Entre em nosso grupo
2
Cotidiano
O coordenador da Coordenaria de Vigilância em Saúde afirmou que os resultados observados no pico da doença já foram ultrapassados em duas vezes
06/01/2022 às 20:44 atualizado em 06/01/2022 às 20:46
Continua depois da publicidade
Movimentação de pessoas em São Paulo | bruno_rocha_fotoarenafolhapres
O estudo solicitado pelo prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) para basear a decisão sobre o cancelamento do carnaval de rua na Cidade, mostra que o número de casos leves de Covid-19 registrados pode ser o dobro do registrado no pico da pandemia, em abril do ano passado.
Continua depois da publicidade
O estudo considera apenas casos de síndrome gripal com teste laboratorial positivo para Covid-19, ou seja, aqueles nos quais a pessoa apresenta sintomas leves da doença. O texto conta com informações do g1.
No entanto, o estudo não considera os pacientes que são internados, mas apenas registros de testes positivos para coronavírus. Isso significa que a estimativa pode esconder um resultado ainda mais preocupante. Atualmente, o estado de São Paulo passa por um "apagão de dados", uma vez que, desde que o sistema do governo federal, responsável por processar os dados relativos à pandemia, sofreu um ataque hacker.
Continua depois da publicidade
Mesmo com a falta de dados oficiais, o coordenador da Coordenaria de Vigilância em Saúde (Covisa) da capital, Luiz Arthur Vieira Caldeira, diz que a prefeitura consegue fazer uma estimativa dos casos leves de Covid.
"Neste momento já podemos estar com praticamente o dobro do número de casos [de síndrome gripal] que nós tivemos no pico da pandemia, provocados pela P1 em março ou abril de 2021. Síndrome gripal, no total, incluindo Covid”, afirma Caldeira.
O pesquisador da USP Paulo Inácio Prado, membro do Observatório Covid-19 BR, diz que é impossível garantir que o número de casos leves de Covid-19 já ultrapassaram de fato o total registrado no pico da pandemia, mas garante que há uma tendência de crescimento acelerado.
Continua depois da publicidade
"Em geral há bastante incerteza nos pontos finais da previsão. É normal isso, porque o dado dos últimos dias é menos completo, portanto temos mais incerteza sobre quantos casos de fato aconteceram e ainda não entraram na base de dados.", explica o pesquisador.
"Mas está muito clara a tendência de crescimento acelerado, e foi muito importante que a prefeitura tenha dado este alerta" (Paulo Inácio Prado, do Observatório Covid-19 BR)
De acordo com Caldeira, da Covisa, o aumento expressivo de casos de Covid na Capital está sendo provocado pela presença da variante ômicron, assim como ocorre em outras grandes metrópoles.
Continua depois da publicidade
"É uma disseminação extraordinária, uma explosão de disseminação na população. Por isso estamos observando as unidades de pronto atendimento lotadas, mas de casos leves. No entanto, a quantidade de pessoas que atinge ao mesmo tempo é mais que o dobro do que vimos na P1. Em que pese as pessoas estarem mais protegidas, mas muito mais contaminados nesse momento", esclareceu o representante da Prefeitura.
A cepa ômicron já corresponde a 58% das novas infecções por coronavírus na cidade de São Paulo. Nesta quinta-feira (6) foi registrado o primeiro caso de morte por Covid associado à esta variante no País.
"Quando surgiu a ômicron na cidade de São Paulo, no dia 5 de dezembro, os testes sequenciados nos davam conta de 5% de ômicron. Na semana epidemiológica seguinte isso saltou para 37% dos casos. Ontem nos casos preliminares já atingiu 58%.", disse o secretário da Saúde da capital, Edson Aparecido, em entrevista à Globonews.
Continua depois da publicidade
"Quando surgiu a ômicron na cidade de São Paulo, no dia 5 de dezembro, os testes sequenciados nos davam conta de 5% de ômicron. Na semana epidemiológica seguinte isso saltou para 37% dos casos. Ontem nos casos preliminares já atingiu 58%" (Edson Aparecido, secretário da Saúde da cidade de São Paulo)
"A delta levou nove semanas para ser a variante prevalente na cidade. A ômicron, em menos de três semanas, e ainda com os dados atrasados, em menos de três semanas já representa 60%. Estamos na subida de casos de ômicron. Janeiro e fevereiro serão meses que a gente vai enfrentar, sem dúvida nenhuma, uma onda muito grande com a nova variante", completou o secretário da pasta no Município.
Em nota, a prefeitura de São Paulo informou que "realiza o monitoramento e a vigilância de acordo com os dados disponíveis em banco de notificações do governo federal" e que "os gráficos apresentados nesta quinta-feira (6), seguem o padrão de atraso de notificação de rotina e não leva em consideração os ataques sofridos pelo banco de dados do Ministério da Saúde."
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade