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Ceni adora o São Paulo, mas ama somente a si próprio

Rogério não deve seguir no São Paulo em 2023 em caso de fracasso na Sul-Americana, não só por ser movido a conquistas, mas por ter aversão ao fracasso

Bruno Hoffmann

20/09/2022 às 10:03  atualizado em 20/09/2022 às 10:13

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O técnico Rogério Ceni

O técnico Rogério Ceni | Rubens Chiri/saopaulofc.net

O treinador são-paulino é o maior ídolo da história Tricolor e, na minha visão, o maior goleiro de todos os tempos, mesmo não sendo o titular na conquista do penta da Seleção.

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 O desempenho com os pés, sendo o maior artilheiro da posição 01, somado a competência embaixo das traves, mais a personalidade de líder, além da longevidade na carreira e fidelidade a um único clube, fazem de Ceni um dos maiores atletas brasileiros de todos os tempos. 

Como treinador, bem menos brilhante, porém com títulos conquistados em tão pouco tempo, Rogério se torna uma extensão do que era dentro de campo. Ao mesmo tempo que exige uma entrega total do grupo que comanda, Ceni também não esconde suas insatisfações e muitas vezes dá uma de sincerão nas entrevistas. Nas últimas semanas, após a classificação para a final da Copa Sul-Americana, o treinador tem deixado claro que sua permanência no clube que tanto adora e é adorado, passa pela conquista do título da competição. 

Ceni joga com as cartas que tem, sentado à mesa com uma diretoria que pouco tem a oferecer, e sabe do poder que tem em mãos na figura de um ídolo maior, que serve de escudo para uma gestão que ainda não convenceu o torcedor que pode transformar o São Paulo num clube melhor, menos endividado e pronto para retomar o caminho das glórias. 

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Em duas passagens como treinador pelo Morumbi, Ceni percebeu que apenas uma idolatria inabalável como atleta não garante vida tranquila para um treinador que tem o trabalho avaliado jogo após jogo, como todos os técnicos - mortais ou imortais - na história de um clube. 

Ceni não tem obrigação nenhuma de tentar repetir como treinador o que fez como jogador no São Paulo. Por isso, deixa tudo muito claro desde que voltou. Por ser Rogério, o Ceni, jamais será apenas mais um técnico quando vestir as cores do clube. 

Vai falar da piscina vazia, do médico que entra pelo lado errado do campo, do DM defasado, das carências do elenco e dos direitos de imagem atrasados. Mas sabe que o que vai manter seu emprego passa apenas pelo que acontece dentro de campo. 

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Ceni acredita que quanto mais controle se tem de tudo, maiores são as chances de atingir a perfeição no resultado final. O ex goleiro é um perfeccionista nato desde os tempos de atleta. É um chato de galocha, como já definido por muitos que conviveram com o ser humano, mas um profissional exemplar que sabe que apenas o trabalho sério pode te levar para algum lugar. Por ser tudo isso, Ceni se enxerga como alguém superior e se valoriza por conta disso. 

Diz que sequer sabe o quanto de salário cai na conta desde que voltou ao São Paulo pelo simples prazer de trabalhar num lugar onde adora. Mas o preço do técnico está justamente em tornar o Tricolor grande de novo, porque aí ele será ainda maior. 

Acredito que Rogério não seguirá no São Paulo em 2023, em caso de fracasso na Sul-Americana, não só por ser movido a conquistas, mas por ter aversão ao fracasso. Ceni não conseguirá olhar na cara dos jogadores são paulinos se o seu plano falhar. Se sentirá como um líder traído por seus comandados. Ceni nunca escondeu que é sobre ele e suas perseguições pessoais. E sorte do São Paulo contar com alguém tão predestinado ao sucesso, deve pensar. 

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Se triunfar no primeiro final de semana de outubro,  irá condicionar o sucesso de uma instituição a sua obstinação pela glória. Se perder, não precisará encontrar culpados. Ele já encontrou. A cada oportunidade que tem, Rogério expõe as mazelas de um clube que se perdeu dentro da própria soberania. 

Rogério sairá por não querer ser confundido com incompetentes, sabendo que entregou parte de sua excelência para resgatar o sucesso da instituição. E existe uma boa parcela de verdade nisso. Errado ele não tá.

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