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Memórias de Porto Feliz

O Ouro das Bandeiras e das Monções

O grande acontecimento da época das bandeiras e das monções foi a fase conhecida como 'a corrida do ouro mato-grossense'

Maria Eduarda Guimarães

24/11/2023 às 13:33  atualizado em 24/11/2023 às 13:40

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Memórias de Porto Feliz Ilustração Quadro "A Partida da Monção"

Memórias de Porto Feliz Ilustração Quadro "A Partida da Monção" | Obra de José Ferraz de Almeida Júnior

O quadro que ilustra esta matéria retrata “A Partida da Monção” – pintura feita pelo brilhante artista Almeida Júnior em 1897. O grande acontecimento da época das bandeiras e das monções foi a fase conhecida como “a corrida do ouro mato-grossense”, que destacou a descoberta do precioso metal na localidade onde hoje está situado o Estado do Mato Grosso.

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Essa descoberta ocorreu no ano de 1718 pelo paulista Pascoal Moreira Cabral Leme, na época com 64 (sessenta e quatro) anos de idade.  A expedição por ele comandada e que partiu do Porto de Araritaguaba era destinada à captura de índios, mas acabou por encontrar ouro no riacho Coxipó-Mirim lugar em que, trinta anos depois, seria instalada a Capitania de Mato Grosso.

Com a notícia dessa e de outras descobertas houve um imenso interesse nas viagens em direção ao arraial de Cuiabá, por meio das perigosas expedições monçoeiras que, festivamente, partiam do Porto de Araritaguaba, atual cidade de Porto Feliz.

No referido Porto os viajantes embarcavam em canoas que, além da carga necessária, transportavam até 10 (dez) pessoas incluindo piloto, proeiro e remadores. Depois de navegar por mais de 900 (novecentos) quilômetros pelas águas do Rio Tietê, os navegadores eram obrigados a buscar outros caminhos fluviais.

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O primeiro deles era o Rio Paraná, por cerca de 180 (cento e oitenta) quilômetros rio abaixo; depois o Rio Pardo, por 460 (quatrocentos e sessenta) quilômetros contra a correnteza; em seguida o Rio Camapoã, por longos 100 (cem) quilômetros; passando ainda pelos Rios Coxim, Taquari, Porrudos e Cuiabá, perfazendo ao todo cerca de 3500 (três mil e quinhentos) quilômetros.

Não bastasse a cansativa navegação propriamente dita, os monçoeiros ainda enfrentavam vários perigos como as pedras, que destruíam as canoas; as cachoeiras; os choques com troncos flutuantes; os animais e, também, os ataques dos indígenas; especialmente das tribos guaicurus e paiaguás!  Todo ouro conquistado pelos monçoeiros era transportado até o Porto de Araritaguaba e dali levado à Casa da Alfândega (atual Restaurante Belini), onde ocorria a divisão do quinto, ou seja, 20% (vinte por cento) de todo o precioso material encontrado, era destinado à Coroa Portuguesa.

Nem seria preciso dizer que uma parte muito considerável do ouro que passou pela Freguesia de Araritaguaba, hoje a cidade de Porto Feliz, foi abarrotar os cofres da Monarquia Portuguesa. Muito desse ouro pode ser visto, nos dias atuais, ornamentando as paredes dos Palácios Reais em Portugal, e até da famosa Biblioteca Joanina reconhecida como uma das mais originais e espetaculares entre as bibliotecas barrocas da Europa, localizada no pátio da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra! Oh linda Terra de Araritaguaba / Das noites enluaradas / A reviver nas bandeiras / As tuas glórias passadas!

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(Ilustração: Quadro “A Partida da Monção” – Obra de José Ferraz de Almeida Júnior).

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