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O presidente Jair Bolsonaro tem logrado êxito em deixar a nação perplexa e atônita com suas declarações e atitudes. No fim das contas, a dúvida apossou-se das rodas de conversa, das mais às menos politizadas: estamos lidando com um líder carismático que se utiliza do folclore para consolidar um projeto de poder ou falando de alguém que possui dificuldades reais em lidar com as criaturas fantasmagóricas que habitam seu imaginário?
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São inúmeras as contradições na conduta presidencial para engrossar esse caldo. Durante o processo eleitoral, o candidato Bolsonaro prometeu doses cavalares de "Paulo Guedes" nas linhas programáticas que definiriam a condução do governo. Hoje, Messias é o principal responsável pelas dificuldades na implantação da agenda do Ministro da Economia.
Ao invés de criar canais de diálogo com o Congresso Nacional que facilitem pautas como da reforma tributária e demais temas que fortaleçam os fundamentos do liberalismo Smithiano, mantém a obsessão na luta irrestrita contra o "iminente levante bolchevique".
Esse comportamento colocou a esquerda em pânico, à beira de um ataque de nervos, que passou a bradar aos quatros ventos o risco de ruptura institucional, que transformaria a República Federativa do Brasil em um Estado de inclinação fascista. Enorme bobagem, uma vez que Jair não conseguiria apoio nem mesmo da caserna de onde saiu para iniciar-se na vida político-partidária.
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Nesse sentido, a indagação relevante resume-se à seguinte proposição: por que diante de tantas encruzilhadas a serem superadas, não conseguimos abandonar a paranoia ideológica para focar no essencial? Nessa patologia, o presidente assemelha-se ao estado febril que ocasiona delírio, suor, calafrios, náuseas e tonturas, contudo, não foi o responsável pelo surgimento do quadro clínico, apenas potencializou a desorientação e ansiedade.
Ou seja, o agonizante da enfermidade é a sociedade, que vem padecendo de dores crônicas decorrentes de fraturas infeccionadas, derivadas das batalhas incessantes do "nós contra eles e juras de ódio eterno". A médio ou curto prazo ocorrerá o restabelecimento do paciente, cuja cura representará o restabelecimento do ponto de equilíbrio no sistema de freios e contrapesos entre os poderes, e as reminiscências não passarão de marcas e cicatrizes.
O próprio MBL tem demonstrado compreensão da inexorabilidade desse caminho e João Doria largou na frente para colocar-se como o principal protagonista na construção de um Brasil pós-Bolsonaro. Parece-me que o mapa astral encomendado ao astrólogo de Richmond não conseguiu decifrar o que está escrito nas estrelas.
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