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Este país vai desaparecer com o avanço do mar

Tuvalu luta para preservar sua cultura e identidade enquanto enfrenta a ameaça de submersão devido às mudanças climáticas

Raphael Miras

28/11/2024 às 12:25  atualizado em 28/11/2024 às 19:15

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Localizado no Pacífico Sul, o Tuvalu tem cerca de 11 mil habitantes e está à beira da extinção por conta da elevação do nível do mar. 

Localizado no Pacífico Sul, o Tuvalu tem cerca de 11 mil habitantes e está à beira da extinção por conta da elevação do nível do mar.  | Wikimedia Commons

Um país no meio do oceano enfrenta um futuro incerto devido ao impacto devastador das mudanças climáticas. 

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Localizado no Pacífico Sul, o Tuvalu tem cerca de 11 mil habitantes e está à beira da extinção por conta da elevação do nível do mar. 

O ponto mais alto do território é apenas cinco metros acima do nível do mar, tornando possível o avanço das águas sobre as novas ilhas e dezenas de ilhas que compõem a nação.

Projeto “Futuro Agora”

Ministro de Tuvalu grava vídeo para COP26 de dentro do mar para alertar que ilha está desaparecendoMinistro de Tuvalu grava vídeo para COP26 de dentro do mar para alertar que ilha está desaparecendo. Foto: Governo de Tuvalu/Redes sociais

Para preservar sua existência e identidade, Tuvalu anunciou um projeto inédito: se tornar a primeira nação digital do mundo. 

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Com o apoio da tecnologia avançada, o país está digitalizando seu território, suas tradições culturais e até a funcionalidade governamental, como eleições. 

Essa iniciativa, chamada “Futuro Agora”, busca garantir que Tuvalu continue sendo reconhecido como um Estado soberano, mesmo que seu território físico desapareça.

Uma nação digital no metaverso

A ideia de transferir Tuvalu para o metaverso não é apenas simbólica. O governo mapeou tridimensionalmente suas ilhas e está desenvolvendo um passaporte digital, permitindo que cidadãos tuvaluanos participem de eventos e eleições online. 

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O objetivo é criar uma "arca digital", onde elementos culturais e históricos sejam preservados para as futuras gerações.

Simon Kofe, ministro da Justiça, Comunicação e Relações Exteriores de Tuvalu, destacou que a digitalização também é um alerta global: 

"Estamos pensando, mas o mesmo está acontecendo com todos. Não importa se sentimos os efeitos hoje, como Tuvalu, ou daqui a 100 anos.”

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A luta contra o tempo

Apesar dos esforços, Tuvalu sofre graves impactos. A intrusão de água salgada no solo e a erosão costeira já dificultam o cultivo de alimentos e a obtenção de água potável. 

Muitos moradores dependem exclusivamente da água da chuva, já que os poços ficaram inutilizáveis. O país também enfrentou eventos climáticos extremos, como ciclones e períodos de seca, agravados pelo aquecimento global.

Além disso, Tuvalu busca apoio internacional para ser reconhecido como Estado permanente, mesmo que submerso. Uma mudança na Constituição do país já prevê essa situação. 

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No cenário internacional, Tuvalu tenta redefinir conceitos no direito internacional e buscar compensações financeiras por danos causados pelos maiores emissores de gases de efeito estufa.

Um apelo ao mundo

Tuvalu é um símbolo de vulnerabilidade das pequenas nações insulares às mudanças climáticas. Embora seja um dos emissores menores de carbono do planeta, paga um preço altíssimo pelas emissões dos países mais ricos.

Como comentou o ministro Kofe: “É devastador pensar que nossos filhos e netos não podem ter onde viver. Nossa luta é pela sobrevivência, mas também é um lembrete de que ninguém está imune às consequências do aquecimento global.”

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