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Relembre o caso do Bandido da Luz Vermelha, assassino que aterrorizou São Paulo na década de 1960 | Reprodução
João Acácio Pereira da Costa foi um assassino cruel e nacionalmente conhecido como o Bandido da Luz Vermelha, que aterrorizou São Paulo de 1966 a 1967.
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Considerado culpado em 88 processos, sendo 77 roubos, quatro homicídios, sete tentativas de homicídio, o serial killer foi condenado a 351 anos, nove meses e três dias de prisão em regime fechado.
Ele cumpriu 30 anos, tempo máximo permitido pela legislação brasileira à época. Relembre abaixo o caso, seus crimes, prisão e como foi sua morte, em 1998.
O “Bandido da Luz Vermelha” nasceu em Joinville, Santa Catarina, em 24 de junho de 1942. Foi abandonado pela mãe, que foi embora com as duas irmãs, o deixando com o irmão mais velho, Joaquim, e com o pai, que morreu de tuberculose quando ele tinha seis anos.
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Segundo ele, seu tio lhe considerava um "fardo" e lhe maltratava todos os dias. João Acácio então, decidiu fugir. Ele passou a viver nas ruas de Joinville, onde começou a praticar pequenos delitos como roubos de guarda-chuvas e roupas.
Após a polícia de Joinville começar a ficar atenta sobre seus crimes e começar a procurá-lo, ele se mudou para Curitiba, mas logo após fixou-se na Baixada Santista, em São Paulo.
De lá, passou a viajar para a Capital para praticar seus primeiros crimes em residências de luxo. Segundo registros, foram centenas de assaltos, estupros e homicídios cometidos pelo bandido.
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O assassino usava uma lanterna com um feixe de luz da cor vermelha, intimidando assim suas vítimas.
Ele associava o vermelho, cor pela qual era obcecado, à "força demoníaca". O criminoso chegou a ter um apartamento na zona portuária de Santos todo decorado de vermelho.
Também vestia ternos escuros, chapéus de feltro e um lenço vermelho cobrindo o rosto. Ele tinha o costume de sempre andar armado com dois revólveres.
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Sua inspiração foi em outro criminoso do mesmo nome, que vivia nos Estados Unidos, o norte-americano Caryl Whittier Chessman, condenado por vários crimes sexuais, que se utilizava do mesmo método.
Este morreu no dia 2 de maio de 1960, na câmara de gás do presídio San Quentin, na Califórnia.
O primeiro homicídio registrado ocorreu em 3 de outubro de 1966. Ele matou o estudante Walter Bedran, de 19 anos, que, ao tentar surpreender o bandido (que invadia seu quintal), foi alvejado com um tiro na cabeça, no bairro de Sumaré, na zona oeste da Capital.
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O criminoso voltou a agir 10 dias depois. A segunda vítima foi o operário José Enéas da Costa, 23 anos, durante uma briga de bar, na Bela Vista.
No dia 7 de junho de 1967, no Jardim América, o industrial Jean von Christian Szaraspatack morreu após troca de tiros com o bandido na tentativa de surpreendê-lo.
Mais um crime ocorreu no dia 6 de julho. O Bandido da luz Vermelha assassinou o vigia José Fortunato, que tentou impedir sua entrada na mansão em que fazia guarita, no Ipiranga.
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Ao todo, o assassino foi condenado por cometer, 77 assaltos, dois homicídios, dois latrocínios e sete tentativas de assassinato, de acordo com a Justiça paulista.
Contudo, há a estimativa de que o número de crimes possa ser maior. Acácio teria roubado cerca de 150 mansões da elite paulistana, estuprado mais de cem mulheres e matado entre 10 e 12 pessoas durante os anos de 1966 e 1967, segundo fontes e pesquisadores ligados ao caso.
Antes de se tornar o “Bandido da Luz Vermelha”, João Acácio era chamado de “Homem Macaco”, pois fazia uso de um macaco hidráulico para alargar as grades das casas que roubava.
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Outro nome foi “Mascarado”, que também ganhou a manchete dos jornais da época.
João Acácio estava comendo em uma padaria de Curitiba, na manhã do dia 7 de agosto de 1967, quando notou a presença de policiais.
Discretamente, ele se retirou do local e foi até sua casa, que era ali perto, na tentativa de buscar seu revólver e sua pistola. Era de sua preferência morrer trocando tiros com os agentes do que acabar preso.
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Contudo, ao entrar no imóvel, um dos policiais surgiu atrás da porta, aplicando um golpe de judô que imobilizou o criminoso.
Foi condenado em 88 processos, sendo 77 roubos, quatro homicídios, sete tentativas de homicídio, recebendo a pena de 351 anos, nove meses e três dias de prisão em regime fechado.
Segundo a justiça, o serial killer que mais cometeu homicídios foi Pedrinho Matador, que também já morreu.
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Na prisão, João Acácio escreveu uma carta denunciando as frequentes ameaças de morte que sofria em cárcere.
Após 30 anos de prisão, “Luz Vermelha” foi solto no dia 26 de agosto de 1997, após análises de laudos médicos. O desembargador Amador da Cunha Bueno Neto revogou a liminar que o mantinha preso, mesmo com o risco de o preso "oferecer riscos à sociedade".
Após sair da prisão, João Acácio buscou ficar com a família, mas não foi acolhido. Foi então para a casa de seu tio. No entanto, novos desentendimentos o fizeram deixar a residência.
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Poucos meses depois, no dia 7 de janeiro de 1998, o Bandido da Luz Vermelha foi assassinado com um tiro na cabeça. O disparo foi feito pelo pescador Nelson Pisingher, 46 anos, que confessou o crime.
Segundo o pescador, o disparo foi em legítima defesa, buscando salvar a vida de seu irmão, Lírio. Ele teria sido ameaçado pelo bandido com uma faca, após desentendimentos devido a supostos assédios cometidos pelo Bandido da Luz Vermelha contra a mãe e a esposa do pescador.
Seu caso ficou tão conhecido que o fez chegar às telas de cinema. Em 1968 foi lançado um filme homônimo, de Rogério Sganzerla (1946-2004).
Ainda no campo das artes, João Acácio foi lembrado nas músicas “Rubro Zorro”, da banda Ira! e “O Bandido da Lupa Vermelha”, gravada pelo rapper Patrick Horla.João Acácio Pereira da Costa, o Bandido da Luz Vermelha, foi assassinado aos 55 anos.
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