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Cotidiano

Em 40 anos, triplica participação dos idosos na população do ABC

Em contrapartida, a parcela de pessoas com menos de 15 anos caiu de 33,7% para 15,3% na mesma comparação

Matheus Herbert

15/02/2021 às 10:15

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Segundo o levantamento, 4,7% das pessoas que viviam nos sete municípios em 1980 tinham 60 anos ou mais

Segundo o levantamento, 4,7% das pessoas que viviam nos sete municípios em 1980 tinham 60 anos ou mais | /Divulgação

Estudo realizado pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) revela que a participação dos idosos na população do ABC Paulista mais do que triplicou nos últimos 40 anos, como resultado da transformação do padrão demográfico da região.

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A região do ABC é formada pelos municípios: Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Mauá. Segundo o levantamento, 4,7% das pessoas que viviam nos sete municípios em 1980 tinham 60 anos ou mais. Essa fatia cresceu rapidamente e, no ano passado, estava em 15,3%. No mesmo período, o contingente de idosos cresceu 432%, de 77,2 mil para 411,3 mil.

Em contrapartida, a parcela de pessoas com menos de 15 anos caiu de 33,7% para 15,3% na mesma comparação. Isso aconteceu porque, enquanto a população como um todo cresceu 63,3%, o contingente dos mais jovens encolheu 10,1% – de 554,3 mil para 494,5 mil.

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Segundo a Fundação Seade, a redução da fecundidade influenciou a diminuição da participação de jovens, enquanto as gerações antigas e mais numerosas se deslocaram em direção ao topo da pirâmide etária.

Como resultado desse movimento, que começou na década de 1970, a população da região com 60 anos ou mais deve superar a de menos de 15 anos em 2025, segundo projeção da Fundação Seade. Dez anos mais tarde, o contingente de idosos será 50% maior que o da base da pirâmide.

A gerente de Demografia da Fundação Seade, Bernadette Waldvogel, responsável pelo estudo, explicou que houve importante redução na taxa média de fecundidade, que caiu de 3,4 filhos para 1,7 filho por mulher desde 1980 – inferior, portanto à taxa de reposição (de dois filhos por casal).

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“Essa redução tem participação decisiva na mudança de estrutura etária da população paulista, pois faz com que as novas gerações sejam cada vez menos numerosas. Paralelamente, as gerações nascidas nos anos 1950 e 1960, que eram bem numerosas, estão chegando agora ao topo da pirâmide etária favorecidas pela redução da mortalidade”, explicou Bernadette. Ou seja, vão viver mais.

Os efeitos da urbanização sobre a vida cotidiana, com a maior inserção da mulher no mercado de trabalho, são apontados como a razão para a redução da fecundidade nas últimas décadas. Ao mesmo tempo, a redução da mortalidade por doenças infectocontagiosas – graças a melhores condições na cidade – ajudou a aumentar a expectativa de vida.

Não por acaso, a idade mediana no Estado de São Paulo – que divide a população em dois grupos iguais – passou de 27,9 anos em 2001 para 35,7 anos em 2021, mostrando que, em duas décadas, aumentou quase oito anos e deverá se expandir ainda mais no futuro.

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Porém, o “envelhecimento” da população ocorre de forma heterogênea mesmo em cidades próximas. Em São Caetano, por exemplo, a população acima de 60 anos superou a dos mais jovens em 2004, mas a “virada” só ocorreu em Santo André no ano passado e, segundo a projeção da Fundação Seade, só deve acontecer em 2025 em São Bernardo e em 2030 em Diadema.

“Aí, além do padrão de fecundidade, pesam também os movimentos migratórios. São Caetano, por exemplo, é uma cidade que não tem muito mais para onde crescer. Além disso, como a população é mais idosa, o número de nascimentos é menor”, afirmou Bernadette.

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