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Política

Cadeirada, debates violentos, fiasco do PSDB e vitória de Nunes marcam eleições em SP

Disputa eleitoral na maior cidade do País entrou para a história como um dos pleitos mais polêmicos da capital paulista

Bruno Hoffmann

27/12/2024 às 11:00  atualizado em 27/12/2024 às 11:10

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Pablo Marçal foi de ambulância ao Hospital Sírio-Libanês após ser atingido por uma cadeirada de José Luiz Datena

Pablo Marçal foi de ambulância ao Hospital Sírio-Libanês após ser atingido por uma cadeirada de José Luiz Datena | Reprodução

As eleições municipais de São Paulo em 2024 chegaram ao fim no dia 27 de outubro, com a vitória de Ricardo Nunes (MDB) para um novo mandato, em um sinal de pragmatismo do eleitorado paulistano. O caminho, porém, entrou para a história como um dos pleitos mais polêmicos da capital paulista.

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A campanha teve debates violentos, fraude de documentos, acusação de uso de drogas e candidato de esquerda que resolveu “invadir” a casa dos eleitores na reta final. Também representou a pior derrota eleitoral do PSDB na história da maior cidade do País.

Fator Marçal

No início de 2024 já estava claro que a campanha paulistana seria polarizada entre o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). Um novo nome, porém, entraria em cena para disputar o protagonismo: Pablo Marçal (PRTB), o empresário e ex-coach decidiu apostar na agressividade para chamar a atenção do eleitorado.

A decisão de Marçal mexeria muito no cenário político paulistano e até nacional. O empresário se tornaria uma liderança na direita com fôlego para disputar protagonismo com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Marçal provoca Boulos ao mostrar uma carteira de trabalho durante debate na Faap. /Arquivo Pessoal/Maria Eduarda
Marçal provoca Boulos ao mostrar uma carteira de trabalho durante debate na Faap. /Arquivo Pessoal/Maria Eduarda
Boulos anuncia que vai dormir na casa de eleitores na última semana do segundo turno. /Leandro Paiva/Divulgação
Boulos anuncia que vai dormir na casa de eleitores na última semana do segundo turno. /Leandro Paiva/Divulgação
Datena agride Marçal com uma cadeirada no debate da TV Cultura./Reprodução
Datena agride Marçal com uma cadeirada no debate da TV Cultura./Reprodução
Boulos durante agenda com evangélicos./Leandro Paiva /Divulgação
Boulos durante agenda com evangélicos./Leandro Paiva /Divulgação
Boulos e Nunes durante debate de segundo turno./Reprodução
Boulos e Nunes durante debate de segundo turno./Reprodução
PSDB lançou Datena com grande expectativa, mas ele entrou na campanha sem demonstrar entusiasmo e se mostrou um fiasco nas pesquisas eleitorais.
PSDB lançou Datena com grande expectativa, mas ele entrou na campanha sem demonstrar entusiasmo e se mostrou um fiasco nas pesquisas eleitorais.

Ele imprimiu um estilo agressivo desde o início, ao dar apelidos desabonadores aos adversários, criar polêmicas pessoais sem qualquer comprovação e até tentar culpar Tabata Amaral (PSB) pela morte do próprio pai dela. Ele, por outro lado, foi relacionado ao PCC por adversários.

O estilo, por vezes baixo, não afastou os eleitores inicialmente. Pelo contrário. A sua subida nas pesquisas chegou a assustar Nunes e Boulos.

Na reta final, foi atingido por uma cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) ao sugerir que o apresentador fosse um estuprador. Com menos de 48 horas para as eleições, também publicou um laudo falso para voltar a tentar relacionar Boulos à cocaína.

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Ambos fatores, segundo parte dos analistas, ajudaram a desidratar a campanha de Marçal. Mesmo assim, o empresário não foi para o segundo turno por muito pouco. Ele diz que pretende se candidatar à presidência do Brasil em 2026.

Fiasco de Datena

O PSDB lançou Datena com grande expectativa, de olho na popularidade que o apresentador tinha no comando do Brasil Urgente, na Band. Ele entrou na campanha sem demonstrar entusiasmo e se mostrou um fiasco nas pesquisas eleitorais.

Ao fim, não conquistou sequer 2% dos votos. Pior: não conseguiu ajudar o tucanato a eleger qualquer vereador à Câmara. “Nunca mais vou entrar em política na minha vida. Nunca!”, garantiu ele, que depois das eleições trocou a Band pelo SBT para continuar com seus programas policialescos.

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Boulos 'invadiu' a casa da população

Com variação na maioria das pesquisas entre a primeira e a segunda colocação, Boulos preferiu manter um estilo sereno no primeiro turno, tal qual sua candidata a vice, Marta Suplicy (PT).

No segundo, o candidato do PSOL se transformou. O psolista ameaçou Nunes de soltar uma série de denúncias (em estilo semelhante ao de Marçal) e resolveu chamar uma coletiva de imprensa em frente à sede da prefeitura para anunciar que passaria a semana final da campanha dormindo na casa de eleitores.

Não foi suficiente para virar o jogo contra Nunes, que conquistou uma vitória tranquila em 27 de outubro.

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Força de Tabata

A deputada Tabata Amaral (PSB) teve uma posição boa para uma candidatura estreante e terminou em quarto lugar, com quase 10% dos votos válidos.

O seu posicionamento voltado a centro-esquerda, mas que conversa com algumas pautas caras à direita, mais afastou do que atraiu novos eleitores. Ela nunca esteve entre os nomes que podiam chegar de fato ao segundo turno.

Voto pragmático

Nunes exaltou durante a campanha que ele era o candidato “de centro”, que atraía votos de todas as correntes. De fato, a sua figura reuniu grande parte dos apoios partidários.

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O emedebista deu passe livre para Bolsonaro escolher o candidato a vice, que foi o coronel Mello Araújo (PL), ex-comandante da Rota e nome da linha dura da Polícia Militar de São Paulo.

Durante a campanha, Nunes tentou se afastar de Bolsonaro, pela rejeição alta que o ex-presidente tem entre o eleitorado da capital paulista.

Os dois só participaram de uma agenda conjunta na reta final da campanha, em uma churrascaria que reuniu personalidades influentes e milionárias da cidade. O seu grande cabo eleitoral foi o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), a quem mostrou gratidão em todo o momento.

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O governador promoveu uma das últimas polêmicas da campanha ao associar Boulos ao PCC no dia do segundo turno das eleições. Segundo analista, Nunes pode até perder o cargo devido à fala do aliado.

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