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Crime chocante em São Paulo: pai mata filha na frente dos netos; saiba o que aconteceu com ele

Motivado por herança, pai atirou na filha na frente dos netos; após os disparos, ele fugiu com a namorada

Joseph Silva

04/12/2024 às 14:18  atualizado em 04/12/2024 às 18:07

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Pai matou filha a tiros na frente dos netos em 2017 em São Paulo; Frederico Soares foi condenado a 28 de prisão por feminicídio contra Maira Soares

Pai matou filha a tiros na frente dos netos em 2017 em São Paulo; Frederico Soares foi condenado a 28 de prisão por feminicídio contra Maira Soares | Reprodução/Arquivo pessoal

Um crime brutal revoltou a população paulista em 2017. Um homem foi condenado a 28 anos de prisão acusado de matar a própria filha a tiros, na frente dos netos, na zona oeste de São Paulo. 

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O ex-cabo da Aeronáutica e publicitário Frederico Carneiro Soares foi condenado sob a acusação de ter matado sua filha com três tiros, na frente de seus três netos, de 3, 4 e 7 anos. 

De acordo com as investigações, o crime ocorreu por disputas familiares e questões relacionadas a herança. O caso gerou revolta na comunidade.

O assassinato em plena luz do dia

Maira Cintra Soares, de 40 anos, voltava para casa quando foi abordada por seu pai, Frederico Carneiro, que na época tinha 62 anos. 

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Ela estava acompanhada de seus três filhos e carregava uma medida protetiva que proibia o pai de se aproximar da casa — um imóvel que, de acordo com a família, era parte da herança da mãe falecida.

Julgamento de Frederico Carneiro Soares ocorreu em 2020, no Fórum da Barra Funda, zona oeste da capital paulista  Foto: Divulgação/TJ-SP
Julgamento de Frederico Carneiro Soares ocorreu em 2020, no Fórum da Barra Funda, zona oeste da capital paulista Foto: Divulgação/TJ-SP
A disputa familiar e a herança foram os principais fatores que levaram Frederico a cometer o assassinato em plena luz do dia, em frente à casa de sua filha. Na imagem, a casa sob disputa. Foto: Reprodução/Globo
A disputa familiar e a herança foram os principais fatores que levaram Frederico a cometer o assassinato em plena luz do dia, em frente à casa de sua filha. Na imagem, a casa sob disputa. Foto: Reprodução/Globo
A vítima, Maira Cintra Soares, carregava uma medida protetiva contra o pai, que alegava legítima defesa durante o julgamento do caso. Foto: Arquivo/Facebook
A vítima, Maira Cintra Soares, carregava uma medida protetiva contra o pai, que alegava legítima defesa durante o julgamento do caso. Foto: Arquivo/Facebook
Frederico foi condenado a 28 anos de prisão. O nome presídio onde ele segue preso não foi divulgado. Foto: Reprodução/Rede Globo.
Frederico foi condenado a 28 anos de prisão. O nome presídio onde ele segue preso não foi divulgado. Foto: Reprodução/Rede Globo.

Testemunhas relataram que a situação foi tensa. Maira e seu pai discutiam na porta da casa, enquanto ele estava com a namorada. 

Em determinado momento, Frederico foi até seu carro e voltou com uma arma. Sem hesitar, ele disparou três tiros contra a filha, que caiu morta imediatamente. 

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A disputa pela herança

O imóvel que Maira morava, e que anteriormente pertencia à sua mãe, seria de grande interesse de Frederico, que perderia a pensão de R$ 8 mil mensais após a morte da esposa. 

Além disso, o irmão de Maira, que possui esquizofrenia, também tem a tutela do imóvel, o que agravava a situação e aumentava as tensões familiares.

O pai de Maira, inconformado com a possibilidade de perder o direito à pensão e à propriedade, decidiu tomar uma atitude extrema. 

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Em um vídeo publicado nas redes sociais, Maira relatou uma briga com o pai, na qual ele tentava vender a casa para dividir o valor com a família. 

Maira resistia a essa venda e se opôs ao desejo de Frederico, o que parece ter intensificado o conflito familiar.

A fuga do pai e as alegações do acusado

Após cometer o assassinato, Frederico fugiu do local. Ele se entregou três dias depois em uma delegacia, onde havia confessado o crime, alegando legítima defesa. 

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Durante o julgamento do caso, realizado em 2020, Frederico mudou a sua versão sobre o que aconteceu naquele dia.

Segundo ele, um vizinho que testemunhou a briga entre ele e a filha estava armado. Este teria sacado a arma e disparado contra Maira.

O julgamento e a sentença

A sentença de Frederico é resultado de um julgamento popular realizado no Fórum da Barra Funda, zona oeste da capital.

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Por meio de votação secreta, os jurados condenaram o ex-cabo da Aeronáutica por homicídio qualificado, por feminicídio e motivo torpe, sem dar chances de defesa à filha.

"Não se pode ignorar as nefastas consequências do crime que deixou órfãos três filhos menores da ofendida, que atualmente são criados pela respectiva irmã mais velha", escreveu o juiz Luis Gustavo Esteves Ferreira na sentença que condenou Frederico.

Ainda de acordo com o magistrado, "não se pode ignorar que o acusado praticou o feminicídio quando vigente medida protetiva em favor da vítima".

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Em entrevista ao portal g1, o promotor Felipe Zilberman disse que achou a sentença justa. "Não pretendo recorrer. Quase chegou na pena máxima de 30 anos".

“O delito foi cometido com brutalidade incomum e extrema violência na presença dos filhos pequenos da vítima”, disse Felipe. “É um feminicídio gravíssimo, praticado por motivo torpe e revelador da extrema periculosidade do réu”.

Comoção popular

Maira foi enterrada no Cemitério da Paz, no Morumbi, zona sul de São Paulo.

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O caso gerou grande comoção na comunidade e levantou questões sobre os limites de uma disputa familiar e os efeitos devastadores que a violência pode ter sobre crianças pequenas. 

Os netos, que testemunharam a tragédia, estão recebendo apoio psicológico.

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