Policial que jogou jovem de ponte em SP é solto e vai responder em liberdade

A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu o habeas corpus ao policial militar Luan Felipe Alves Pereira, preso por jogar o jovem Marcelo Amaral, de 25 anos, de uma ponte na Vila Clara, zona sul da capital. 

Um vídeo registrou a ação da abordagem policial no início de dezembro do ano passado e as imagens viralizaram na internet.

O Ministério Público abriu um inquérito de investigação na ocasião e Luan foi solto nesta quinta (10/4). O benefício foi concedido porque a prisão preventiva foi considerada uma "antecipação de pena" e o PM responderá o processo em liberdade.

Na última segunda-feira (7/4), a Polícia Civil indiciou o policial por tentativa de homicídio e, ao ser interrogado dentro do presídio, ele disse que só falaria em juízo. 

Com o indiciamento, o inquérito aberto pela Polícia Civil deve ser concluído nos próximos dias e enviado ao Tribunal do Júri. O juiz abrirá prazo para o Ministério Público decidir se oferece denúncia (acusação formal à Justiça), pede mais providências ou se arquiva o caso.

Outros seis PMs que participaram da abordagem contra o jovem também foram indiciados pela Corregedoria da PM por tentativa de homicídio. O inquérito policial militar foi concluído e enviado à Justiça Militar.

O vídeo, gravado por uma testemunha, registrou o momento em que o policial tira o jovem da moto e o arremessa de uma ponte no dia 3 de dezembro de 2024. O homem caiu cerca de 3 metros, mas não teve ferimentos graves.

No depoimento à polícia, Marcelo afirmou pilotar uma moto na avenida Cupecê, quando freou o veículo. Ele disse que não estava em alta velocidade. 

Os policiais correram na direção dele e o jovem foi agredido com golpes de cassetete na cabeça e nas costas. Marcelo ainda relatou que o policial militar o levou pela gola da camisa até perto da ponte e deu a ele duas opções: saltar ou ser arremessado. Depois, o PM o pegou pela perna e o arremessou.

O jovem caiu de joelhos e teve lesões na cabeça causadas pelos golpes de cassetete. Ele conseguiu a carona de um desconhecido e recebeu atendimento médico na UPA Santa Catarina. O jovem não tem passagem pela polícia.