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Política

7 de setembro de 2022: Data se transforma em dia da infâmia nacional

Inquilino do Palácio do Planalto usurpou os símbolos do Estado Brasileiro, convertendo o momento cívico em mero palanque destinado à verborragia eleitoreira

Maria Eduarda Guimarães

09/09/2022 às 17:28  atualizado em 09/09/2022 às 17:45

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Ato de 7 de Setembro na avenida Paulista, em São Paulo

Ato de 7 de Setembro na avenida Paulista, em São Paulo | Reprodução

7 de setembro de 2022, data comemorativa do bicentenário da independência, mas transformada em dia da infâmia nacional, inclusive nos permitindo propor a recomposição de nosso hino - Não "podeis da Pátria filho... Ver contente a mãe gentil que obscureceu a liberdade no horizonte do Brasil”. Uma vez que o atual inquilino do Palácio do Planalto novamente usurpou os símbolos do Estado Brasileiro, convertendo o momento cívico em mero palanque destinado à verborragia eleitoreira.

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Cerimônia esvaziada de autoridades republicanas e desprovida de apreço internacional, mas repletas de menções fálicas, comparações misóginas e desrespeito a protocolos civilizatórios. O evento transformou-se em show de bizarrices direcionado a hordas tomadas pelo comportamento frenético e psicodélico.

Será que esse crime contra a democracia também ficará depositado nos anais da impunidade? Será que o presidente imbrochável, imorrível e incomível não se tornará inelegível? Contudo, a jornada do falso Messias avança vigorosamente, enquanto que os defensores do Estado Democrático de Direito secundarizam as intenções manifestas do defensor da ditadura militar e admirador declarado do Coronel Carlos Brilhante Ustra.

Tudo fomentado por intrincado sistemas de algoritmos, onde os comunicadores de Jair Bolsonaro disseminam fakenews com narrativas que enaltecem valores distorcidos a respeito de conceitos ligados ao tradicionalismo, à moral e à religiosidade que, na prática, significa a releitura do integralismo de Plinio Salgado, a versão tupiniquim do fascismo europeu

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 Nesse contexto, o contingente de bolsonaristas assume o figurino histórico idêntico aos séquitos de “galinhas verdes” de 1934, na imposição da teologia cristã, no poder direitista forte e na economia liberal. Em decorrência da milagrosa e mal explicada facada em 06 de setembro de 2018, nascia a figura do mitomaníaco, aspirante a déspota que utiliza, despudoramente, termos que potencializam todos os tipos de sentimentos preconceituosos e agressivos.

Precisamos salientar que o vocalizador de transtornos psíquicos latentes chegou à chefia do poder executivo com 33% dos votos totais, exatamente da mesma forma que aconteceu na República de Weimar em novembro de 1932, quando Adolf Hitler ascendeu definitivamente à Chancelaria do Reich Alemão com os mesmos 33% dos sufrágios. Uma simples coincidência funesta ou decorrência de forças que estão além de nossa compreensão e que testam a capacidade humana de aprender com as agruras impostas pelo tempo?

Em dois de outubro desse ano, teremos dois caminhos possíveis ao Brasil – primeiro, algum candidato de oposição vença o pleito e o país se reencontre com a autocrítica capaz de regenerar o espírito sustentado em preceitos de concórdia e da razão iluminista; segundo, Bolsonaro consegue se reeleger e os instintos primários aprisionados nas profundezas da alma que despertam sentimentos sórdidos se transmutem em paradigma normalizador nas relações entre cidadão e governo.

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“O mundo está em má situação: os selvagens devoram-se uns aos outros, os civilizados enganam-se reciprocamente, e tudo isso é nomeado o curso do mundo”. (Arthur Schopenhauer); “Os animais selvagens nunca matam por divertimento. O homem é a única criatura para quem a tortura e a morte dos seus semelhantes são divertidas por si”. (James Froude). O ódio nunca será uma opção válida ao aprimoramento da sociedade.

ARTIGO FEITO EM PARCERIA ENTRE

Nilton Cesar Tristão
Cientista Político 

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Paulo Sergio Garcia 
Cineasta
 

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