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Cotidiano
A Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo que ocorre de forma progressiva e fatal, e se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória e capacidades cognitivas
07/06/2023 às 16:42 atualizado em 25/04/2024 às 10:50
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Cerca de 35,6 milhões de pessoas são diagnosticadas com a doença de Alzheimer no mundo | Freepik
Atualmente, cerca de 35,6 milhões de pessoas são diagnosticadas com a doença de Alzheimer. O mal que afeta principalmente o cérebro tem como sintomas principais a perda de memória e da capacidade cognitiva de efetuar tarefas do dia a dia.
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Recentemente surgiu um novo medicamento experimental contra o Alzheimer, batizado de “Lecamenab”, que apresentou resultados “nunca antes vistos”. Ele retarda a progressão da doença. A Gazeta conversou com um especialista que alertou sobre o Alzheimer, os tratamentos, como se prevenir e sobre o “milagroso” remédio. Saiba mais abaixo:
O médico neurologista João Nicoli, especializado em tratamento de Alzheimer, explicou à Gazeta o que é o mal. “A Doença de Alzheimer é uma doença degenerativa caracterizada pelo acúmulo cerebral da proteína beta-amilóide e da proteína tau. No início da doença, ocorre maior prejuízo da memória recente e, posteriormente, o comprometimento da memória episódica autobiográfica tardia", disse ele.
Ele ainda alertou: "O número de pessoas com demência está aumentando rapidamente, principalmente nos países de baixa e média renda. A doença de Alzheimer é responsável por 70% das demências.”
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Em decorrência do envelhecimento da população global, a expectativa de incidência da Doença de Alzheimer em 2030 será de 41 milhões, e em 2050, 72 milhões de pessoas.
A doença de Alzheimer possui tratamento disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, apesar de não possuir um tratamento curativo para a doença, há hoje a possibilidade de melhorar sobremaneira a qualidade de vida do paciente e de seus familiares.
O neurologista pontuou: “Costumo dizer que, quando diagnosticamos um paciente com Doença de Alzheimer, diagnosticamos toda a família. Dos cuidadores aos familiares mais próximos, não há quem não sofra o impacto desta doença. Se não formos capazes de acolher essas famílias, estaremos errando como médicos e como seres humanos.”
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Hoje em dia não existe uma maneira definitiva de se prevenir completamente da doença. Mas, há medidas que podem ser tomadas para reduzir o risco e promover uma saúde cerebral saudável. João Nicoli pontuou as principais:
Desafie seu cérebro regularmente com atividades intelectualmente estimulantes, como quebra-cabeças, leitura, aprendizado de novas habilidades, aprendizado de uma nova língua, instrumento musical ou jogos mentais. Isso ajuda a manter as conexões cerebrais fortes.
A atividade física regular melhora a circulação sanguínea, estimula a produção de substâncias químicas benéficas no cérebro, como o BDNF (Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro). Além disso, a prática de exercícios físicos reduz o risco de doenças cardiovasculares. Caminhar, dançar, nadar ou praticar qualquer atividade que você goste são ótimas opções.
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Encontre a que melhor se adeque a você e se comprometa a realizá-la, pelo menos, 5 vezes na semana, com duração de 30 minutos e em uma intensidade moderada.
Consuma uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis, como o ômega-3 encontrado em peixes, nozes e sementes, como a chia. Evite o consumo excessivo de açúcar, gorduras saturadas e alimentos processados.
Interagir com outras pessoas, participar de grupos sociais, engajar-se em atividades comunitárias e manter relacionamentos saudáveis pode ajudar a estimular o cérebro e promover um bem-estar emocional.
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O sono adequado é vital para a saúde cerebral. Estabeleça uma rotina regular de sono, crie um ambiente tranquilo e confortável para dormir e evite o uso excessivo de eletrônicos antes de dormir.
Altos níveis de estresse crônico podem afetar negativamente o cérebro. Encontre técnicas de gerenciamento de estresse que funcionem para você, como meditação, ioga, exercícios de respiração ou hobbies relaxantes.
Mantenha seus níveis de pressão arterial, colesterol e glicose sob controle. A saúde do coração está intimamente ligada à saúde cerebral.
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O tabagismo e o consumo de álcool são prejudiciais para a saúde cerebral e aumentam o risco de desenvolver doenças neurodegenerativas.
Estudos recentes apontam que a surdez é um dos principais fatores de risco isolados para o desenvolvimento da doença de Alzheimer.
É importante ressaltar que essas medidas não garantem a prevenção completa da Doença de Alzheimer. Elas podem contribuir para um estilo de vida saudável, estimulante e emocionalmente gratificante.
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O médico ainda disse que é sempre importante consultar um profissional de saúde para orientações específicas e personalizadas.
O medicamento está sendo produzido pela farmacêutica Eli Lilly and Co e ainda está na fase experimental. A promessa do medicamento é que haja um retardo e declínio cognitivo em 35% no paciente que utilizá-lo.
O medicamento se chama Lecanemab, e também é conhecido pelo nome genérico aducanumabe e pertence a uma classe de medicamentos chamados anticorpos monoclonais.
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Ele funciona como uma molécula que imita os anticorpos do nosso sistema de defesa, mas desenvolvida em laboratório para atacar um alvo específico que, neste caso, foram os pontos de acúmulo da proteína que resultam na doença.
Em pacientes com doença de Alzheimer inicial, a medicação intravenosa Lecanemab removeu os depósitos de beta-amilóide do cérebro dos pacientes que receberam essa medicação.
Além disso, os pacientes que receberam Lecanemab apresentaram menor declínio cognitivo num período de 18 meses comparados aos pacientes que receberam placebo, o que motivou a aprovação dessa medicação pelo FDA (Food and Drug Administration) nos Estados Unidos.
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O médico informou que a comunidade científica está feliz com as recentes descobertas. “Estamos otimistas com a aprovação dessa medicação para o tratamento da DA inicial”. Mas, também faz alguns alertas:
(1) Atualmente, essa medicação não está aprovada para uso no Brasil pela Anvisa e, portanto, não é comercializada no País.
(2) Lecanemab foi testada e aprovada para pacientes com DA inicial, não havendo indicação em pacientes com DA moderada e grave.
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(3) Este não é o primeiro medicamento a ser estudado com este propósito de terapia anti-amiloide, e ele tem sido associado a lesões cerebrais, como pequenas hemorragias, podendo, portanto, limitar seu uso.
*Estagiária, sob supervisão de Matheus Herbert
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