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Cotidiano

Pacientes desmaiam de fome em UBSs da capital paulista

Levantamento da Secretaria de Atenção Básica revelou que casos de pacientes com fome são frequentes em quase todas as unidades da periferia de São Paulo

29/11/2021 às 17:56

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UBS Jardim Três Corações onde um rapaz desmaiou de fome

UBS Jardim Três Corações onde um rapaz desmaiou de fome | Thiago Neme/Gazeta de S.Paulo

O relato é de um jovem de 23 anos que desmaiou de fome na UBS Jardim Três Corações, na capital paulista: "Comecei a sentir tontura e a mulher do lado perguntou se eu tava bem. Eu caí, apaguei. Foi muito rápido. Acordei e tava todo mundo assustado. Eu tava sem entender o que aconteceu.", conta Felipe Santos de Oliveira que passou mal enquanto esperava para ser atendido na Unidade Básica de Saúde.

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Após socorrerem Felipe, profissionais da UBS e até outros pacientes descobriram que o rapaz tinha desmaiado de fome. Ao perguntarem quando ele havia feito sua última refeição ele respondeu que não comia nada sólido há cerca de 24 horas. 

Não longe dali, outro caso de desnutrição, desta vez de uma grávida. A Médica da UBS Jardim Campinas, também na região sul da capital, Daniela Silvestre, relata que uma paciente com 30 anos de idade cambaleava no recinto. Ao perguntar à moça se ela usava drogas ou bebida alcoólica a mulher teria respondido que não comia nada há dois dias inteiros. "Não. Você não tem nada para eu comer? Eu preciso comer." As informações são da coluna TAB do Uol.

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"Tenho bastante medo de virar morador de rua. Quando a coisa [pandemia] começou, eu perdi emprego e depois fiquei sem comida. Ficava pensando no dia em que ia ser obrigado a pegar minha malinha e ir morar numa calçada" (Felipe Oliveira, rapaz que desmaiou na UBS Jardim Três Corações)

Os casos registrados de pessoas que procuraram uma UBS para relatar, além de problemas de saúde mais clássicos, o problema social da fome, passaram a ocorrer com mais frequência há cerca de três meses, segundo informação do secretário municipal de saúde, Edson Aparecido.

Na UBS de Parelheiros, ainda na zona sul, uma enfermeira que não ter se identificar, afirma que é comum a presença de crianças que, durante a consulta, pedem algo para comer. Ela conta ainda que muitos idosos que precisam controlar a glicemia acabam piorando seu estado de saúde por não ter alimentação constante em casa.

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Os profissionais daquela unidade tentam orientar estes pacientes a procurarem por serviços de assistência social, mas por saberem a urgência da fome dos pacientes acabam também realizando campanhas internas de arrecadação de alimentos para doação na própria unidade. Eles dão prioridade a idosos e mães de filhos pequenos.

Um levantamento feito pela secretária-executiva municipal de Atenção Básica, Especialidades e Vigilância em Saúde, Sandra Sabino, revelou que os casos de paciente com fome ocorrem em quase toda a periferia de São Paulo e incluem os bairros de Guaianazes, Perus, Jardim Ângela, Pirituba, São Mateus, São Miguel Paulista, Guaianazes, Ermelino Matarazzo, Itaim Paulista, Grajaú, M'Boi Mirim e Parelheiros (um dos primeiros a identificar casos deste tipo).

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