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Opinião

É uma atrás da outra

03/08/2019 às 01:00

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Já virou rotina. Toda semana o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se envolve em alguma polêmica, dá uma declaração tresloucada e impõe o jeitinho Bolsonaro de ser. Esta semana, para não fugir do padrão, foram várias intempéries.

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Depois de dizer que não existia fome no Brasil e que sabia como o pai do presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, desapareceu durante a ditadura militar (1964-1985), Bolsonaro criticou o Programa Mais Médicos, criado no governo de Dilma Rousseff (PT), em 2013.

O Mais Médicos, que levou mais de 15 mil profissionais durante seis anos para todo o Brasil com o objetivo de suprir a carência de atendimento médico em pequenas cidades, periferias de grandes cidades e pelo interior do País, segundo o presidente tinha na verdade, o objetivo de formar "núcleos de guerrilha" no Brasil.

Em estados do Nordeste, por exemplo, como Maranhão, Pará e Amapá, a média era de menos de um médico para cada cem mil habitantes. Dos 15 mil profissionais que vieram para o programa, cerca de 8 mil eram cubanos. Não contente em desclassificar o programa, Bolsonaro ainda desmereceu os profissionais, falando que se os médicos cubanos "fossem tão bons assim teriam salvado a vida de Hugo Chávez, não deu certo", se referindo ao presidente venezuelano que morreu em decorrência de um câncer na pelve em 2013.

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Mais que chocantes, as declarações do presidente são irresponsáveis porque são embasadas somente na opinião pessoal do próprio. Ao usar um palanque, microfone ou as redes sociais, ambiente que ele se sente mais à vontade, o presidente questiona ou duvida da maioria das instituições de renome e democraticamente constituídas. Usa sua autoridade de chefe de Estado para expor suas opiniões e sua visão de mundo, fazendo delas a mais nova verdade
estabelecida.

Coloca em xeque a história do País, autoridades e institutos de pesquisa sem nenhum viés político, para validar suas idéias estapafúrdias. Declarações que não colaboram em nada para o crescimento do País, não ajudam a economia crescer e ainda corroboram com a desconfiança dos mercados internacionais.

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