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Polícia
Motivado por herança, pai atirou na filha na frente dos netos; após os disparos, ele fugiu com a namorada
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Pai matou filha a tiros na frente dos netos em 2017 em São Paulo; Frederico Soares foi condenado a 28 de prisão por feminicídio contra Maira Soares | Reprodução/Arquivo pessoal
Um crime brutal revoltou a população paulista em 2017. Um homem foi condenado a 28 anos de prisão acusado de matar a própria filha a tiros, na frente dos netos, na zona oeste de São Paulo.
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O ex-cabo da Aeronáutica e publicitário Frederico Carneiro Soares foi condenado sob a acusação de ter matado sua filha com três tiros, na frente de seus três netos, de 3, 4 e 7 anos.
De acordo com as investigações, o crime ocorreu por disputas familiares e questões relacionadas a herança. O caso gerou revolta na comunidade.
Maira Cintra Soares, de 40 anos, voltava para casa quando foi abordada por seu pai, Frederico Carneiro, que na época tinha 62 anos.
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Ela estava acompanhada de seus três filhos e carregava uma medida protetiva que proibia o pai de se aproximar da casa — um imóvel que, de acordo com a família, era parte da herança da mãe falecida.
Testemunhas relataram que a situação foi tensa. Maira e seu pai discutiam na porta da casa, enquanto ele estava com a namorada.
Em determinado momento, Frederico foi até seu carro e voltou com uma arma. Sem hesitar, ele disparou três tiros contra a filha, que caiu morta imediatamente.
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O imóvel que Maira morava, e que anteriormente pertencia à sua mãe, seria de grande interesse de Frederico, que perderia a pensão de R$ 8 mil mensais após a morte da esposa.
Além disso, o irmão de Maira, que possui esquizofrenia, também tem a tutela do imóvel, o que agravava a situação e aumentava as tensões familiares.
O pai de Maira, inconformado com a possibilidade de perder o direito à pensão e à propriedade, decidiu tomar uma atitude extrema.
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Em um vídeo publicado nas redes sociais, Maira relatou uma briga com o pai, na qual ele tentava vender a casa para dividir o valor com a família.
Maira resistia a essa venda e se opôs ao desejo de Frederico, o que parece ter intensificado o conflito familiar.
Após cometer o assassinato, Frederico fugiu do local. Ele se entregou três dias depois em uma delegacia, onde havia confessado o crime, alegando legítima defesa.
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Durante o julgamento do caso, realizado em 2020, Frederico mudou a sua versão sobre o que aconteceu naquele dia.
Segundo ele, um vizinho que testemunhou a briga entre ele e a filha estava armado. Este teria sacado a arma e disparado contra Maira.
A sentença de Frederico é resultado de um julgamento popular realizado no Fórum da Barra Funda, zona oeste da capital.
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Por meio de votação secreta, os jurados condenaram o ex-cabo da Aeronáutica por homicídio qualificado, por feminicídio e motivo torpe, sem dar chances de defesa à filha.
"Não se pode ignorar as nefastas consequências do crime que deixou órfãos três filhos menores da ofendida, que atualmente são criados pela respectiva irmã mais velha", escreveu o juiz Luis Gustavo Esteves Ferreira na sentença que condenou Frederico.
Ainda de acordo com o magistrado, "não se pode ignorar que o acusado praticou o feminicídio quando vigente medida protetiva em favor da vítima".
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Em entrevista ao portal g1, o promotor Felipe Zilberman disse que achou a sentença justa. "Não pretendo recorrer. Quase chegou na pena máxima de 30 anos".
“O delito foi cometido com brutalidade incomum e extrema violência na presença dos filhos pequenos da vítima”, disse Felipe. “É um feminicídio gravíssimo, praticado por motivo torpe e revelador da extrema periculosidade do réu”.
Maira foi enterrada no Cemitério da Paz, no Morumbi, zona sul de São Paulo.
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O caso gerou grande comoção na comunidade e levantou questões sobre os limites de uma disputa familiar e os efeitos devastadores que a violência pode ter sobre crianças pequenas.
Os netos, que testemunharam a tragédia, estão recebendo apoio psicológico.
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