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Política
Durante séculos, a memória de negros e indígenas foi escamoteada da história; tragicamente, esse apagamento ainda faz parte da construção da identidade do povo brasileiro, como nas escolhas de nossos heróis, símbolos e hinos nacionais
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Manifestantes ateiam fogo na estátua Borga Gato | Reprodução/Twiiter
Durante séculos, a memória de negros e indígenas foi escamoteada da história. Tragicamente, esse apagamento ainda faz parte da construção da identidade do povo brasileiro, como nas escolhas de nossos heróis, símbolos e hinos nacionais. Foi à partir da Constituição de 1988, que povos tradicionais passaram a ter uma série de direitos reconhecidos, mas nenhuma retratação histórica, nem mesmo a remoção de monumentos que reverenciam o racismo; a escravidão; a tortura e o genocídio desses grupos.
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No Estado de São Paulo, os casos mais emblemáticos talvez sejam as homenagens aos bandeirantes, como o “Monumento do Empurra”, no Ibirapuera; os nomes de rodovias, como Anhanguera e Raposo Tavares, ou até a sede do governo, o Palácio dos Bandeirantes. Para quem não sabe, as bandeiras eram expedições que tinham como objetivo buscar riquezas minerais, mão de obra escrava e destruir quilombos. Além disso, atribui-se aos seus integrantes, os bandeirantes, a promoção do desenvolvimento do País, pela abertura de estradas e ocupação do solo.
Para cumprir seus objetivos, no entanto, estes homens praticavam toda sorte de violência contra os moradores do campo e das florestas, como a tortura, o estupro, o saque e extermínio de povos indígenas e o incêndio de quilombos inteiros. No bairro de Santo Amaro, na zona sul da capital, figura aquele que talvez seja um dos mais emblemáticos símbolos do bandeirantismo paulista, uma estátua de 12 metros de altura de Manuel de Borba Gato, que fez fama e fortuna no século XVIII caçando indígenas para escravizar.
No último final de semana, o Borba Gato foi incendiado, inflamando a polêmica sobre a mudança de nome dos equipamentos públicos e a remoção ou não de estátuas que homenageiam assassinos. Tudo que eu consegui pensar no momento, foi na humilhação que indígenas Guarani Mbya relataram incansáveis vezes que sentem quando passam por aquela avenida e avistam a gigantesca estátua. Me fez imaginar o que aconteceria, se houvesse uma estátua de Hitler em praça pública, na cidade de Berlin. Quem defenderia sua manutenção?
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FOGO NO BANDEIRANTE
Durante séculos, a memória de negros e indígenas foi escamoteada da história. Tragicamente, esse apagamento ainda faz parte da construção da identidade do povo brasileiro, como nas escolhas de nossos heróis, símbolos e hinos nacionais. Foi à partir da Constituição de 1988, que povos tradicionais passaram a ter uma série de direitos reconhecidos, mas nenhuma retratação histórica, nem mesmo a remoção de monumentos que reverenciam o racismo; a escravidão; a tortura e o genocídio desses grupos.
No Estado de São Paulo, os casos mais emblemáticos talvez sejam as homenagens aos bandeirantes, como o “Monumento do Empurra”, no Ibirapuera; os nomes de rodovias, como Anhanguera e Raposo Tavares, ou até a sede do governo, o Palácio dos Bandeirantes. Para quem não sabe, as bandeiras eram expedições que tinham como objetivo buscar riquezas minerais, mão de obra escrava e destruir quilombos. Além disso, atribui-se aos seus integrantes, os bandeirantes, a promoção do desenvolvimento do País, pela abertura de estradas e ocupação do solo.
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Para cumprir seus objetivos, no entanto, estes homens praticavam toda sorte de violência contra os moradores do campo e das florestas, como a tortura, o estupro, o saque e extermínio de povos indígenas e o incêndio de quilombos inteiros. No bairro de Santo Amaro, na zona sul da capital, figura aquele que talvez seja um dos mais emblemáticos símbolos do bandeirantismo paulista, uma estátua de 12 metros de altura de Manuel de Borba Gato, que fez fama e fortuna no século XVIII caçando indígenas para escravizar.
No último final de semana, o Borba Gato foi incendiado, inflamando a polêmica sobre a mudança de nome dos equipamentos públicos e a remoção ou não de estátuas que homenageiam assassinos. Tudo que eu consegui pensar no momento, foi na humilhação que indígenas Guarani Mbya relataram incansáveis vezes que sentem quando passam por aquela avenida e avistam a gigantesca estátua. Me fez imaginar o que aconteceria, se houvesse uma estátua de Hitler em praça pública, na cidade de Berlin. Quem defenderia sua manutenção?
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