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Memórias de Porto Feliz

Porto Feliz e sua Tradição Liberal

Liberais porto-felicenses participaram do movimento revolucionário de junho de 1842

Maria Eduarda Guimarães

25/11/2022 às 11:57  atualizado em 25/11/2022 às 12:10

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Movimento liberal ocorrido na cidade de Sorocaba, em maio de 1842

Movimento liberal ocorrido na cidade de Sorocaba, em maio de 1842 | Ilustração do artista plástico Ettore Marangoni

A tela do artista plástico Ettore Marangoni retrata o movimento ocorrido na cidade de Sorocaba, em maio de 1842, quando eclodiu a Revolução Liberal comandada pelo Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar e pelo Regente Feijó.  A tradição liberal de Porto Feliz está registrada em vários momentos da história, desde os primeiros movimentos da Independência do Brasil.

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No ano de 1831, quando ocorreu a abdicação do Imperador Dom Pedro I, o Grande Oriente do Brasil enviou emissários à Província de São Paulo com a missão de fundar Lojas Maçônicas, de fundamental importância em todos os movimentos políticos registrados tanto no Império como na República. Alicerçados no espírito liberal-democrático que se vivenciava na velha Araritaguaba e no ideal filantrópico dos seus homens públicos, os emissários da Arte Real fundaram na Vila de Porto Feliz a primeira Loja Maçônica da Província de São Paulo, sob o título distintivo de Intelligência.

A partir daí os próprios obreiros de Porto Feliz, na sua maioria ligados à política daquela época e integrantes da Câmara de Vereadores, fundaram Lojas Maçônicas em várias cidades da Província, entre elas São Paulo, Itu, Campinas e Capivari. Na Vila de Porto Feliz foi iniciado nos augustos mistérios maçônicos o notável Padre Diogo Antônio Feijó – Regente e Estadista do Império – após deixar o Ministério da Justiça.

Destarte e por ocasião da Revolução Liberal de 1842 as vozes liberais de Sorocaba, Porto Feliz, Itu, Capivari e Campinas se levantaram em protesto contra o governo centralizador da Província, chefiado por José da Costa Carvalho e contra o Ministério Conservador do governo central. Essa revolta constituiu uma reação de caráter liberal contra os conservadores que enfeixavam o poder, ministros e conselheiros do Imperador.

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Era um tempo em que a política estava na ordem do dia e os homens que galgavam cargos públicos dedicavam-se, de corpo e alma, às lides da política, na melhor acepção do termo.  Defendiam ardorosamente suas ideias e seus ideais, com altivez e honra e eram capazes de ir até ao sacrifício da vida na defesa de suas convicções.

No dia 17 de maio de 1842 o Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar enviou ofício à Câmara de Vereadores da então Vila de Porto Feliz, comunicando o início da Revolução Liberal e, também, que havia assumido, em Sorocaba, o cargo de Presidente Interino da Província de São Paulo. Vários liberais porto-felicenses, por convocação de Feijó e Tobias, participaram do movimento revolucionário que foi abafado pelas forças militares comandadas pelo Duque de Caxias no dia 24 de junho de 1842.

Nesse dia as tropas do Duque de Caxias sob o comando do Capitão Francisco de Paula Pereira de Andrade entraram na Vila de Porto Feliz a procura dos políticos liberais que participavam da Revolução e, auxiliadas pelo Delegado de Polícia Dr. Luiz Bernardo Pinto Ferraz, realizaram as prisões dos chamados “Cabeças da Rebelião”.

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Foram presos o Presidente da Câmara de Vereadores de Porto Feliz José Rodrigues Leite e, ainda, os políticos porto-felicenses Luiz Antônio da Fonseca e Tristão de Abreu Rangel, todos eles membros da Loja Maçônica Intelligência.  Esses valorosos cidadãos foram julgados pelo Tribunal do Júri na cidade de São Paulo, sob acusação de haverem cometido crimes de guerra, mas foram absolvidos no dia 01 de abril de 1843, por sentença proferida pelo Juiz de Direito Dr. Carlos Antônio de Bulhões Ribeiro.

Importante ressaltar que durante a Revolução Liberal foi morto em combate o Advogado porto-felicense Dr. Antônio Rodrigues de Campos Leite.

Em 1842 a Vila de Porto Feliz, alicerçada no espírito liberal dos seus políticos, integrava a 4ª Câmara das regiões sul e oeste paulista juntamente com Itu, Sorocaba, Piracicaba e Itapetininga. Era a região que mais produzia cana de açúcar na Província de São Paulo e, também, uma das mais ricas e populosas.  Nos anais refulgentes da história / Deste grande e amado país / Tu fulguras coberta de glórias / Boa terra de Porto Feliz! 

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