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Após cirurgia, Lula está bem e tem funções neurológicas preservadas

Previsão é que o presidente retorne a Brasília no começo da próxima semana

Hebert Dabanovich

10/12/2024 às 12:55  atualizado em 10/12/2024 às 12:57

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Após a cirurgia, Lula está bem e ficará em observação na UTI

Após a cirurgia, Lula está bem e ficará em observação na UTI | Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou por uma cirurgia de emergência na madrugada desta terça-feira (10/12), no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para descompressão cerebral.

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Após sentir fortes dores de cabeça na noite da última segunda-feira (9/12), Lula fez uma ressonância magnética em um hospital ainda em Brasília, onde constataram nova hemorragia intracraniana, de cerca de três centímetros.

O presidente foi transferido para a unidade do Sírio-Libanês, em São Paulo, onde foi submetido a um procedimento de emergência chamado de trepanação.

Em coletiva de imprensa, o médico do presidente, o cardiologista Roberto Kalil Filho, explicou que neste tipo de cirurgia são feitos pequenos furos nos quais são colocados drenos para retirar o hematoma. A cicatrização ocorre naturalmente.

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A médica infectologista Ana Helena Germoglio acompanhou a transferência de Lula para São Paulo e informou que durante todo o percurso Lula “esteve lúcido, orientado, conversando, da mesma forma como se encontra agora”.

Segundo o neurocirurgião Marcos Stavale, a cirurgia levou duas horas. No caso do presidente, a lesão estava entre o cérebro e a membrana meníngea (também conhecida como dura-máter), e não oferece risco ao cérebro. “Ele foi removido, e o cérebro está descomprimido e com as funções neurológicas preservadas”, disse Stavale.

Kalil informou ainda que a cirurgia evoluiu bem, e que Lula chegou praticamente acordado da cirurgia.

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“O presidente evoluiu bem, já chegou da cirurgia praticamente acordado, foi extubado e encontra-se agora estável, conversando normalmente, se alimentando e deverá ficar em observação nos próximos dias”, disse o cardiologista.

O presidente retornará para Brasília no começo da próxima semana, e não poderá receber visitas sobre trabalho até estar completamente recuperado, conforme orientações de Kalil.

Lula ficará mais de 48 horas na UTI em observação médica. Esse prazo, segundo Kalil, é protocolo nesses tipos de caso. Ele ainda ficará com um dreno entre um e três dias.

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Kalil reforçou que Lula não teve alterações no quadro: “Nem alteração de movimento. Absolutamente nada. Tanto é que ele está estável, conversando normalmente, se alimentando”.

Alerta para riscos

O neurologista Rogério Tuma, que integra a equipe médica do presidente, informou que "essa complicação é comum em pessoas que sofreram uma queda, principalmente em pacientes de mais idade”.

Ele lembra que após a queda que Lula teve no sábado (19/10) em Brasília, no banheiro de casa, causou uma contusão cerebral e Lula fez uma coleção de acúmulo de líquido dos dois lados do cérebro.

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Essa coleção foi absolvida, mas, “na fase de absorção, às vezes, fica mais liquefeito o sangramento. Ele acaba absorvendo mais água e estira o vasinho e pode ter um sangramento tardio”.

"Isso pode acontecer meses depois. Ele já tinha absorvido o primeiro sangramento e aí acabou tendo um segundo, mas é tudo, provavelmente, consequente à queda", informou Tuma.

Por causa desta absorção que o presidente retomou às atividades normalmente, mas permanecendo em observação e realizando exames de rotina, destacou Kalil.

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Tuma também ressaltou que, geralmente, o que acontece é que a pessoa sofre a queda, e não lembra dela. É aí onde o hematoma pode aparecer, meses depois.

Como ele realizava exames de rotina, foi possível “ver a evolução toda do hematoma sendo diminuído e, depois, quando ele começou a ter a queixa de dor de cabeça ontem, ele acabou repetindo a tomografia e a gente pôde comparar com o exame anterior e percebeu que o hematoma aumentou”.

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