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Cotidiano
Linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha operam em alguns trechos; a linha 15-Prata está totalmente fechada e a 4-Amarela e 5-Lilás funcionam normalmente, assim como os trens da CPTM
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Estação Jabaquara, da Linha 1-Azul, fechada nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira | Vinicius Passarelli/CBN-SP
As estações de quatro linhas do Metrô de São Paulo não abriram, na madrugada desta quarta-feira (19), por causa da greve dos metroviários, e pegou os paulistanos de surpresa.
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A paralisação afetou as linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 15-prata (monotrilho), onde trabalham cerca de 7.200 metroviários. O movimento grevista não fechou as linhas 4-amarela e 5-lilás, que são privatizadas e operam normalmente.
As composições só começaram a circular parcialmente por volta das 6h55, pouco mais de duas horas do início habital da operação do sistema de transporte sobre trilhos paulistano, às 4h40.
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Segundo o Metrô, os trechos que iniciaram operação são os entre as estações Ana Rosa e Luz, na linha 1-azul; entre Alto do Ipiranga e Clínicas, da linha 2-verde; e entre Bresser-Mooca e Santa Cecília, na linha 3-vermelha. Não há previsão de operação no monotrilho da linha 15.
Liminar do TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho) determina a manutenção de 80% dos serviços nos horários de maior movimento, das 6h às 10h e das 16h às 20h, e 60% nos demais horários, sob pena de aplicação de multa diária ao sindicato de R$ 100 mil.
De acordo com o Metrô, ônibus da operação Paese, que farão o mesmo trajeto das linhas, já estão a caminho das estações. Serão 88 coletivos na linha 1, 40 na linha 2, 75 na linha 3 e 15 no monotrilho.
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Na estação Corinthians-Itaquera, da linha 3-vermelha, muitos passageiros não sabiam da paralisação. "Não ouvi nada dessa greve. Tenho que ir para o centro e nem dá pra embarcar no trem também", disse a diarista Maria do Carmo Oliveira, 34 anos.
Como a estação é operada pelo Metrô, os passageiros que queriam usar a linha 11 da CPTM, como alternativa, só puderam fazê-lo às 5h, quando o acesso foi liberado. Longas filas se formaram para o embarque nos trens.
O lixador Adriano Crestoni, 43, resolveu esperar na estação para ver se o Metrô iniciava a operação. "Tinha que entrar às 7h, mas não vou conseguir chegar na Barra Funda", diz.
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Já a auxiliar de escritório Vanessa Fernandes, 26, resolveu embarcar no trem da CPTM para chegar ao Brás. "Vou ter que encarar o trem superlotado, em plena pandemia. Seja o que Deus quiser."
Funcionárias de uma farmácia em Higienópolis (região central), Alessandra Silva de Souza, 27, e Angélica Oliveira, 37, recorreram a um carro de aplicativo para conseguir chegar ao trabalho. "A gente é serviço essencial e não pode parar", disse Souza.
Auxiliar de enfermagem, Keyze Lais Lourenço Gregório, 23, tentava achar uma alternativa para chegar ao hospital em que trabalha na Bela Vista (região central). "Não adianta eu tentar ir com o Paese, porque vai chegar no centro e não conseguirei fazer a baldeação na linha azul. Sem falar que o trecho do metrô que é a funcionando vai estar mais lotado do que de costume. Parece que acabou a pandemia."
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Na estação Jabaquara, da linha 1-Azul, na zona sul de São Paulo, um grupo de estudantes apoia a greve dos metroviários com faixas e bandeiras.
A greve foi convocada após a gestão João Doria (PSDB) não aparecer na audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho. A reunião havia sido marcada para esta terça.
Os metroviários dizem estar sem reajuste há pelo menos dois anos. "A categoria luta contra a precarização do trabalho, retirada de direitos e arrocho salarial", diz o sindicato.
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Em nota, o Metrô afirma que "fez uma proposta de acordo salarial aos seus empregados muito acima do que é praticado no mercado de trabalho e previsto na legislação trabalhista" e citou que a liminar do TRT-SP determina a manutenção de 80% dos trabalhadores no horário de pico.
Em entrevista à Globo, na manhã desta quarta, o secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, disse que haverá punição caso a liminar do TRT-SP para funcionamento parcial do Metrô continue a não ser cumprida. Ele afirmou que o governo de São Paulo aportou recursos durante a pandemia para a manutenção do transporte metroviário e dos empregos na companhia.
Coordenador do Sindicato dos Metroviários, Wagner Fajardo disse que espera um contato do governo com uma alternativa para a volta ao trabalho. Ele afirmou também que o tribunal ainda não julgou a greve e que a falta de empatia com a população é do governo e não da categoria.
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IMPASSE
Entre as principais reivindicações dos metroviários estão o reajuste salarial de aproximadamente 10%, referente à inflação acumulada dos últimos dois anos, e a manutenção de direitos como os adicionais noturnos de 50% e de férias de 70% sobre o salário.
Na audiência conciliatória desta segunda (17), o MPT (Ministério Público do Trabalho) propôs, entre outros pontos, reajuste salarial de 9,7% em três parcelas, sendo a primeira em maio de 2021, a segunda em janeiro de 2022 e a terceira em maio de 2022, adicional noturno de 40% até dezembro de 2021, com retorno ao patamar atual em janeiro de 2022.
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O Metrô recusou e ofereceu reajuste salarial de 2,61%, não retroativo, a partir de 1º de janeiro de 2022, pagamento da segunda parcela da PR (Participação nos Resultados) somente em 31 de janeiro de 2022 e mediante "formalização de acordo que contemple as condições e critérios do valor a ser pago".
Além da disputa salarial, o sindicato também está brigando com o governo contra a venda do terreno onde fica a sede da entidade.
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