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Cotidiano
YouTube considerou que Bolsonaro infringiu as diretrizes ao disseminar desinformação sobre saúde pública, excluiu vídeo e determinou suspensão
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Jair Bolsonaro, sem máscara, durante visita ao Mato Grosso em setembro | /Alan Santos/PR
A suspensão de uma semana ao canal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no YouTube, revelada pelo Painel, da Folha de S.Paulo, nesta segunda-feira (25), é a primeira que a plataforma impôs ao presidente.
Em sua live de quinta-feira (21), ele fez associação sem qualquer base científica entre vacinas da Covid-19 e o vírus da Aids.
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O YouTube considerou que Bolsonaro infringiu as diretrizes da plataforma ao disseminar desinformação sobre questões de saúde pública, excluiu seu vídeo e determinou a suspensão de uma semana, ao longo da qual ele não poderá fazer transmissões ou publicar novos vídeos.
Em julho, Bolsonaro recebeu uma primeira advertência do YouTube por publicar conteúdo prejudicial ao controle da pandemia. A partir dessa advertência, o usuário passa a ser enquadrado no que é chamado da regra dos três strikes do YouTube.
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Após uma primeira infração, o usuário é suspenso por uma semana. Depois da segunda, a suspensão passa a ser de duas semanas. No caso de uma terceira infração no prazo de 90 dias, a conta é fechada.
"Removemos um vídeo do canal de Jair Bolsonaro por violar as nossas diretrizes de desinformação médica sobre a Covid-19 ao alegar que as vacinas não reduzem o risco de contrair a doença e que causam outras doenças infecciosas", disse o YouTube, em nota.
"As nossas diretrizes estão de acordo com a orientação das autoridades de saúde locais e globais, e atualizamos as nossas políticas à medida que a orientação muda. Aplicamos as nossas políticas de forma consistente em toda a plataforma, independentemente de quem for o criador ou qual a sua opinião política", completou.
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Na live, Bolsonaro leu uma suposta notícia que alertava que "vacinados [contra a Covid] estão desenvolvendo a síndrome da imunodeficiência adquirida [Aids]".
Médicos, no entanto, afirmam que a associação entre o imunizante contra o coronavírus e a transmissão do HIV, o vírus da Aids, é falsa, inexistente e absurda.
A relação estabelecida por Bolsonaro gerou revolta nas comunidades médicas e científicas nos últimos dias. Em entrevista ao Painel, Carlos Lula, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), classificou a live como absurda, trágica, falsa, mentirosa e grotesca.
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Jamal Suleiman, infectologista do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, destaca que as vacinas da Covid não utilizam nenhum fragmento de HIV em sua composição.
Denise Garrett, epidemiologista e vice-presidente do Instituto Sabin (EUA), reforça: "Não tem nenhuma possibilidade ou plausabilidade dessas vacinas fazerem isso. A afirmação é absurda e anticientífica."
Além disso, enfatiza Suleiman, são doenças com transmissões completamente diferentes.
Enquanto o HIV é transmitido por meio de relações sexuais e compartilhamento de seringas, o novo coronavírus que causa a Covid se espalha por meio da respiração.
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"O presidente tem uma fixação anal e precisa ir para o divã", comenta Suleiman. "Ao dizer isso, o presidente coloca em xeque o PNI [Programa Nacional de Imunização]".
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