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Jaraguá resiste

10/03/2020 às 01:00  atualizado em 10/03/2020 às 10:22

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Nilton Tatto
COLABORADOR

Nilton Tatto COLABORADOR | /Divulgação

Sob novos ataques, aldeias que habitam a região do Jaraguá, em São Paulo, resistem, mas precisam de todo nosso apoio para evitar que sua cultura e suas vidas não sigam ameaçadas. Em 2016, o projeto do governo Alckmin que privatizava os Parques Estaduais foi aprovado, sem consultar povos tradicionais que os habitam, entre eles os indígenas Guarani, Guarani MBya e Guarani Ñandeva, da Terra Indígena Jaraguá. Em 2020, uma obra da construtora Tenda pode trazer graves impactos à biodiversidade e aos indígenas da região.

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Para construir um conjunto de seis edifícios, abrigando cerca de 800 moradores, a construtora derrubou pelo menos 500 árvores há apenas 300 metros da aldeia Tekoa Pyau, que faz parte daquela que já é a menor Terra Indígena do Brasil, localizada próxima ao Pico do Jaraguá. Os Guarani Mbya, que ali habitam, alegam que a Tenda não realizou nenhum estudo de impacto socioambiental do empreendimento na comunidade, o que contraria um decreto do Ibama.

É evidente que um projeto como este jamais poderia ser implementado tão próximo à um território indígena. Ambientalistas e gestores públicos no mundo todo entendem que é necessário haver uma faixa de transição, entre uma área de preservação e o início de uma ocupação vertical tão densa. Segundo os Guarani, quando o projeto estiver concluído, "será um monte de brancos olhando para nós de cima de seus prédios". Um tipo de invasão, ou monitoramento, que obviamente violenta as tradições e cultura destes povos.

De acordo com Thiago Henrique Karai Jekupe, o impacto desta obra será definitivo. "Vai significar a extinção de um de nossos núcleos e do nosso modo de vida. Não existe compensação para isso, você vai acabar com famílias e com nossa ancestralidade", afirma o líder Guarani.

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É por isso que no último sábado, indígenas, apoiados por ambientalistas, parlamentares, artistas e militantes realizaram um grande encontro, em defesa de seu território. Defender estes povos, afinal, é garantir a sobrevivência destes homens e mulheres, além de uma cultura ancestral que ainda resiste.

*Nilto Tatto é deputado federal pelo PT por São Paulo.

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