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Cotidiano
A guitarra elétrica passou a ser considerada, pelos artistas mais nacionalistas, um símbolo da dominação cultural estrangeira sobre o Brasil
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Elis Regina, Jair Rodrigues e Gilberto Gil durante a marcha contra a guitarra elétrica, no centro da Capital | Reprodução
Em 1967, o álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, dominou as rádios e os ouvidos dos brasileiros. Mas nem todo mundo via a influência do rock com bons olhos. A guitarra elétrica passou a ser considerada, pelos artistas mais nacionalistas, um símbolo da dominação cultural estrangeira sobre o Brasil.
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Em 17 de julho de 1967, a cantora Elis Regina organizou uma marcha pela valorização da tradicional música brasileira. Partindo do Largo de São Francisco, no centro de São Paulo, até o Teatro Paramount, na avenida Brigadeiro Luís Antonio, participaram nomes como Jair Rodrigues, Edu Lobo, Zé Keti, os integrantes do MPB4 e Gilberto Gil. Sobre todos havia uma enorme faixa: “Frente Única da Música Popular Brasileira”.
"Percebendo o vexame, Chico Buarque e Wilson Simonal dão meia-volta e vão direto para o Teatro Record", escreve Jorge Fernando dos Santos no livro "Vandré - O homem que disse não".
Mais tarde, a participação que mais chamou a atenção na manifestação inusitada foi a de Gilberto Gil. O baiano – que poucos depois subiria aos palcos do 3º Festival da Record de 1967 ao lado dos Mutantes, e suas guitarras, para defender Domingo no Parque – não soube dizer não a Elis Regina. Da janela de um prédio, Caetano Veloso e Nara Leão assistiram a tudo. Caetano disse: “Acho isso muito esquisito”. Nara respondeu: “Esquisito? Isso aí é um horror! Parece manifestação do Partido Integralista. É fascismo mesmo”.
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