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Cotidiano

Alta no preço da cerveja pressiona bares e restaurantes do ABC

No início deste mês, a Ambev, que detém quase 62% do mercado de cervejas no Brasil e produz marcas como Skol, Brahma e Stella Artois promoveu rea­juste na casa de 10% nos preços de seus produtos

21/10/2021 às 12:38  atualizado em 22/10/2021 às 10:20

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O setor de hospedagem e ali­mentação, que foi o mais afe­tado pela pandemia de Covid-19, encara agora um novo desafio na retomada

O setor de hospedagem e ali­mentação, que foi o mais afe­tado pela pandemia de Covid-19, encara agora um novo desafio na retomada | Ettore Chiereguini/Gazeta de S.Paulo

O setor de hospedagem e ali­mentação, que foi o mais afe­tado pela pandemia de Covid-19, encara agora um novo desafio na retomada: a alta dos custos. Não bastassem os reajustes nos preços da ener­gia elétrica e da car­ne, os empresários do ABC Paulista queixam-se do aumento no va­lor da cerveja, que tem importante participação no faturamento dos estabelecimentos.

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No início deste mês, a Ambev – que detém quase 62% do mercado de cervejas no Brasil e produz marcas como Skol, Brahma, Antarctica, Bohemia e Stella Artois – promoveu rea­juste na casa de 10% nos preços de seus produtos.

“O setor está super pressionado pelos custos – na conta de luz, no aluguel, nos alimentos, no combustível – e não suporta mais tantos aumentos, justamente no momento em que bares e restaurantes tentam se recuperar do prejuízo (provocado pela pandemia). Precisamos, mais uma vez, de apoio e não de medidas que nos afundem ain­da mais em dívidas”, afirmou em nota o presidente do Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do ABC (Sehal), Beto Moreira.

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A principal dificuldade é arcar com os custos sem repassá-los ao con­sumidor. O jeito é tentar buscar saídas e se reinventar. Dono de quatro estabelecimentos, o empresário Edival Spricigo, o Faxa, encontra na negociação a fórmula para se manter no mercado. Para contornar a situação, Faxa – que tem a carne como principal matéria-prima de seus negócios – chamou para negociação grandes frigoríficos como Marfrig e JBS, além da Ambev.

“Antes da pandemia, eu pagava R$ 49 pelo quilo da picanha, mas neste mês consegui negociá-la a R$ 74 o quilo para uma compra de uma tonelada e meia do produto”, comentou Faxa, que é proprietário de duas churrascarias D’Brescia, do bar Boteco do Porco e do restaurante Faxa Grill.

Segundo o empresário, a tentativa é manter o preço para não afugentar o consumi­dor, mas “é uma conta difícil porque tudo aumentou”. Em seus quatro estabelecimentos, Faxa mantém 180 funcionários diretos. “Não de­miti ninguém. Vendi casa, pe­guei empréstimo no banco para passar essa situação”, disse.

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Cesar Ricardo Santos Ferreira, dono do restaurante Canoa Quebrada, em Ribeirão Pires, também sentiu o impacto do aumento dos custos no seu negócio. “Diminuímos nossa margem e elaboramos novos cardápios, substituindo os ingredientes. Agora temos pratos veganos e ampliamos o menu de massas. Também tiramos um pouco do nosso ganho.”

CRIATIVIDADE.

Seja grande, médio ou pequeno estabelecimento, o cenário é semelhante para todos. Fábio Presoto, dono do Faropa Paulista, em Santo André, também sente a pressão dos altos custos. “Tivemos aumento médio de 20% na matéria-prima e nas contas de água, energia”, disse.

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Para o empresário, a saída é a dedicação ao trabalho e a criatividade. “A cada dia da semana, temos um projeto para manter nosso cliente. Temos karaokê, apresentação solo com voz e violão, entre outras iniciativas”, acrescentou.

Com dificuldade, Presoto se esforça para manter seus oito funcionários registrados. “Repassamos aos consumidores reajustes bem abaixo dos praticados pelo mercado. Assim, baixamos nossa margem de lucro, mas mantemos nossos clientes.”

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