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Advogados e ONG são alvos de operação policial contra o crime organizado

Investigações começaram há cerca de três anos, quando um visitante da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau tentou entrar com cartões de memória escondidos nas roupas

Bruno Hoffmann

14/01/2025 às 14:00

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Caso será investigado pela Polícia Civil

Caso será investigado pela Polícia Civil | Divulgação/Governo de SP

A Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo deflagraram nesta terça-feira (14/1) uma operação para cumprir 12 mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão.

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Os alvos são advogados e líderes de uma Organização Não Governamental (ONG) envolvidos com o crime organizado. 

Segundo investigações, uma ONG de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, promoveria ações judiciais ilegítimas, com manifestações populares e denúncias sem fundamento, para desestabilizar o sistema de justiça criminal e colocar a opinião pública contra o poder estatal.

Os mandados da Operação Scream Fake (falso grito, em português) são cumpridos nas cidades de São Paulo, Guarulhos, Presidente Prudente, Flórida Paulista, Irapuru, Presidente Venceslau e Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, e em Londrina, no Paraná.

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Entenda

As investigações começaram há cerca de três anos, quando um visitante da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior paulista (onde em 2018 a polícia identificou drones sobre os edifícios), tentou entrar com cartões de memória escondidos nas roupas. 

A partir de análise dos itens, além de manuscritos de detentos, a polícia conseguiu perceber a prática criminosa de setores de uma facção, divididos em “gravatas”, “saúde” e “financeiro”.

Segundo a investigação, os advogados são os responsáveis pelo setor dos “gravatas”, que tem a função de dar assistência jurídica, além de gerenciar outros departamentos da organização criminosa, como os da “saúde”, para selecionar médicos e dentistas para prestar atendimento nas penitenciárias. 

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Esses profissionais da saúde são selecionados e prestam o serviço, inclusive com intervenções cirúrgicas e estéticas, sem saber que estão colaborando com os integrantes da facção. Eles recebem valores significativos para os serviços. 

Conforme as investigações, a organização financia esses procedimentos por meio de recursos obtidos mediante práticas criminosas, intermediado pelo setor “financeiro”.

ONG de fachada

Os policiais descobriram, ainda, que há um quarto setor da facção, o das “reivindicações”, que promoveria ações judiciais ilegítimas e manifestações populares para desestabilizar o sistema de justiça criminal e colocar a opinião pública contra o poder estatal.

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A ONG Pacto Social Carcerário São Paulo, sediada oficialmente em uma comunidade de São Bernardo do Campo e que reivindica os direitos dos presos, estaria sendo usada para a ser a “voz” das lideranças dessa organização criminosa. A entidade teve os serviços suspensos por ordem judicial. 

O presidente e o vice-presidente da ONG também são alvos da operação, que continua em andamento.

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