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Memórias de Porto Feliz
Local proporciona uma vista privilegiada da cidade de Porto-Feliz
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Janela da antiga Casa da Alfândega e Armazém Real de Araritaguaba, atual Restaurante Belini. | Nilson Araújo
O registro fotográfico que ilustra esta crônica - arte de Nilson Araújo - flagrou o momento em que, tomado pela emoção, eu olhei o Largo da Penha através de uma das janelas superiores da antiga Casa da Alfândega e Armazém Real de Araritaguaba, atual Restaurante Belini.
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Essa oportunidade de apreciar o local onde nasceu a cidade de Porto Feliz, pelo ângulo privilegiado daquela provecta e histórica fenestra, ocorreu na manhã do dia 19 de dezembro de 2020 quando eu e o artista plástico porto-felicense Nilson Araújo, fizemos a entrega de uma tela contendo ilustração e narrativa sobre o velho e imponente casarão aos irmãos Nivaldo e Ariadna Belini. Fomos prestar uma homenagem, mas na verdade, nós é que saímos homenageados!
Não obstante o fato de haver estado no Restaurante Belini por centenas de vezes, foi a primeira oportunidade que eu tive de conhecer, detalhadamente, todas as dependências daquele prédio que guarda, em cada detalhe do seu piso original e de suas espessas paredes de taipa de pilão, as eternas recordações de importantes momentos da história de Porto Feliz e do Brasil.
O cômodo onde estou nessa foto é bem amplo e aconchegante. Seu fortificado e muito bem conservado assoalho, feito com largas tábuas de madeira de lei, sugerem ter sido o local exato onde se procedia à cobrança da quinta parte de todo ouro transportado de Cuiabá pelos intrépidos monçoeiros, para abarrotar as já abastadas burras do Rei de Portugal.
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Pisar aquele vetusto mas esplêndido assoalho foi uma forma de percorrer, literalmente, um dos célebres caminhos da nossa história de repercussão nacional! O ruído áspero do atrito entre as tábuas me deu a indescritível sensação de ouvir o burburinho nada amistoso das intensas negociações que ali ocorreram entre os fiscais do reino e os incansáveis monçoeiros!
Olhar pela janela e contemplar do alto, tão belo e histórico cenário, me proporcionou a dádiva de mergulhar no passado e ouvir a mensagem festiva que o sino da primitiva Capela de Nossa Senhora da Penha transmitia em dia de domingo, conclamando os antigos moradores da então Freguesia de Araritaguaba para o ato religioso!
Fomos prestar nossa homenagem à respeitável família Belini pelo carinho com que preserva a histórica Casa da Alfândega e Armazém Real. Inegavelmente, todavia, nós é que fomos homenageados por conta das intensas e emocionantes vibrações que nos foram transmitidas pelo imponente e precioso casarão! Oh linda Terra de Araritaguaba / Das noites enluaradas / A reviver nas bandeiras / As tuas glórias passadas!
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