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Uma Política Diferente
A adolescência, período que vai dos 12 aos 18 anos, é um momento crucial no desenvolvimento humano
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A saúde mental de crianças e adolescentes é uma preocupação crescente. | Nair Bueno / Diário do Litoral
A saúde mental de crianças e adolescentes é uma preocupação crescente. É fundamental olhar especialmente para essa fase, que deveria ser marcada por descobertas e aprendizados, mas tem sido afetada pelo ambiente digital. Um problema de saúde pública que merece nossa atenção imediata.
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Na cidade de São Paulo, nos primeiros seis meses deste ano, foram registrados em média dez casos de tentativa de suicídio e de autoagressão entre crianças e jovens de até 19 anos, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde. Este cenário preocupante exige uma análise cuidadosa, com especial atenção ao impacto do ambiente digital na vida das novas gerações.
A adolescência, período que vai dos 12 aos 18 anos, é um momento crucial no desenvolvimento humano. Neste período, fatores como pobreza, abuso, violência e, mais recentemente, a exposição ao ambiente digital, podem impactar significativamente o bem-estar psicológico desses jovens. Promover a prevenção à saúde mental nesta fase não é apenas fundamental para o presente, mas também para a saúde física e mental na vida adulta.
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Dados da Organização Mundial da Saúde, no entanto, dão conta de que 14% da população global adolescente possui alguma condição que prejudica sua saúde mental. Isso significa que um em cada sete adolescentes possui algum tipo de transtorno mental. E o mais grave: boa parte deles não recebe um diagnóstico e segue o restante da vida sem receber o tratamento adequado.
O ambiente digital emerge como um protagonista nesse cenário. As redes sociais, por exemplo, contribuem para a redução da autoestima e a perda de experiências sociais importantes. O vício em jogos e a restrição excessiva em aplicativos de entretenimento levam ao isolamento social e à privação de sono, causando sintomas de depressão e ansiedade. Além disso, a internet não é isenta de violência. O cyberbullying, o aliciamento sexual de menores, a autoprodução e a divulgação de conteúdos eróticos são alguns dos potenciais riscos que nossas crianças e adolescentes têm enfrentado.
Por isso, é fundamental fortalecer as políticas públicas de proteção das crianças e adolescentes no ambiente digital. Não se trata, aqui, de ‘demonizar’ a tecnologia, uma vez que ela também traz benefícios. Mas precisamos urgentemente trabalhar pontos importantes como a regulação das plataformas - incluindo a classificação por conteúdo, publicidade responsável e garantia de privacidade de dados - , conscientização dos professores para abordar o tema de forma transversal na educação, a implementação de programas de educação digital nas escolas e o combate contra o cyberbullying e outras formas de violência online.
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Além disso, é fundamental fortalecer o papel da Segurança Pública na inteligência digital e os serviços de saúde e apoio psicológico nesse tema. Ainda temos um longo caminho para garantir que o ambiente digital seja seguro. Mas, juntos, podemos promover o desenvolvimento saudável e proteger a saúde mental das nossas crianças e adolescentes. A hora de agir é agora.
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