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Cotidiano

Câncer de mama: brasileiras ainda têm percepções erradas sobre doença

Médicos esclarecem o que é o câncer de mama, quais os principais fatores de risco e como prevenir o desenvolvimento da doença

Gladys Magalhães

13/10/2023 às 11:16  atualizado em 13/10/2023 às 16:22

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Inicialmente, o câncer de mama é silencioso e assintomático. Com o avanço da doença, alguns sintomas passam a aparecer

Inicialmente, o câncer de mama é silencioso e assintomático. Com o avanço da doença, alguns sintomas passam a aparecer | Pexels / Anna Shvets/ Creative Commons

Recentemente, uma pesquisa realizada pela empresa Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), a pedido da Pfizer, constatou que as brasileiras ainda possuem percepções equivocadas quando o assunto é câncer de mama.

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Entre as constatações do levantamento, que ouviu 1,4 mil mulheres, estão, por exemplo, o fato de que 63% das entrevistadas acreditam que o autoexame é a principal medida para a detecção precoce do câncer de mama, ou ainda o achado de que 7 em cada 10 mulheres afirmam que o histórico familiar é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença.

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Segundo especialistas, as duas percepções são equivocadas e podem até atrapalhar no diagnóstico e prognóstico do câncer de mama. “O autoexame das mamas não deve ser utilizado como forma de descobrir câncer de mama. O toque realizado por um profissional treinado encontra nódulos de 1 a 2 cm, já na mamografia é possível encontrar nódulos menores de 1 cm, por isso ela é o melhor método”, explica a médica de família e comunidade Carla Lopes, professora do Instituto de Educação Médica (IDOMED).

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Mas, o que é o câncer de mama, afinal?
De acordo com o oncologista Pedro Exman, coordenador do grupo de tumores de mama e ginecológicos do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz,  o câncer de mama é o surgimento de células doentes na glândula mamária que apresentam crescimento anormal e podem se espalhar para o sistema linfático ou messmo para a circulação sanguínea, atingindo outros órgãos.

O médico explica ainda que há três subtipos de câncer de mama e o tratamento e prognóstico da doença varia conforme cada um.

“O tipo mais comum, que representa 70% dos casos, é formado por tumores que em sua superfície apresentam receptores de hormônio feminino chamado de estrogênio e progesterona, e são estimulados pela produção intrínseca da própria mulher. Outro tipo de tumor é o que apresenta uma proteína específica em sua membrana, chamada de HER2, que estimula o crescimento tumoral. Por fim, há os tumores que não expressam nem receptores de hormônios, nem a proteína HER2, chamados de triplo negativos, que formam o terceiro tipo mais frequente de tumor da mama”, explica Pedro.

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Independentemente do tipo, de modo geral, o câncer de mama é, inicialmente, silencioso e assintomático. Com o passar do tempo, conforme avanço da doença, alguns sintomas passam a aparecer, como nodulação na mama ou axila, retração da pele, alteração do mamilo, saída de secreção no mamilo, vermelhidão da pele e dor local. 

Por que o câncer aparece?
Ao contrário do que muita gente acredita, a herança genética, ou seja, o diagnóstico de outros casos do tumor na família, responde apenas por 5% a 10% do total de casos de câncer de mama.

Ainda que seja um fator de risco importante, a médica-ginecologista Márcia Santos Raia, docente do Curso de Medicina do Centro Universitário Max Planck (UniMAX Indaiatuba), do Grupo UniEduK, destaca outros, como o sedentarismo, uso de bebida alcoólica, exposição frequente a radiações ionizantes, menstruação antes dos 10 anos e menopausa após os 55 anos, não ter filhos ou primeira gravidez após os 30 anos, além de não ter amamentado.  

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“Nem todos os fatores de risco para a doença são modificáveis.  As mutações genéticas, por exemplo, não podem ser modificadas. No entanto, alguns fatores podem ser prevenidos com medidas tais como: praticar atividade física, manter o peso corporal saudável, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, realizar o rastreamento através de consulta médica periódica com o ginecologista ou mastologista, além de exames indicados, como por exemplo a mamografia”, ressalta Márcia.

Diagnóstico precoce
Ainda que os fatores comportamentais sejam importantes para diminuir a probabilidade de aparecimento da doença, é imprescindível manter consultas e exames em dia. Isso porque o diagnóstico precoce é o principal responsável pelo sucesso de um eventual tratamento.

“O diagnóstico precoce é o primeiro e mais importante passo para a cura.  É uma forma de prevenção secundária, pois tenta identificar o câncer em estágios iniciais, possibilitando terapias mais simples e efetivas.  No início, a doença tem cerca de 95% de chance de cura, segundo a FIOCRUZ.  Vale ressaltar que o rastreamento é uma ação dirigida para a população sem sintomas da doença e o objetivo é identificar o câncer em fase em que ele ainda não deu nenhum sinal ou sintoma”, alerta Márcia.

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Homens também podem ter câncer de mama
A maior incidência do câncer de mama está entre as mulheres, mas, de acordo com os profissionais, os homens também podem ser acometidos pela doença, respondendo por 1% dos casos.

Os sintomas costumam ser os mesmos apresentados pelas mulheres, assim como a prevenção. A diferença, dizem os especialistas, é o fato de que por ser raro, não há a realização de exames de rastreamento, como a mamografia de rotina realizada pelas mulheres.

“Os homens podem apresentar alterações na pele como vermelhidão, alteração da textura da pele, pode haver nódulo (caroço) palpável ou visível na mama ou axila, endurecimento da mama, aparecimento de vasos sanguíneos e secreção no mamilo. Ou seja, as alterações são as mesmas, podendo até ser percebidas mais facilmente nos homens devido ao menor volume das mamas’’, finaliza Carla.

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