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Cotidiano
Especialistas deixam claro que não há motivos para pânico e esclarecem como a doença é contraída e como se prevenir
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Febre maculosa é transmitida por picada de carrapato | Divulgação/Prefeitura de Jundiaí
A recente lembrança da pandemia do novo coronavírus tem feito com que os moradores do estado de São Paulo fiquem amedrontados com outra enfermidade: a febre maculosa. Isso porque, nos últimos dias, foram registrados quatro óbitos no Estado causados pela doença.
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Especialistas explicam, contudo, que não há motivos para pânico, visto que os recentes óbitos ocorreram em pessoas que estiveram em eventos na Fazenda Santa Margarida, em Campinas, justamente em um dos 12 pontos mapeados pela Prefeitura local como de risco para a doença.
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, em 2023, já foram confirmados 53 casos de febre maculosa, dos quais oito resultaram em óbitos. A maior concentração de casos é verificada nas regiões Sudeste e Sul, e de maneira geral ocorrem de forma esporádica.
No estado de São Paulo, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde, este ano, foram registrados 12 casos de febre maculosa com seis óbitos, incluindo os confirmados nos últimos dias. Em 2022, foram registrados 53 casos, com 37 óbitos confirmados. Já em 2021, foram 76 casos e 42 óbitos.
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Ainda conforme a secretaria, no estado, a doença passou a ser detectada a partir da década de 1980, nas regiões de Campinas, Piracicaba, Assis, nas áreas mais periféricas da região metropolitana de São Paulo e no litoral, mas em uma versão mais branda. Os municípios de Campinas e Piracicaba são, hoje, os dois que apresentam o maior número de casos registrados de febre maculosa.
No que diz respeito à Capital, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), informa que em 2021, 2022 e 2023 não foram registrados casos autóctones na cidade. A pasta destaca que casos autóctones são aqueles contraídos na cidade de residência do munícipe, enquanto o importado é de fora dela.
Em relação aos óbitos, no ano de 2022, foi registrado um óbito importado (Município Santa Branca - SP), mesmo número de 2023 até o momento, um óbito importado de Campinas.
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Mas, o que é a febre maculosa, afinal?
A febre maculosa é uma doença infecciosa, febril e aguda, o que, segundo a médica infectologista Fátima Porfírio, gerente do serviço de controle de infecção hospitalar do Hospital Sepaco, quer dizer que “ocorre poucos dias após o indivíduo ter sido infectado por uma bactéria chamada Rickettsia, podendo variar desde sintomas leves a doença grave.”
Para que uma pessoa seja infectada pela febre maculosa, ela precisa ser picada por um carrapato infectado. Ou seja, não há transmissão de pessoa para pessoa. No Brasil, a principal espécie de carrapato responsável pela transmissão é o Amblyomma Sculptum, popularmente conhecido como carrapato-estrela.
“Para ocorrer a infecção é preciso que o carrapato fique preso à pele do ser humano por pelo menos quatro horas. Vale ressaltar que o carrapato que tenha a bactéria fica com ela durante toda a vida, podendo passar a doença para outros indivíduos”, diz o enfermeiro infectologista Milton Alves Monteiro Junior, coordenador do serviço de controle de infecção hospitalar do HSANP.
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Sintomas
De acordo com o infectologista Alexandre Piva, professor do curso de Medicina da Universidade Cidade de S. Paulo – Unicid, a principal característica epidemiológica da febre maculosa é a letalidade extremamente elevada, quando não identificada e tratada precocemente.
Os sintomas costumam aparecer de dois a 14 dias após a picada do carrapato e incluem febre elevada que surge de forma abrupta, dor de cabeça, dor no corpo, náuseas e vômitos. Além disso, podem surgir manchas nos pulsos, palma das mãos, tornozelos, planta dos pés e, antebraços, que se estendem rapidamente para outras partes do corpo.
“A dificuldade do diagnóstico é devida aos sintomas serem comuns a muitas outras doenças como leptospirose, dengue, hepatite viral, salmonelose, meningoencefalite, malária e pneumonia”, observa Alexandre.
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Tratamento e prevenção
O tratamento da febre maculosa é feito com antibióticos específicos, porém, alertam os médicos, ele deve ser iniciado o quanto antes, para reduzir a mortalidade. Assim, caso observe sintomas após estar em áreas com risco para a doença, ou mesmo com presença de capivaras e cavalos, o serviço de saúde deve ser procurado imediatamente e o paciente deve informar que esteve em tais locais.
Para prevenir a doença, o ideal é evitar locais sujeitos à infestação de carrapatos, mas se isso não for possível, use roupas claras, de mangas longas, calça comprida por dentro de botas ou meias, sapatos fechados e cabelos presos. Vale ainda usar repelente no corpo e por cima da roupa.
Outra providência importante é fazer uma inspeção no corpo e nas roupas para observar se há carrapatos, em caso positivo, o animal deve ser retirado com cuidado, com o auxílio de uma pinça, sem esmagar e, depois, ser colocado no álcool ou queimado. A pessoa também deve procurar o médico, se encontrar um carrapato na pele.
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Pets
Quem tem animais de estimação deve ainda manter cuidados especiais para evitar que o pet seja infestado por carrapatos. Segundo o médico-veterinário Ítalo Oliveira, do Centro Veterinário Seres, do grupo Petz, os cães não transmitem a febre maculosa para os humanos, mas podem contrair a doença ou servir de hospedeiro para o carrapato, que, consequentemente pode picar o ser humano. “Destaca-se que o carrapato estrela não tem os cães como seu hospedeiro preferencial, mas sim as capivaras e equinos”, ressalta Ítalo.
Mesmo que os cães não sejam hospedeiros preferenciais do carrapato, ao frequentar parques e lugares de matas com eles, vale inspecionar o corpo do animal. Se encontrar o parasita, é importante também inspecionar o ambiente.
“Ao encontrarmos um carrapato no cão, isso pode significar um número muito maior de parasitas no ambiente. Por isso, a limpeza e desinfecção do ambiente tanto com remoção mecânica, quanto com produtos específicos é essencial”, observa a médica-veterinária Mariana Paraventi, supervisora técnica da Petland&Co e da Dra.Mei.
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Assim como acontece com os humanos, nos cães, a febre maculosa, também conhecida como doença do carrapato, exige tratamento rápido, sendo que os sintomas incluem febre, falta de apetite, náusea e apatia.
Para proteger o pet, e assim a família, deve ser mantida em dia a prevenção de ectoparasitas, como pulgas, e carrapaticidas, dos pets, que pode ser feita por meio de comprimidos, pipetas ou coleiras, devendo ser respeitados as doses e intervalos de aplicação.
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