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Direto de Brasília
O único disposto a se aventurar no golpe teria dito em reunião que seus "homens estavam prontos", declarou Garnier dos Santos a Bolsonaro
22/09/2023 às 13:43 atualizado em 22/09/2023 às 15:51
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O único disposto a se aventurar no golpe teria dito em reunião que seus "homens estavam prontos", declarou Garnier dos Santos a Bolsonaro | Isac Nóbrega/PR
As informações foram fornecidas pelo Jornal O Globo, que obteve informações da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid Barbosa. E como ela ainda não foi tornada pública pela Polícia Federal, com tantas horas de trabalho, e com tantas horas junto do chefe, o ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL), nos bastidores só se tem uma certeza, ainda há muito para falar, mas será mais que com palavras. Sem contar que mais nomes estão começando a aparecer, nomes de pessoas que planejavam, discutiam uma minuta de golpe. Foi em uma reunião organizada, e da qual ele participou, com a cúpula militar do Estado brasileiro, para Bolsonaro apresentar a minuta do golpe.
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Segundo consta da delação, o documento foi confeccionado pelo ex-assessor de internacional da Presidência, Fillipe Martins. O ex-assessor também esteve na reunião. A minuta tratava da prisão de adversários políticos e da convocação de novas eleições, e não se sabe se ela era a mesma que foi encontrada na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-secretário de Justiça de Ibaneis Rocha (MDB). O único que se empolgou com a ideia foi o Comandante Almir Garnier dos Santos, da Marinha do Brasil. Chegou a falar: "meus homens estão prontos"! O Brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, comandante da Aeronáutica, ficou em silêncio mostrando descontentamento. Já o general Marco Antônio Freire Gomes, repudiou o documento e repreendeu veemente o ex-presidente da República.
Como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está retornando da viagem aos Estados Unidos, não está se sentindo bem por conta da artrose no fêmur. Por isso está sobrando tudo para o ministro da Defesa, José Múcio, ser multitarefa. Apaziguador dos ânimos internos nas Forças, justificação para a imprensa, para a situação e para a oposição. Do outro lado da Praça dos Três Poderes, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) já grita pela volta de Mauro Cid, e pela vinda de Garnier dos Santos. Será que o Supremo Tribunal Federal (STF) vai conceder mais habeas corpus?
Cinquenta anos em 5 semanas
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Foi como atuou a presidente do STF, ministra Rosa Weber, nesse segundo semestre, dada a sua saída compulsória no próximo 2 de outubro. A ministra completa 75 anos. Mesmo com muita gente já em bolsa de apostas sobre quem a substituirá, mesmo sem nenhuma sinalização de Lula, Weber tratou de cumprir o prometido. Participou dos primeiros julgamentos dos acusados pelos atos golpistas do 8 de janeiro. Encerrou o capítulo Marco Temporal, tornando inválido o instituto e apenas deixando para os colegas decidirem casos pontuais de terras já invadidas, se haverá indenização e, caso positivo, em quais situações. Também entregou o seu relatório, favorável, sobre a permissão para a realização de aborto legal em gestações com até 12 semanas. A Corte institui que, mesmo aposentada, o voto dela deve ser lido e apreciado pelos demais ministros do Supremo dentro dos prazos estabelecidos. O relatório tinha ido para Plenário Virtual, para dar uma chance de que Weber encerre também esse julgamento. Mas o ministro Luís Roberto Barroso pediu destaque e levou para o Plenário.
Perturbações e ciumeira
Lula está sendo perturbado por Deus e todo mundo sobre quem indicará para a vaga de Weber. E ter dado destaque ao nome do ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), para ver se conseguia um pouco de sossego. Primeiro, porque mesmo se dizendo envaidecido com o convite, gosta muito da pasta que ocupa. Segundo, porque deu lugar para uma outra questão, a da redivisão do ministério, o que foi pensado na época da transição de governo, mas não foi fechado por Lula. Terceiro, está gerando ciumeira em várias direções: a) Base aliada prefere nomes como o do Advogado Geral da União (AGU), Jorge Messias; b) a mesma base aliada acha que Lula anda dando ouvido demais aos ministros do STF, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes; c) se Dino deixar o ministério, a vaga fica com o PSB? Mas o ministro não entrou como quota pessoal de Lula, não teria que ser do PT.
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Sem deixar saudades
Mas também está dando trabalho para Lula, pois aliados de peso do presidente chegaram a cogitar a recondução do Procurador Geral da República (PGR), Augusto Aras. Na sessão em que se despediu, insistiu em dizer que foi incompreendido, por muitas vezes, e que toda a sua atuação, e a da sua equipe, foi na tentativa de fazer justiça respeitando o preceituado pela Carta Magna. Lula também ainda não apresenta nomes para mais esta vacância, Aras deixa o cargo dia 2 de outubro,
Nome "X"
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Mas como não quer o cargo ocupado por Elizeta Ramos, vice-Procuradora nomeada no último 5 de setembro, nos bastidores, cogita-se que Lula se concentrará mais nesta indicação. As apostas estão em Paulo Gonet Branco, subprocurador-geral da República e o atual vice-procurador-geral eleitoral e em Antonio Carlos Bigonha, também procurador no Ministério Público Federal (MPF), que tem o apoio da base aliada. Mas o que está parecendo é que Lula vai vir com um nome inesperado, haja tanta interferência. Uma delas até para Jorge Messias (PT) tem reivindicado a vaga também
Calor insano
Brasília está certamente na rota de calor do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). E andou circulando lá pelo Senado Federal e pela Câmara na ausência de seus presidentes e principais líderes. O que inclusive, para alguns, foi considerada falta de articulação, pois deixou a macacada reunida fazendo horrores. Teve gente querendo aprovar lei contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo - decisão já consolidada pelo STF -, teve gente querendo aprovar Marco Temporal, apresentar relatório de CPI na ausência do presidente da Casa e tentando aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 9, de 2023, apelidada de PEC da Anistia.
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Não está sendo fácil defender a PEC 9
Tanto oposição, quanto situação já disseram que votarão favoráveis ao texto da PEC, mas a defesa da deputada Gleisi Hoffmann (PT), presidente do partido, não foi vista com bons olhos por ninguém, e mereceu resposta do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. É que a deputada esqueceu que, no frigir dos ovos, quem vem segurando a democracia no Brasil, nos últimos tempos, é o TSE, é o judiciário. Durante a reunião da Comissão Especial que discutia a pauta, e não conseguiu finalizar os trabalhos, Hoffmann alegou ser "absurda" a existência da Instituição e que são "inexequíveis" as multas aplicadas. Levou um passa fora até de Lula, que destacou a atuação da Justiça Eleitoral, "essencial para a lisura do processo eleitoral", e ouviu de Moraes, que não citou o nome dela, as palavras "errôneas", resultante de um total "desconhecimento" sobre como a Instituição funciona. Depois das críticas, Gleisi disse que sua intenção era abrir um debate capaz de aprimorar a Instituição e que o "funcionamento da Justiça Eleitoral está sujeito ao escrutínio da sociedade", declarou a presidente do PT.
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