na Espanha e quis saber a opinião das centrais sindicais sobre o tema.

Segundo Paulinho, Alckmin disse que há apreensão no mercado sobre a possibilidade de revisão da reforma trabalhista conduzida pelo ex-presidente Michel Temer (MDB). O ex-governador também pediu que o deputado lhe encaminhasse material sobre o assunto, como sugestão de emendas. 

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Na conversa, Paulinho oficializou o convite para que Alckmin se filie ao Solidariedade, onde, segundo o presidente do partido, o ex-tucano teria total liberdade e poderia compor a chapa com Lula. 

A percepção de interlocutores de Alckmin é a de que ele abandonou de vez a ideia de concorrer ao Governo de São Paulo e tem mirado no plano nacional, falando de questões do país, como desemprego e isolamento em relação a outros países. 

Ainda de acordo com Paulinho, o entendimento de Alckmin é o de que a chamada terceira via não tem chances na eleição –que deve ser decidida entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Com Alckmin vice, a vitória petista poderia vir no primeiro turno na avaliação dos aliados do ex-governador. 

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O movimento para unir Alckmin e Lula partiu do PSB, que filiaria o ex-tucano e estuda formar uma federação com o PT na eleição de 2022. Para isso, porém, os partidos teriam que unificar candidaturas a governador em cinco estados. 

O cenário mais difícil é o de São Paulo, em que Márcio França (PSB) e Fernando Haddad (PT) pleiteiam a candidatura a governador. 

O encontro com Paulinho sinaliza que Alckmin não depende da filiação ao PSB para compor a chapa com Lula –Solidariedade e PV também são opções, sobretudo num contexto em que as negociações entre PT e PSB estão travadas diante do impasse paulista. 

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Paulinho argumentou que o PSB tem se valido da negociação com o ex-governador de São Paulo para exigir apoio do PT a seus candidatos a governos estaduais. Alckmin admitiu a possibilidade de se filiar ao Solidariedade. Mas não deu resposta. 

"Aqui [no Solidariedade], Alckmin não seria usado como moeda de troca", disse. 

Segundo Paulinho, Alckmin não mencionou as recentes manifestações de Lula e da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), favoráveis à iniciativa do governo espanhol, que revogou a reforma trabalhista local. 

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No último dia 4, Lula publicou nas redes um post afirmando ser "importante que os brasileiros acompanhem de perto o que está acontecendo na reforma trabalhista da Espanha, onde o presidente Pedro Sanchez está trabalhando para recuperar direitos dos trabalhadores". 

"Alckmin disse que está preocupado com a discussão que surge nos últimos dias sobre a revogação da reforma trabalhista", afirma Paulinho. 

Em resposta, o ex-presidente da Força Sindical afirmou que as centrais não defendem a revogação da reforma, mas a regulamentação da possibilidade de fixação, em assembleia, do valor de contribuição sindical por categoria. 

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Para Paulinho, deveria haver liberdade de negociação entre os sindicatos e representações patronais –o valor da contribuição seria estabelecido em assembleias. "Revogar a reforma não nos agrada, achamos que não é necessário", afirmou 

Alckmin se disse preocupado com a crise econômica, chegando a ressaltar a existência de moradores de rua até mesmo em Pindamonhangaba (SP), sua cidade natal. 

Na Espanha, a nova reforma, chamada também de "contrarreforma", revisa mudanças feitas em 2012 e que teriam impulsionado a precarização das condições de trabalho no país. 

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Entre as medidas, extingue os contratos por obra, limita os contratos temporários (que correspondem a cerca de 25% dos empregos no país) e estabelece regras mais rigorosas nas terceirizações. 

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou que quatro anos depois da entrada em vigor da reforma trabalhista, completados em novembro, o saldo é de queda no número de ações na Justiça do Trabalho, mas o número de empregos anunciado pelo governo à época ficou só na promessa.

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