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Professora Irmã Conceição | Arquivo pessoal
A foto que ilustra esta matéria é do dia 7 de setembro de 2003 e nela estou ao lado da minha sempre querida e inesquecível professora Irmã Conceição, dos saudosos e felizes tempos do curso primário no Externato São José.
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A Irmã Conceição cujo nome civil era Leonor Guarda, nasceu na cidade de Salto no ano de 1924, filha do Sr. Innocêncio Guarda e da Sra. Júlia Froner Guarda. Movida pela abençoada vocação de se tornar freira, ingressou na vida religiosa aos 16 (dezesseis) anos de idade, exatamente no dia 31 de março de 1940, deixando familiares e amigos em sua terra natal e passando a residir na cidade de São Paulo.
Leonor Guarda concluiu seus estudos na Vila Matilde, onde recebeu o Certificado de Habilitação, pelo qual foi autorizada a ministrar aulas e a dirigir um Estabelecimento de Ensino.
Em 19 de janeiro de 1943, aos 19 (dezenove) anos de idade, fez a sua primeira Profissão de Fé e permaneceu na Vila Matilde até o ano de 1946, quando veio trabalhar em Porto Feliz, exatamente no dia 2 de julho daquele ano.
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Em Porto Feliz, ainda no antigo prédio da Congregação, desenvolveu suas atividades como auxiliar da saudosa Irmã Rosária. A querida Irmã Conceição trabalhou em Porto Feliz por dois períodos distintos, o primeiro deles de 1946 até 1960, perfazendo 14 (quatorze) anos e o segundo, de 1970 até 1982, por 12 (doze) anos, somando exatos 26 (vinte e seis) anos dedicados à fé religiosa e à educação.
Em seu primeiro período de trabalho nesta cidade a Casa da Congregação de São José ainda era um prédio antigo e as irmãs se dedicavam aos cuidados das órfãs acolhidas pela Instituição.
Nessa época a Madre Geral visitou a cidade de Porto Feliz e conclamou as autoridades locais para que auxiliassem a necessária reforma das instalações. Graças aos esforços coletivos foi construída a Casa das Crianças de São José e também o novo prédio do Externato São José.
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Em 1982, seguindo as determinações superiores, a Irmã Conceição retornou para a cidade de São Paulo, onde trabalhou na Vila Matilde até o ano de 2002, quando foi transferida para a cidade de Santo André.
A Madre Conceição, como nós a tratávamos nos tempos escolares, conquistou a todos que tiveram a sublime honra de desfrutar da sua convivência e dos seus ensinamentos. Sua voz bonita e bem colocada; seu olhar maternal; o seu jeito todo especial de tratar as crianças e a sua lhaneza de alma; fizeram dela a professora paciente, sem deixar de ser a educadora austera nas oportunidades necessárias.
Lembro-me, saudoso, de uma pergunta feita por ela para a classe do primeiro ano do curso primário, onde eu me encontrava, e da qual jamais me esquecerei: “Vocês sabem me dizer qual é o cúmulo dos absurdos”? A classe inteira ficou perplexa, sem ao menos imaginar uma resposta! Foi então que, com a serenidade e simpatia que lhes eram peculiares, a Madre Conceição explicou: “O cúmulo dos absurdos é passar manteiga no pão de açúcar” (referindo-se ao Morro do Pão de Açúcar no Rio de Janeiro)! Foi uma estrondosa gargalhada geral!
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No ano de 2021 eu e minha esposa, juntamente com o amigo Nilson Araújo, sua esposa e filhos, fomos visitar a Madre Conceição na cidade de Santo André. Foi o meu emocionado reencontro com a querida professora, a quem não via há dezenas de anos. Matei a saudade dos velhos tempos e não deixei de fazer-lhe a inesquecível pergunta sobre o cúmulo dos absurdos!
É claro que ela não se lembrou, mas riu muito quando eu lhe contei a história vivenciada no primeiro ano do curso primário, ressaltando que o cúmulo dos absurdos é passar manteiga no pão de açúcar! Nesse momento recebi um afetuoso puxão de orelha, como nos saudosos tempos escolares! Que delícia de recordação!!!
A querida Irmã Conceição faleceu na cidade de Santo André, no dia 14 de outubro de 2023, aos 99 (noventa e nove) anos de idade e mais de 80 (oitenta) anos de perseverança religiosa. Sua vida é um exemplo sagrado de fé cristã, de respeito ao próximo e de amor a Deus! A ela a nossa eterna gratidão! Oh linda Terra de Araritaguaba / Das noites enluaradas / A reviver nas bandeiras / As tuas glórias passadas!
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