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Atentado a tiros contra ex-prefeito de Taboão da Serra foi forjado, segundo polícia | Thiago Neme/Gazeta de S.Paulo/Eduardo Toledo
O ex-prefeito de Taboão da Serra José Aprígio (Podemos) pagou R$ 85 mil pelo fuzil usado na falsa tentativa de homicídio durante sua campanha eleitoral. A informação foi confirmada em uma colaboração premiada de um dos três presos no caso ao Ministério Público (MP).
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A delação também confirmou a participação de secretários de Aprígio na negociação, que previa o pagamento de R$ 500 mil para cinco atiradores e comparsas.
O acordo de delação foi homologado pela Justiça e faz parte do inquérito da Polícia Civil que investiga Aprígio e pelo menos mais nove pessoas por associação criminosa e tentativa de homicídio.
Além do ex-prefeito, outros três secretários, seu sobrinho e mais cinco pessoas são suspeitos de planejar a farsa para que Aprígio conseguisse a reeleição.
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Na época do falso atentado, Aprígio era prefeito e disputava o segundo turno com Engenheiro Daniel (União Brasil), que acabou vencendo a eleição.
No dia 18 de outubro de 2024, o ex-prefeito foi baleado e ferido no ombro esquerdo por um tiro de fuzil disparado de um veículo. O motorista, um secretário e um fotógrafo estavam juntos, mas não foram atingidos.
A bala perfurou a blindagem do veículo no qual o político estava. Os executores fugiram pela Avenida Aprígio Bezerra da Silva, que leva o nome do pai dele.
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Ainda segundo o delator, o grupo não esperava que os tiros de fuzil atravessassem a blindagem e atingissem o prefeito.
“Foi o próprio prefeito quem pediu para atirar no vidro do veículo”, pois ele e seus secretários acreditavam que os disparos não perfurariam os vidros blindados.
Segundo a polícia, a blindagem do carro do prefeito seria resistente apenas a tiros de armas de menor calibre.
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Imagens feitas pela comitiva de Aprígio, mostram ele dentro do carro sangrando. Logo após, fotos do ex-prefeito no hospital circularam nas redes sociais e acabaram viralizando. Mesmo assim, Aprígio não conseguiu a reeleição.
A defesa do ex-prefeito negou todas as acusações e alegou inocência em entrevista à TV Globo.
"Ele ficou muito surpreso com a informação de que foi algo forjado aí. Vocês têm que analisar de uma forma que, se o crime existiu de forma a ser forjada, ele sofreu um tiro de um armamento pesado. Então, a vida dele naquele momento foi comprometida", informou Allan Mohamed, advogado de Aprígio.
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Ainda segundo seu advogado, o ex-prefeito “está seguro tranquilo”. “Nós temos que deixar claro aqui que ele é a vítima”, completou. “O prefeito é vítima, foi vítima de um atentado contra sua vida”.
Pelo menos dez pessoas estão sendo investigadas por suposta participação em um atentado forjado contra o então prefeito Aprígio.
O promotor Juliano Carvalho Atoji disse não ter dúvidas de que a ação foi articulada por integrantes do grupo político do próprio prefeito. Delegado diz que ainda não pode confirmar.
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Os envolvidos são investigados por incêndio e adulteração de veículo, além de associação criminosa e tentativa de homicídio.
De acordo com um relatório policial, os ocupantes do carro oficial foram expostos a um “risco concreto de morte" devido aos disparos de fuzil.
A investigação aponta que José Vanderlei Santos (ex-secretário de Transportes), Ricardo Rezende Garcia (ex-secretário de Obras) e Valdemar Aprígio da Silva (ex-secretário de Manutenção e irmão do prefeito) teriam planejado a encenação do atentado.
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Valdemar foi detido na operação realizada nesta segunda-feira, mas por posse ilegal de arma de fogo.
Outro suspeito de envolvimento no plano é Cristian Lima Silva, sobrinho do prefeito. Ele já havia sido investigado em Alagoas por forjar um ataque contra si mesmo em 2020.
O fuzil AK-47 utilizado no crime foi adquirido por R$ 85 mil.
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Tanto Gilmar quanto Odair realizaram disparos contra o carro do prefeito. Os envolvidos receberiam um total de R$ 500 mil pelo serviço, dividido igualmente entre Gilmar, Odair, Anderson e Clóvis, com R$ 100 mil para cada um.
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