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Cotidiano

Detenções na fronteira dos EUA com o México bate recorde histórico

Agentes americanos detiveram mais de 1,7 milhão de migrantes durante o ano fiscal de 2021

Maria Eduarda Guimarães

20/10/2021 às 16:11

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Fronteira San Diego-Tijuana

Fronteira San Diego-Tijuana | /SherryVSmith

Agentes americanos detiveram mais de 1,7 milhão de migrantes na fronteira dos Estados Unidos com o México durante o ano fiscal de 2021, encerrado em setembro. A cifra é a mais alta já registrada, de acordo com dados do Serviço de Alfândegas e Proteção das Fronteiras (CBP, na sigla em inglês) obtidos pelo jornal The Washington Post.

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As travessias ilegais cresceram no período após a posse do presidente Joe Biden, em janeiro. Os meses com mais detenções, de acordo com os registros, foram julho e agosto - em cada um, mais de 200 mil migrantes foram presos entre os dois países, quando a média mensal em anos anteriores era 50 mil.

Enquanto nos anos fiscais de 2012 e 2020 as detenções na fronteira sul dos EUA foram, em média, de 540 mil imigrantes, o número de 2021 foi mais que o triplo. A principal nacionalidade dos migrantes detidos é mexicana (608 mil). Na sequência, estão os centro-americanos Honduras (309 mil), Guatemala (279 mil) e El Salvador (96 mil) - países que formam o chamado Triângulo Norte.

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A fiscalização na fronteira se tornou um desafio político para Biden, que tem recebido críticas tanto de republicanos quanto de seus apoiadores. A decisão do governo democrata de deportar milhares de migrantes haitianos detidos na fronteira em setembro, por exemplo, fez com que o enviado especial dos EUA para o Haiti, Daniel Foote, renunciasse e descrevesse a conduta do governo como desumana.

Em uma audiência do Senado americano nesta terça-feira (19) com Chris Magnus, escolhido por Biden para chefiar a patrulha na fronteira, senadores da oposição caracterizaram a situação como uma crise migratória. Magnus, por sua vez, descreveu o cenário como um "desafio significativo" e defendeu a permanência da medida conhecida como Título 42.

Estabelecida pelo ex-presidente Donald Trump em março de 2020 sob o pretexto de frear o avanço da pandemia de Covid-19, a ordem de saúde pública permite a expulsão imediata de pessoas que forem detidas tentando entrar pela fronteira de forma ilegal, sem que elas possam solicitar asilo.

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Era esperado que Biden, ao assumir, deixasse de aplicar o Título 42, apontado como a principal alavanca para o salto na quantidade de detenções. Em agosto, porém, o governo do democrata renovou a medida por mais dois meses. Especialistas em migração vêm apontando que ordem leva a tentativas repetidas de travessia, o que, por consequência, acarreta maior número de detenções.

Segundo as informações obtidas pelo The Washington Post, do total de 1,7 milhão de detenções no ano fiscal de 2021, 61% foram feitas sob o guarda-chuva do Título 42. Somente no mês de agosto, por exemplo, foram mais de 93 mil expulsões fundamentadas nessa ordem.

Para Magnus, a insistência na medida, apesar da crise migratória que se agrava, justifica-se porque seria "absolutamente necessário fazer todo o possível para impedir a disseminação da Covid-19". O chefe da patrulha fronteiriça disse, ainda, que apoiaria a vacinação de imigrantes que estão sob custódia federal e a aplicação de testes para o coronavírus no grupo.

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Em seu discurso de abertura no Senado, Magnus lembrou que sua própria família é composta por imigrantes: o pai veio da Noruega, e o marido, Terrance Cheung, de Hong Kong. Ele prometeu adotar uma abordagem "pragmática e bipartidária", de acordo com relatos da emissora pública NPR.

A agravada situação na fronteira dos EUA com o México tem sido palco também para cenas, cada vez mais frequentes, de crianças cruzando a divisa sozinhas ou, então, sendo abandonadas por coiotes.

Somente no mês de agosto, 18.847 crianças desacompanhadas cruzaram a fronteira, número cinco vezes maior que o registrado no mesmo mês em anos anteriores.

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