Taboão da Serra entra em colapso e 11 morrem à espera de UTI

Onze pacientes morreram esperando por um leito de UTI em Taboão da Serra, na região sudoeste da Grande São Paulo. De acordo com a prefeitura, da última sexta-feira (5) até a noite desta segunda-feira, 11 pessoas, com idade entre 95 e 46 anos, foram a óbito. No momento, o município dispõe apenas de leitos de suporte ventilatório e enfermaria instalados na UPA Akira Tada, referência para casos de Covid-19 na cidade.

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Com ocupação máxima, o sistema de saúde do município não consegue atender a demanda e entrou em colapso. Através de uma nota oficial enviada à Gazeta na manhã desta terça-feira, a Prefeitura de Taboão da Serra informou que desde o dia 3 de março solicita leitos na Central de Regulação e Ofertas de Serviços de Saúde CROSS, do governo estadual, mas não foi atendida. “No momento estamos com 16 solicitações inseridas no sistema, mas infelizmente nos últimos dias 11 pacientes vieram a óbito aguardando transferências. A cidade não dispõe de leitos de UTI, apenas leitos de suporte ventilatório e enfermaria”, disse.

Ainda de acordo com a Administração, “para atender a alta demanda por internações em decorrência da Covid-19, a Prefeitura de Taboão da Serra criará, até o final de semana, mais 30 leitos de enfermaria, o que aumentará a capacidade de atendimento em 75%, totalizando 70 leitos exclusivos para Covid-19”.

A cidade é a primeira a registrar mortes de pessoas por falta de leitos de UTI no Estado. A ocupação de leitos na Grande São Paulo está em 81,2%.

Ainda manhã desta terça, a Secretaria de Comunicação de Taboão informou que foram liberadas quatro vagas de UTI para pacientes da cidade: dois deles encaminhados ao Hospital das Clinicas e dois para o Hospital de Guarulhos.

Hospital de campanha em Taboão

Em abril do ano passado, a Prefeitura de Taboão da Serra inaugurou um Hospital de Campanha onde funcionava o SER – Serviço Especializado de Reabilitação, no Jardim Guaciara. A unidade contava com 60 leitos, sendo 4 de emergência.

Em setembro, a unidade foi fechada. Na época, o ex-prefeito Fernando Fernandes (PSDB) divulgou que em seis meses de funcionamento o Hospital de Campanha atendeu cerca de 18 mil pacientes e 600 pessoas ficaram internadas.

Hospitais de campanha no Estado

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou na segunda-feira (8) a abertura de 11 novos hospitais de campanha no Estado. A previsão é a de que as estruturas sejam liberadas até o dia 31 de março.

Eles serão montados nas cidades de Santo André, Andradina, Santos, Barretos, Botucatu, Campinas, Ourinhos, Tupã, Itapetininga, Fernandópolis e na capital paulista.

As unidades serão instaladas junto aos Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) de cada uma das cidades, exceto os hospitais de campanha de Fernandópolis, que será montado junto à Unidade de Reabilitação Lucy Montoro, e da capital, que será vinculado ao Hospital São José, na Zona Norte da cidade de São Paulo.