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Opinião

Bolsonaro criticado no G-20

29/06/2019 às 01:00

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Não foi só o revés do sargento da aeronáutica preso com 39 quilos de cocaína em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) na Espanha que chamou a atenção da opinião pública mundial na ida do presidente Jair Bolsonaro à cúpula do G20, no Japão.

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Os acordos econômicos e parcerias entre a União Europeia e o Brasil foram colocados em xeque por conta da política ambiental do governo. Bolsonaro foi criticado pela chanceler alemã Angela Merkel e pelo presidente francês, Emmanuel Macron, por suas ameaças de sair do Acordo de Paris.

O tratado foi assinado por mais de 130 países e contém metas para reduzir a poluição emitida por fábricas, veículos e desmatamento e, desta forma, limitar o aumento da temperatura do planeta. Quando ainda estava em campanha presidencial, Bolsonaro cogitou sair do pacto, o que provocou grande repercussão. A maior inspiração do presidente brasileiro, Donald Trump, anunciou a saída do Acordo de Paris, em 2017, alegando, entre outros motivos, que a geração de empregos nas indústrias de carvão e petróleo (fontes poluidoras) eram mais importantes do que a preservação do meio ambiente, fortalecendo a política protecionista que o elegeu, a chamada "America First" (em português, "América primeiro").

Os principais líderes mundiais, exceto o presidente americano, elegeram o combate às mudanças climáticas como prioridade. Mas no Brasil, a comunidade internacional tem acompanhado Bolsonaro tomar medidas preocupantes como a proposta de transferir para o Ministério da Agricultura a demarcação de terras indígenas, a liberação do uso de agrotóxicos e o afrouxamento das medidas de proteção ambiental.

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Dados do Deter, sistema de satélites que monitoram o desmatamento no País, mostram que o desflorestamento na Amazônia acelerou em maio, atingindo a maior velocidade em uma década.

Na última quarta-feira, Merkel afirmou que estava preocupada com a situação do desmatamento na Amazônia e já no G-20, Macron disse em entrevista que não assinaria acordos comerciais com o Brasil caso o país deixasse o Acordo de Paris. Mesmo criticando Merkel, Bolsonaro, em encontro com Macron, sob o risco de perder negociações importantes para a economia, acenou que o Brasil deve continuar no acordo.

A Europa é o segundo maior parceiro comercial do Brasil e é fundamental para o crescimento do País. Aliar responsabilidade ambiental e desenvolvimento é dever do líder do país que possui a maior floresta tropical do planeta, a Amazônia.

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