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Debates Contemporâneos
Todo verão, a mesma história se repete em São Paulo: chuvas fortes que alagam, destroem e causam prejuízos incalculáveis, especialmente para aqueles que mais necessitam
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Não podemos mais tolerar que mortes e prejuízos continuem afetando a população ano após ano | Marcelo Camargo/Agência Brasil
Todo verão, a mesma história se repete em São Paulo: chuvas fortes que alagam, destroem e causam prejuízos incalculáveis, especialmente para aqueles que mais necessitam. Com o volume e a força da água, árvores frequentemente caem e galhos se rompem sobre fios de energia, causando falhas no fornecimento de eletricidade e colocando em risco a segurança das pessoas.
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Em novembro do ano passado, das sete mortes registradas em decorrência de chuvas intensas, quatro foram diretamente ligadas à queda de árvores. Em janeiro deste ano, moradores relataram ficar mais de 27 horas sem luz. Além da Enel claramente não cumprir seu papel, este cenário também é um triste reflexo de uma série de falhas de manutenção e planejamento urbano.
É consenso que as árvores urbanas são essenciais para a qualidade do ar e ajudam a mitigar o efeito de ilha de calor. No entanto, para garantir a segurança e a saúde dessas árvores, é importante mapear e podar as que apresentam riscos de queda e as que estão em locais inadequados. Quem anda a pé pela cidade já se acostumou a passar por calçadas fragmentadas que lutam para conter as robustas raízes de árvores grandes. Essa batalha silenciosa entre concreto e natureza evidencia a necessidade urgente de um redesenho das calçadas para acomodar o formato de cada tipo de árvore.
O uso da tecnologia para mapear e monitorar a saúde do verde é um passo importante para prevenir catástrofes. Árvores doentes e debilitadas tornam-se perigos ocultos nas paisagens urbanas que se concretizam durante uma chuva forte. Além disso, a poda, que pode parecer um procedimento simples, assume um papel fundamental para prevenir que os galhos invadam o espaço dos fios elétricos.
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O redesenho das calçadas, o mapeamento das árvores, a poda e a manutenção são apenas parte das ações para prevenir desastres após chuvas. Um elemento crítico frequentemente negligenciado nessa equação é a fiação elétrica exposta, que representa um risco significativo à segurança, especialmente em dias de chuva. O Projeto de Lei 403/2023, que está em tramitação na Câmara Municipal de São Paulo, visa responsabilizar as empresas encarregadas pela manutenção dos postes e iniciar um processo de transição para redes elétricas subterrâneas, seguindo o exemplo de cidades como Paris e Londres.
Não podemos mais tolerar que mortes e prejuízos continuem afetando a população ano após ano. As soluções para esses problemas já são conhecidas. Com as eleições se aproximando, é importante lembrar que, sem mudanças, os mesmos problemas se repetirão no próximo verão.
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