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Cotidiano
Reconhecido em 3 de setembro de 1895 pelo governador Bernardino de Campos, bairro da Vila Mariana completa 126 anos
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Vista de edifícios residenciais na região da Vila Mariana | / Rubens Chaves/Folhapress
Há 126 anos, no dia 3 de setembro de 1895, o então governador do estado de São Paulo, Bernardino de Campos, reconheceu, por meio da Lei 370, o distrito que hoje abriga o bairro de Vila Mariana, porém, a história de um dos locais mais queridos da zona sul de São Paulo, começa alguns anos antes.
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Em 1782, o governador Francisco da Cunha Menezes concedeu uma sesmaria a Lázaro Rodrigues Piques. As terras iam do ribeirão Ipiranga até a Estrada do Cursino, abrangendo o futuro bairro. Anos mais tarde, em 1864, onde hoje é a Rua Vergueiro, foi aberta a “Estrada do Vergueiro”, que ligava a Capital à cidade de Santos. A estrada facilitou a viagem de tropeiros, mas também os deixou mais expostos aos ladrões e muitos acabaram perdendo a vida. Para homenageá-los, cruzes eram colocadas ao longo da estrada, assim o bairro ganhou o seu primeiro nome: Cruz das Almas.
Com a chegada dos imigrantes italianos, a região passou a ser conhecida como Colônia e ganhou diversos pomares e pequenos roçados. Já o nome Vila Mariana, adotado no final do século 19, possui origem incerta.
A versão mais aceita é a relacionada ao engenheiro alemão Alberto Kuhlman. Entre 1883 e 1886, ele foi o responsável pela construção da Estrada do Fagundes, uma estrada de ferro que ligava a Liberdade até Santo Amaro. A uma das estações, o engenheiro deu o nome de sua esposa, Mariana, que anos mais tarde passou a denominar também o bairro.
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A outra versão atribui o nome do bairro ao coronel da guarda nacional Carlos Eduardo de Paula Petit, figura importante da região, que chegou a ser vereador e juiz de paz, e teria juntado os nomes da esposa, Maria, e da sogra, Ana, para batizar o bairro.
Matadouro municipal
Um dos locais mais importantes para a região foi o Matadouro Municipal, que funcionou no largo Senador Raul Cardozo, entre os anos de 1887 e 1927. A região se desenvolveu ao redor do matadouro, que chegou a fornecer 14 mil quilos de carne bovina para a população paulistana da época.
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Antes de ir para o matadouro, contudo, o gado pastava na “Invernada dos Bombeiros”, uma das diversas chácaras da região que, posteriormente, deu lugar ao Parque do Ibirapuera.
Já o local onde funcionava o matadouro acabou transformado na Cinemateca Brasileira, cujo galpão foi destruído pelo fogo na noite de 29 de julho, acabando com cerca de quatro toneladas de documentos e equipamentos.
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Instituto Biológico
O Instituto Biológico é outro ponto importante para a Vila Mariana. Ele foi construído entre 1928 e 1945, inspirado na vontade dos paulistas de ter uma instituição como o Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro, o que acabou se concretizando com a necessidade de combater uma praga que assolou os cafezais paulistas em meados da década de 20 do século passado. Nascia ali o Instituto Biológico.
Hoje, o Instituto é um importante centro de pesquisa, que fornece subsídios, entre outras coisas, ao agronegócio. A instituição conta com um rico acervo composto por cerca de 180 mil documentos textuais de cientistas, desde o início do século 20; 60 mil fotografias, 70 mil slides em vidro, em torno de 2, 5 mil ilustrações científicas originais e 3 mil documentos sobre arquitetura, visto que o Instituto é um prédio art-déco e possui importantes documentos nesse estilo.
No mais, é ali que funciona o Planeta Inseto, o único jardim zoológico de insetos da América Latina, que encanta adultos e crianças.
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Vida social
O bairro que se desenvolveu ao redor de um matadouro, hoje abriga uma vida cultural riquíssima. Além do Instituto Biológico, funcionam na região diversos outros museus, como o Ateliê Lasar Segall e a Casa Modernista.
A região também é conhecida por possuir diversos bares e restaurantes, atraindo muitos jovens para a região.
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