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Após os dias mais tensos da história recente do País, posso dizer que o Brasil voltou e estou pronto para o hexa
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Em 20 dias, teremos uma Copa do Mundo crucial para a retomada da harmonia nacional | Lucas Figueiredo/CBF
Vivemos os 30 dias mais tensos da história recente do nosso país. No jogo da democracia venceu o amor e perdeu o ódio, num embate apertado, decidido nos detalhes. Assim como no futebol, a política é feita por alguns fenômenos. Lula e Bolsonaro são dois desses fenômenos. O ainda presidente do Brasil virou o mais popular político que a direita brasileira já produziu, mesmo representando o que de pior existe no ser humano. Depois de uma gestão desastrosa na pandemia, manteve sua base de apoio e trouxe de volta muita gente que chegou a pular do barco no ápice da tragédia sanitária por aqui. Estaria reeleito não fosse um outro fenômeno chamado Luiz Inácio Lula da Silva.
Presidente do Brasil por 8 anos, Lula está de volta depois de ser alvo da maior campanha de difamação de reputação que uma pessoa já passou no País. Luiz Inácio retorna ao poder depois de reverter um processo judicial que o condenou injustamente, com o conluio comprovado entre procuradores e um juiz que agiu como chefe de uma operação, quando deveria apenas julgar a questão. O presidente eleito do Brasil passou 580 dias preso, garantindo que provaria sua inocência. Não arredou o pé do País e conseguiu anular o processo. O juiz em questão virou ministro de Bolsonaro, principal adversário de Lula. Viu o chefe interferir descaradamente na Polícia Federal. Pouco fez e saiu do governo. Eleito senador, voltou para o colo de Jair na campanha eleitoral para perder pra Luiz Inácio, de novo.
Lula volta, pois, um dia ajudou o povo brasileiro a sonhar e realizar. Volta para retomar a esperança de um país que se afogou num mar de ódio nos últimos anos. Não se consegue 60 milhões de votos do dia pra noite. Volta porque tem a confiança de quem um dia teve a vida melhorada e sabe que o Brasil e a vida pioraram com Bolsonaro.
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Vimos, enfim, a criação de uma frente ampla pela democracia. Não chegaríamos lá sem ela e os políticos que tiveram a grandeza de integra-la, não venceriam Bolsonaro sem Lula. É hora de suavizarmos as diferenças e lutarmos por um país com dignidade, onde as pessoas possam almoçar e jantar, que o pobre tenha acesso as universidades, as mulheres possam ser respeitadas e tratadas de igual para igual e pessoas LGBTQIA+ sejam livres para amar e ser quem são. Pela preservação da Amazônia e respeito aos povos indígenas. Pela retomada da nossa credibilidade internacional e por um país que os ensinamentos de Cristo voltem para as igrejas e cada cidadão possa exercer sua fé, independente da religião.
É assustador pensar que uma grande parte do Brasil validou uma política pautada pelo ódio. Me machuca ver familiares apoiando uma figura desumana. Acredito que só a derrota de Bolsonaro poderá iniciar um processo de pacificação das pessoas. O ainda presidente nunca fez questão de esconder que governa apenas para uma parcela da população, pregando o "nós contra eles". Lula sabe que precisa governar mesmo para aqueles não desejam tê-lo como presidente. É tempo de perdão.
Em 20 dias, teremos uma Copa do Mundo crucial para a retomada da harmonia nacional. O país que tem Pelé e a urna eletrônica como representantes de um Brasil que deu certo, teve sempre no futebol um alicerce da alegria, mesmo com tanto para se lamentar. Num país tão desigual, o futebol sempre nos uniu. Apenas 20 dias depois, teremos a chance de tomarmos nossas cores e nossa bandeira de volta. Depois de tanto relutar e ter dúvidas sobre minha vontade de entregar minha torcida de corpo e alma para seleção do meu país, posso dizer que estou pronto para o hexa. O Brasil voltou!
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