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Polícia
Uma análise dos eventos, das vítimas e do impacto nacional do ataque na Escola Estadual Raul Brasil, ocorrido em 2019
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A tragédia de Suzano nos lembra da importância de monitorar sinais de alerta em jovens vulneráveis, bem como do perigo representado por comunidades online que promovem a violência. | Wikimedia Commons
Na manhã do dia 13 de março de 2019, o Brasil vivenciou um dos mais brutais ataques escolares da sua história.
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Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25, invadiram a Escola Estadual Professora Raul Brasil, em Suzano, e mataram sete pessoas, sendo cinco alunos e duas funcionárias do colégio.
O ataque gerou comoção em todo o país. Autoridades, como o ex-governador João Doria e o então ex-presidente Jair Bolsonaro, expressaram pesar pelas vítimas. O Supremo Tribunal Federal também divulgou nota repudiando o atentado.
Dias antes do ataque, Guilherme já dava indícios de suas intenções em postagens no Twitter.
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Ele compartilhava mensagens extremistas, mostrava fascínio por outros ataques em massa, como o massacre de Columbine, e demonstrava uma crescente obsessão por armas e violência.
Em sua biografia na rede social, Guilherme escrevia frases como “#fuckthegovernment” e “#god”. Luiz, por outro lado, era considerado reservado e não tinha histórico de comportamento violento.
No entanto, sob a influência de Guilherme, ele se tornou um cómplice dedicado, chegando a gastar cerca de R$ 7 mil em armas e munições para o ataque.
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Ambos participavam de fóruns online que glorificavam massacres e forneciam dicas para execução de atentados. Esses espaços virtuais foram fundamentais para planejar os detalhes do crime, inclusive para a aquisição de armas.
Naquela quarta-feira fatídica, os dois jovens estacionaram um carro próximo à escola e aguardaram o momento do intervalo para entrar.
A primeira vítima foi o tio de Guilherme, Jorge Moraes, que foi assassinado na própria loja antes de os atiradores seguirem para a escola.
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Dentro da Raul Brasil, a coordenadora pedagógica Marilena Vieira foi a primeira a ser morta, seguida pela inspetora Eliana Xavier.
Os atiradores então passaram a atacar indiscriminadamente os alunos. No total, cinco estudantes perderam a vida: Caio Oliveira, Claiton Ribeiro, Douglas Celestino, Kaio Lucas e Samuel Silva.
Enquanto Guilherme disparava contra as vítimas, Luiz utilizava uma machadinha para golpear aqueles que caíam ao chão. O massacre deixou também 11 feridos, dois deles em estado grave.
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Quando a polícia chegou ao local, os atiradores já estavam mortos. As investigações apontaram que Guilherme matou Luiz antes de tirar própria vida.
A investigação revelou que bullying, isolamento social e uma busca doentia por reconhecimento estavam entre as principais motivações dos jovens.
Guilherme era descrito como um garoto solitário, que sofria com a ausência dos pais e encontrava conforto em conteúdos violentos na internet.
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Luiz, por sua vez, era visto como ingênuo e facilmente influenciável, o que teria facilitado sua cooptação para o plano.
O jovem de 17 anos desejava superar o número de vítimas do massacre de Columbine, nos Estados Unidos, que deixou 15 mortos em 1999.
Além disso, cadernos encontrados no carro usado pela dupla mostravam desenhos de armas e anotações sobre jogos de tiro em primeira pessoa.
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Os funerais das vítimas foram marcados por comoção e dor. As famílias continuam buscando respostas e lutando para evitar que tragédias semelhantes se repitam.
A tragédia de Suzano nos lembra da importância de monitorar sinais de alerta em jovens vulneráveis, bem como do perigo representado por comunidades online que promovem a violência.
Mais de quatro anos depois, o massacre de Suzano permanece como uma cicatriz na história do Brasil, um lembrete sombrio da necessidade de cuidar da saúde mental, combater o bullying e limitar o acesso a conteúdos extremistas que incentivam a destruição em massa.
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