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Muitos mitos ainda rondam os felinos, o que pode prejudicar a saúde e o bem-estar dos animais | Dyadya_Lyosha por Pixabay
De acordo com o último Censo Pet do Instituto Pet Brasil (IPB), a população de gatos nas residências brasileiras já ultrapassa os 27 milhões. Apesar da crescente aderência, muitos mitos ainda rondam os felinos, o que pode prejudicar a saúde e o bem-estar dos animais.
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Com o objetivo de esclarecer algumas das crenças mais comuns envolvendo gatos, a Gazeta de S. Paulo ouviu os veterinários Vinicius Campregher de Siqueira, professor de Medicina Veterinária da Universidade Anhembi Morumbi, e Marina Macruz, supervisora de Capacitação Técnico-Científica e Técnico-Comercial da PremieRpet.
Segundo os profissionais ouvidos pela Gazeta, este é o mito dos mitos e, muitas vezes, resulta em maldades com os bichanos.
“Esse mito é bem antigo, construído na época da Inquisição, período em que perseguiam as “bruxas” e acreditavam que elas se transformavam em gatos pretos após a morte”, explica Vinícius.
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A crença de que gatos não gostam de carinho está ligada na comparação que muita gente faz entre eles e os cães. Mas, a verdade é que a aceitação de um chamego depende da personalidade do animal.
“Cada gato possui sua própria personalidade e preferências, sendo que alguns podem ser mais receptivos a receberem carinho e outros mais reservados. É importante avaliar os sinais de desconforto que o animal apresenta e respeitar seus limites”, orienta Marina.
Esta é outra crença que está ligada na controversa comparação entre gatos e cães, duas espécies com características distintas.
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“Os gatos ligam e tem vínculo com os seus tutores. O que precisamos entender é que eles têm muita personalidade. Além disso, é do comportamento natural da espécie ficar a maior parte do tempo solitária. Mas, em alguns momentos, eles gostam de companhia, e procuram seus tutores”, diz Vinícius.
“Os gatos não enxergam em preto e branco, porém eles enxergam um espectro de cores diferente dos humanos. Ou seja, os humanos são capazes de enxergar uma maior variedade de cores quando comparado aos felinos”, esclarece Marina.
Segundo o professor da Universidade Anhembi Morumbi, a higiene dos gatos é feita por meio da própria saliva. Assim, os gatos podem tomar banho, mas só para fins medicinais. Em outras palavras, só devem ser dados banhos quando indicados por médicos veterinários.
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“O cheiro do gato é específico de cada um deles e serve como uma identificação própria. Portanto, não é indicado dar banho em gatos. Quando fazemos isso tiramos sua identificação pessoal, podendo gerar crises de comportamento individual e até coletivo, quando gatos que convivem em harmonia, após o banho não se reconhecem e apresentam agressividade entre si”, explica Vinícius.
De acordo com os profissionais, cães e gatos podem conviver, desde que sejam respeitadas as individualidades de cada espécie.
“O ideal quando se pensa em ter cães e gatos vivendo em harmonia é sempre iniciar com um gato e depois de um período adicionar um cão (filhote ainda) nessa família. Dessa forma, fica mais fácil a aceitação e convivência”, aconselha o professor.
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Ao contrário do que muitos pensam, após a fase de desmame, o leite não deve fazer parte da dieta dos gatos. Isso porque, explica Marina, ao longo da fase de crescimento, o organismo dos felinos apresenta uma diminuição na produção da enzima lactase, que é responsável por digerir a lactose no intestino.
“Na maioria dos casos, não é recomendado que cães e gatos tomem leite. Quando adultos, muitos tornam-se intolerantes à lactose e, com essa condição, a ingestão de leite pode causar problemas como diarreia, vômito e cólicas”, diz a veterinária.
Gatos são ágeis e espertos, mas não possuem sete vidas e podem se machucar como qualquer outro animal.
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“Os gatos têm a estrutura corporal e um reflexo muscular muito rápido, o que ajuda no momento de orientação da sua consciência corporal para que caiam em pé. Mas, a queda, dependendo da altura em que ocorre, pode machucar o pet, podendo até ser fatal”, alerta Vinícius.
Ainda que não seja comum, os gatos podem receber treinamento e aprender comandos básicos, como andar de coleira, utilizar a caixa de areia, vir quando chamados, entre outros.
“Vale ressaltar que alguns animais podem ser mais receptivos ao treinamento do que outros, por isso é fundamental ter paciência, consistência e recompensar com petiscos, carinho ou mesmo brinquedos, sempre que o animal realizar um comportamento ou comando desejado”, diz Marina.
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A crença de que grávidas não podem conviver com gatos tem relação com o risco de transmissão da toxoplasmose. Entretanto, os veterinários explicam que as chances de contaminação são baixas quando se trata de gatos domésticos.
“A toxoplasmose é uma doença causada pelo parasita Toxoplasma Gondii e a forma mais comum de contaminação é a ingestão de água ou alimentos contaminados, como carnes cruas ou malcozidas e verduras mal higienizadas. Em menor escala, existe a possibilidade de contaminação pelas fezes do gato”, explica Marina.
A veterinária continua: “Geralmente, os gatos são contaminados por meio da ingestão de carne de aves, roedores e outras presas, e assim os ovos da toxoplasmose são expelidos junto com as fezes. Por isso, gatos que se alimentam de ração e que vivem em casa ou apartamento, sem acesso à rua, dificilmente contrairão a toxoplasmose.”
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A profissional lembra ainda que o Ministério da Saúde destaca que o simples contato com gatos, e até as mordidas e arranhões, não transmite a toxoplasmose. O risco está apenas no contato com as fezes de um animal contaminado.
“Não é correto afirmar que gatos são mais independentes, há geralmente a confusão por conta do comportamento mais sociável dos cães junto aos tutores. Precisamos lembrar que há a necessidade de sempre supervisionar nossos animais. O indicado é que fiquem sozinhos no máximo quatro horas por dia”, diz Vinicius.
“Os gatos podem ser mais independentes que os cães em alguns aspectos, porém, ainda precisam de cuidados regulares, como brincadeiras, interação social, cuidados médico-veterinários, limpeza da caixa de areia, fornecimento de água fresca e alimentação adequada. Portanto, ainda requer dedicação e atenção dos tutores”, finaliza Marina.
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