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Cotidiano

Problemas na tireoide podem trazer graves consequências ao organismo

Com cerca de 5 cm de diâmetro, glândula é responsável por várias funções no corpo

Gladys Magalhães

08/12/2023 às 12:00

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A tireiode é responsável pela produção dos hormônios tireoidianos, que agem em todas as partes do corpo

A tireiode é responsável pela produção dos hormônios tireoidianos, que agem em todas as partes do corpo | LUM3N por Pixabay

Aumento do volume do pescoço, às vezes com desconforto ou dor, alteração injustificada do peso, mudanças no padrão de sono, queda de cabelo, unhas quebradiças, alteração do hábito intestinal, sudorese excessiva, humor depressivo, agitação, palpitações, tremores, olhos saltados. Estes são apenas alguns dos sintomas que podem aparecer quando há problemas na tireoide.

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A glândula, de aproximadamente 5 centímetros de diâmetro, em formato de borboleta, localizada entre a fúrcula do esterno (base do pescoço) e a cartilagem tireoidea (pomo de adão), é responsável pelo bom funcionamento de várias funções do organismo e quando com problemas pode fazer um grande estrago na saúde

"A tireiode é a glândula responsável pela produção dos hormônios tireoidianos (T3 e T4). Estes agem em todas as partes do corpo, desde a vida intrauterina até a senilidade", explica a endocrinologista Paula Fábrega, médica do Hospital Sírio-Libanês.

Doenças da tireoide
De acordo com a Dra. Paula, as alterações na tireoide podem ser funcionais ou estruturais. No primeiro caso, entre as alterações de função é possível ocorrer a redução da produção dos hormônios tireoidianos ou o aumento da produção de hormônios resultando, respectivamente, no hipotireoidismo, ou no hipertireoidismo, as doenças mais comuns da tireoide.

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Entre as alterações estruturais, por outro lado, estão os cistos e nódulos.  "A maioria dos nódulos são benignos, porém alguns podem ser malignos, caracterizando o câncer de tireoide", comenta a endocrinologista.

A médica diz ainda que os nódulos tireoidianos não possuem causa conhecida. Porém, pacientes com irradiação prévia no pescoço ou história familiar de câncer de tireoide, têm mais chances de malignidade. 

Já o hiper e o hipotireoidismo apresentam causa autoimune, ou seja, geralmente têm uma propensão genética. "Algumas medicações como amiodarona, lítio, iodo e imunoterápicos podem causar disfunção na glândula, bem como algumas doenças virais, como o Covid, que podem desencadear doenças autoimunes na tireoide, tanto hipo quanto hipertireoidismo", esclarece Paula. 

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Hipo e hipertireoidismo
O hipotireoidismo é caracterizado por uma redução na função da glândula tireoide, resultando em redução da produção dos hormônios tireoidianos. Já no hipertireoidismo é possível observar um estímulo à produção de hormônio tireoidiano.

No primeiro caso, as pessoas acometidas costumam apresentar queda de cabelo, unha fraca, cansaço, pele seca, aumento de peso, depressão, dor articular, problemas de sono, constipação, entre outros sintomas.

No hipertireoidismo, por sua vez, é comum se sentir mais irritado, ansioso, cansado, ter problemas com diarreia, queda de cabelo, coceira, diminuição da libido, e diversos outros sintomas. 

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Nos dois casos, é possível identificar a doença por meio de um exame de sangue, no qual são avaliados os hormônios TSH, T3 e T4 livres. 

"O exame que utilizamos para realizar o diagnóstico é o hormônio tireoestimulante (TSH), produzido pela hipófise, que tem a função, como o próprio nome sugere, de estimular a produção de hormônio tireoidiano pela tireoide. Em casos de hipotireoidismo temos um TSH alto e um T4 e T3 baixos, já no hipertireoidismo temos um TSH baixo com T4 e T3 altos", explica Paula.

Tratamento 
No que diz respeito ao tratamento, o hipotireoidismo é tratado com a reposição da levotiroxina (T4). "É uma medicação que exige cuidados na administração. Deve ser tomada em jejum, pois precisa da acidez do estômago para ser absorvida e é necessário um intervalo de pelo menos 20 minutos entre a levotiroxina e qualquer outra medicação, vitamina e alimentos", diz a médica.

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No caso do hipertireoidismo, podem ser utilizados medicamentos ou se recorrer à ablação com iodo radioativo, que consiste na destruição das células da tireoide sem cirurgia, ou  ainda optar pela retirada cirúrgica da glândula.  Nas duas últimas opções, diz a médica, "ambas acabam revertendo o quadro para hipotireoidismo."

Prevenção
De modo geral, o hiper e o hipotireoidismo não possuem maneiras de prevenção, visto que as causas costumam ser doenças autoimunes. Porém, já há estudos que algumas substâncias presentes no dia a dia podem ter influência negativa no funcionamento da tireoide.

"Essas substâncias são chamadas de disruptores endócrinos e podem ser encontradas em utensílios de cozinha, plásticos em geral, pesticidas, cosméticos, repelentes, filtros solares, construção civil,  entre outros.  Os disruptores mais relacionados à disfunção da tireoide são o Bisfenol A presentes em plásticos em geral e o PFOA, que é a sigla, em inglês, para ácido perfluorooctanoico. Trata-se de um componente químico comumente presente em produtos largamente usados, como frigideiras antiaderentes e coberturas de carpetes à prova de manchas. Assim, evitar a exposição a estes elementos químicos pode ajudar a prevenir doenças da tireoide", finaliza Paula. 

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