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Cotidiano

Mundo já registra média de quase 2 milhões de casos de Covid por dia

A média de novos casos diários nesta sexta-feira foi de 1,96 milhão, segundo levantamento da plataforma Our World in Data

07/01/2022 às 19:25

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Testes de coronavírus são realizados em vários estados dos EUA (arquivo)

Testes de coronavírus são realizados em vários estados dos EUA (arquivo) | Stephen B. Morton

Menos de duas semanas após registrar média móvel de novos casos de Covid superior a 1 milhão pela primeira vez desde o início da pandemia, o mundo se aproxima do recorde de 2 milhões. O surgimento da variante ômicron foi uma alavanca para o salto nos registros, enquanto o avanço da imunização conseguiu impedir que movimento semelhante ocorresse no número de mortes. 

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A média de novos casos diários nesta sexta-feira (7) foi de 1,96 milhão, segundo levantamento da plataforma Our World in Data, ligada à Universidade Oxford. Trata-se da cifra mais alta desde que o Sars-CoV-2 foi identificado, há pouco mais de dois anos. Já o número bruto de novas infecções, se desconsiderada a média, é de 2,52 milhões. 

A média móvel é um recurso estatístico que busca dar visão mais precisa da evolução da doença, uma vez que atenua, por exemplo, dados represados pelos sistemas de informação. O cálculo é feito somando o resultado dos últimos sete dias e o dividindo por sete. No dia seguinte, é acrescentada a informação do período mais recente e excluído o dia mais antigo para o novo cálculo da média. 

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Ainda que o salto no número de casos preocupe autoridades nacionais e leve governos a retomarem restrições que haviam sido levantadas, os registros de morte em decorrência da Covid não apresentam o mesmo crescimento, algo assegurando, em grande parte, devido ao avanço da imunização contra a doença. 

A média móvel de mortes diárias no mundo alcançou 5.855 nesta sexta, ainda segundo a plataforma Our World in Data. Há um ano, o número chegou a ser superior a 18 mil e, em maio e abril do último ano, frente à disseminação da variante delta, girou em torno de 15 mil e 16 mil. 

Estudos ainda estão sendo feitos para compreender as características da ômicron e seu potencial para agravar a crise sanitária. A OMS (Organização Mundial da Saúde), porém, já alerta que descrever a cepa como branda é um equívoco, mesmo que análises preliminares sugiram que ela tem probabilidade menor de causar casos graves da doença. 

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Sequenciada em novembro por cientistas da África do Sul, a ômicron é altamente contagiosa e tem se tornado a variante predominante em diversas nações, que assistem a uma nova onda da Covid e à saturação dos sistemas de saúde locais. Nos Estados Unidos, por exemplo, a variante já é a responsável por mais de 95% dos novos casos da doença, de acordo com dados divulgados nesta semana pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). 

O cenário tem levado diversos governos a criarem incentivos à imunização –como na Alemanha, onde somente aqueles com a dose de reforço são dispensados de apresentar um teste negativo para frequentar bares e restaurantes. Autoridades também tiveram de recorrer às Forças Armadas para que enviassem equipes médicas aos hospitais sobrecarregados, como nos EUA e no Reino Unido. 

Também no Reino Unido, um dos primeiros países a observar as consequências da ômicron e retroceder na abertura, um movimento inusitado aconteceu. Com hospitais abarrotados de pacientes e falta de mão de obra devido ao alto número de profissionais infectados, líderes sindicais apelaram às autoridades, nesta sexta, para que adiem a entrada em vigor da obrigatoriedade da vacina para trabalhadores de saúde. 

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Segundo determinação do governo, eles devem tomar a primeira dose até o dia 3 de fevereiro se quiserem manter seus trabalhos. Os sindicalistas, no entanto, argumento que a medida levará a um êxodo ainda maior dos profissionais, agravando a crise de pessoal vivida no NHS, serviço público de saúde do país. 

O etíope Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, falou nesta quinta (6) em um "tsunami" de novos casos globais impulsionados pela ômicron e voltou a fazer um apelo que lhe tem sido recorrente desde que o imunizante contra a Covid foi desenvolvido: o de que, sem equidade na distribuição de vacinas, será impossível controlar de fato a pandemia. 

De acordo com os cálculos na OMS com base na taxa atual de acesso ao imunizante, 109 países –as Nações Unidas reconhecem, ao todo, 193 nações– não cumprirão a meta da organização de vacinar 70% de suas populações até o meio deste ano. Não é a primeira vez que isso acontece: mais de 50 países não atingiram meta anterior de vacinar 10% dos habitantes até setembro do último ano, por exemplo. 

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A repetição da desigualdade global no acesso aos imunizantes preocupa especialmente à medida que a identificação e transmissão de novas variantes, como a ômicron, dão visibilidade ao argumento científico de que, sem parcela majoritária da população vacinada, a doença continuará a se propagar com altos níveis de contágio. 

"Um pequeno número de países não acabará com a pandemia enquanto bilhões de pessoas permanecerem completamente desprotegidas", ressaltou Tedros Adhanom. Pelo menos 36 nações nem sequer alcançaram 10% de cobertura vacinal, ainda segundo a OMS. 

Metade da população mundial completou o primeiro ciclo de imunização contra a Covid –tomou as duas doses ou a dose única do imunizante–, enquanto 9,17% estão apenas com a primeira dose. 

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Essas cifras, no entanto, apresentam variações consideráveis quando a amostra de comparação são os continentes. Líder em imunização, a América do Sul tem 64% da população com esquema vacinal completo, enquanto a África tem somente 9,6%, por exemplo. Os dados são do Our World in Data.

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